quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Pós Natal

Ele não trouxe meus crayons e pra falar a verdade, nunca acreditei nele. Papai Noel é coisa de quem bebeu conhaque demais e inventou uma justificativa para não dar nada de presente. Daí se aproveita da deixa do bom velhinho: Você não se comportou direito e por isso não ganha nada esse ano.

Eu não me comportei mal. Mas não me comportei muito bem. Tive meus ápices de bondade e de histeria. Mas sei que não dependo disso para ganhar presentes no dia 25/12 (ainda bem).


Sei que comi demais, como faço todo ano. Minha mãe fez a salada de batata que ela faz todo ano. Meu irmão trabalhou pelo terceiro ano consecutivo (merda de empresa). Minhas irmãs... bem, uma com o namorado, outra, com a tv, passaram o natal a sua maneira.

E eu passei. A salada de batata já acabou (para a minha tristeza), o chocotone está seco e o sorvete dentro dele virou líquido. O cupim assado está quase no fim. As esfihas, frutas, ponche e vinho já eram também.

E sobrou a louça enorme, de assadeiras, potes, pratos, talheres e mais tanta coisa que nem vou citar.

É, no final das contas, pouco importa se Papai Noel passou ou não. Tive um natal bom.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Pedido ao Gordo Velho Capitalista


Oh Seu Noel... traga uns crayons de presente esse ano.

Vê se faz uma dieta, coitadas das renas, especialmente o Rudolph, que está visívelmente abatido.

Sem leite e biscoitos pra você.

E se deixar um carvão na minha meia de presente, vou inserí-lo no senhor em um local não-ortodoxo.

Vai pela sombra.

Compreensão pueril sedativa fictícia


Já vi tantos tão mais tolos escreverem. E eles parecem que são lidos, ouvidos e compreendidos. E eu consigo carregar uma amargura interna em plena véspera de Natal. Ainda que não saiba do que ela decorre, sei que está presente e que não quer ir embora. Já mandei ir passear. Ela prefere continuar onde está, quietinha, só ouvindo o que não digo e vendo o que não faço. "Saia daqui, me deixe em paz". Isso ela não ouve né?

Ela só ouve o que quer. Só faz o que quer. É uma criança mimada que berra e esperneia quando não faço suas vontades. Ela chuta forte para seu tamanho e significância. Ela é teimosa demais para ser apenas imaginária. Talvez eu seja imaginária e ela, real. É tão difícil saber.

Sei que ela está aqui, lendo tudo isso comigo agora. Quem sabe até me ajudando a escrever. O sinônimo que eu não lembro ela sussurra, a palavra que eu esqueço, ela me lembra. Uma praga mortalmente dócil encrustrada em cada pedaço de mim.

Talvez esse quê de dramática seja parte da amargura pueril. Porque eu gosto de rir, sorrir e fazer os outros rirem. Mas como já foi citado, talvez ela seja a real e eu não exista. Ela é a suicida covarde tomadora de Lexotan que esquece o mundo para viver aqui, tão perto de mim e tão longe de tudo. E por mais que deseje, não vai embora.

Por quê? Por que insiste nesse equívoco de permanência insustentável? Eu sou a mais forte, sendo real ou não.

Só sei que quem é mais tolo, mais compreendido, ouvido ou seja lá o que, não entende o que passo, o que sofro, o que sinto. Porque talvez a amargura não exista e eu seja apenas uma louca com orações e sentenças.

Enfim nasceu

Para fechar o ano com um número bonito de postagens (estou em 97 sem contar esta, pretendo chegar aos 100), eis que vou descrever a experiência de passar 9 meses (uma gestação humana! se meu blog fosse meu filho, nasceria agora) mantendo um blog com pura falta do que falar, escrever e relatar. É revigorante, perturbadora e libertadora.
Revigorante porque nada me infla mais o ego do que saber que as pessoas podem até não comentar, mas elas passam pelo meu blog e acredito que lêem alguma coisa.
Perturbadora porque elas podem me achar uma maluca que não tem a mínima idéia do que está escrevendo, uma egocêntrica que criou um blog apenas para divulgar o quanto é fútil, o quanto anseia desesperadamente por atenção e o quanto será mal-sucedida em tudo que fizer.
Libertadora porque é o meu espaço. Agora já crescida, não posso riscar as paredes de casa (não podia quando criança, mas até que é concebível a idéia), não escrevo diários e nem cartas para as amigas (quer dizer, quase, algumas tiveram a honra/desprazer de recebê-las). Eu posto aqui. Estou de bem com o mundo (à lá Xuxa, mas tudo bem), crio um texto, um poema e posto. Estou de mal (melhor ainda como diria Mae Watson), venho e posto. Não tenho mais o que fazer, venho e posto.
E de alguma forma isso deu certo. E quem recomendou que eu criasse um blog (professor Paulo Ramos, não só a mim, mas a todos), estava certo. A fala: "Crie um blog. Tenha certeza de que em um ano você estará escrevendo melhor do que escreve agora. Pode ser sobre... ventiladores... `Eu gosto de escrever sobre ventiladores! - O ventilador gira, gira...´".
Ainda não faz um ano que escrevo. Todavia, a diferença é notável.
Meu filho nasceu. 9 meses carregando com muito afeto, e agora, ele nasce e está pronto para crescer e falar tantas besteiras (ou até as mesmas) que a mãe.

Nota: No mundo, há vários tipos de pessoas. Mas se destacam em dois grupos, os principais: os que entendem uma metáfora/piada/trocadilho/sarcasmo e os que não entendem esse tipo de coisa. A metáfora do texto é o termo filho. O blog é meu filho, pegou?

Compre Beatles!!!!!!!!


8 anos de pesquisa, entrevistas, informações e o trabalho que se assemelha ao de um ourives... Bob Spitz lança The Beatles- A biografia, uma obra que se deu ao luxo de informar o que os meninos não quiseram...

Entre a perseguição de Yoko por John, depois de ter levado a bota do Paul, as dsts que eles omitiram e muitas outras coisas, a obra aparenta (ainda não li pelo simples fato de não possuir os R$100,00 decorrentes do preço capitalista de tão cobiçado livro) estar completa, assemelhando-se a uma bíblia sobre os garotos de Liverpool.

Quem quiser me dar essa lembrancinha de Natal, será muito agraciado (a) pelos deuses da terra, fogo, água e ar... Amém...

Afinal, Natal está ai para isso mesmo...

Fonte de desejo: Submarino.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Falta de criatividade, excesso de propaganda

Confesso que já abri o "nova postagem" para tentar postar algo umas 8 vezes esses dias. Mas toda vez que começo a escrever algo, acho ruim e apago. Até porque acredito que minha mente esteja impregnada pela publicidade natalina e não consigo pensar em mais nada.
Incrível o poder da mídia sob o subconsicente das pessoas. Elas se enchem desse espírito do tal 25 de dezembro e começam a se amar, amar o próximo, amar o próximo do próximo... e é tudo tão maquiado que a gente chega até a esquecer o que aconteceu de ruim esse ano.
Daí vem os programas de retrospectiva (daquela emissora que prefiro não citar) e retomam tudo de novo... é como um "mini flash back gigante" (citação do filme "Os normais").
Simplesmente buscando uma explicação plausível (e que não seja de minha responsabilidade) para a falta de inspiração que me impede de postar algo.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Aberrações do orkut

Há pessoas no meu orkut só somando algarismo ao número de meus supostos "amigos". E não pense: nossa, ela adora ter N contatos!
Eu já deletei várias pessoas, mas já trabalhei, estudei e faço faculdade. Logo, se não tivesse no mínino 100 contatos, seria provável que eu vivesse numa bolha.
Desses 100 contatos, o contato permanente ocorre com cerca de 35 deles.
Esporádico, uns 15.
Somamos 50.
Atualmente, creio eu ter em torno de 127 contatos, o que não é nada comparado com a maioria dos meus contatos, que tem 999 contatos e às vezes até outro perfil.
Tenho raiva de manter adicionadas pessoas que não respondem meus scraps, que me ignoram virtualmente mas me mantém lá, como sua tricentésima quadragésima nona amiga. E tornam-se meus fãs, na esperança de que eu vire fã e encha todos os medidores de gelo, coração e carinha, mostrando o quanto eles são "cool".
Tem horas que encho tudo de todo mundo simplesmente para não ter que agüentar scraps do tipo: Ow, vira meu fã que eu viro seu!
Argh! Isso além de me irritar, me enoja.
Já tentei abandonar o orkut, mas levando em conta que ele está há 4 anos presente na minha vida, acho muito difícil. Nunca tive um namoro que durasse tanto. E poucos amigos superam a idade do meu perfil.
Já tentei entrar menos. Mas não consigo.
Ser indiferente e também não deu certo.
Então, mais moderadamente, participo dessa atual febre virtual que não é mais atual assim.
Além de contatos para acréscimo de volume, não suporto aqueles malditos cadeados que impedem a visualização dos álbuns alheios.
Quem não quer mostrar as fotos, que não as coloque no orkut! Orkut nunca deu privacidade, todos sabem!
E aqueles idiotas que perguntam se você passou no perfil deles? E os perfis não servem justamente para isso?
Há ainda aquelas mulheres de "má conduta" que te fazem sempre as mesmas propostas indecentes. Será que algum paspalho ainda cai nisso?
Ou pior: perfis de namorados, animais, empresas ou qualquer outra bizarrice. E ainda aqueles vírus, cartões, mensagens idiotas e agora umas músicas idiotas...
Acho que os critérios para a criação de uma conta no orkut deveriam ser mais rigorosos.

Minha terra tem palmeiras... (inspirada na canção de exílio)


Não sou patriota
Mas não desprezo o país natal
Não fujo para os States
Pra ter futuro profissional
Não sou fluente no inglês
Mas sou fera em português
e me arrisco no tupi
O legítimo idioma daqui
Nas minhas veias corre o sangue
De escravidão e violência
Dos brancos, dos negros, dos índios
Não me orgulho dos europeus
Nem da minha descendência
Muitos se gabam pelo sobrenome
Estrangeiro na certidão
Mas num país em que ainda há a fome
Isso é tudo enrolação
Não preciso de dupla nacionalidade
Nem me gabar por estrangeirismos
No Brasil há necessidades
Mas não há o terrorismo
E o Rio? Você se pergunta
Ele é fruto da violência
Diga um país sem armas
E eu lhe faço uma reverência
Não há povo melhor
Nem terra mais abençoada
E quem não ama a própria origem
Nunca saberá amar a nada
Assuma sua posição
De mestiço, de "não-puro"
Aceite sua nação
Pois nessa terra tem futuro

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Capitalismo Selvagem em 25 de Dezembro= Lavagem Cerebral


No maior clima natalino, o mundo se enfeita e gasta para a chegada do tão esperado dia 25.
É como se não somente a mídia, mas uma aura macabra de "bondade" (pegou a antítese) e "solidariedade" envolvesse a todos.
As empresas oferecem festas por mais uma ano de lucros com o trabalho às vezes demasiadamente exploratório de seus funcionários. Doam cestas básicas para ONGs e contribuem com a participação de lucros. As lojas se decoram, os bairros se decoram e até temos a impressão de que o mundo fica melhor.
Mas, vendo o outro lado da moeda: e o capitalismo selvagem alarmante decorrente de toda essa "bondade"? Já parou para pensar que você é menos feliz se não ganha alguma lembrancinha no Natal? Nem que seja aquele par de meias feio tricotado por sua bisavó cadeirante?
Por que a felicidade está associada a bens materiais? Por que precisamos passar 40 minutos procurando uma vaga para estacionar no shopping nessa época?
A 25 de Março lota. É impressionante como esse pensamento aflige a população de menor renda. Passa o ano todo economizando aqui e ali e chega em Dezembro, corre para a tal rua e faz a suposta felicidade de toda ou quase toda a família.
E a população de classe média/classe decadente? Tenta administrar bem as finanças e desanda no fim de ano para promover extravagâncias, presentes e muuiiita comida? Depois se mata de trabalhar para pagar a dívida do fim de ano e fica depressivo com os quilos a mais.
A classe alta prefere nem circular suas finanças na nossa tão prezada pátria. Viajam para a Europa, EUA ou qualquer outro destino caro que lhe assegure o patamar de "extremamente rico", esfregando na nossa humilde face seus dólares, euros ou libras esterlinas...
E não importa que eu e mais uma multidão pensemos isso. Se no Natal, no tão aclamado, noticiado e anunciado Natal, eu não ganhar nem sequer uma lembrancinha à lá 25 de Março (já que não tenho uma bisavó pra tricotar aquelas meias horrendas), serei menos feliz.
Só até o ano que vem, creio eu.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Sobre o nada

Pensei que queria escrever algo. Na verdade, não queria.
Achei que seria meio tedioso fechar a tela de postagem sem nada.
Por isso, eis a explicação.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

O dia bônus

Agora estamos pouco mais de 15 dias de mudar a folhinha. Se banquetear como só havíamos feito no Natal ou até mesmo no Ano Novo do ano passado. Caçar romãs, folhas de louro entre outras coisas para começar o ano com mais dinheiro. Fazer promessas para Iemanjá na beira do mar, dizendo que se arrumar um "amor de verdade" (que pode durar a vida toda ou 3 meses), a oferenda do próximo ano será bem maior. Vestir branco em busca da paz, comer lentilha e tudo mais.

O que de fato não notamos é que o ano que vem temos um dia a mais, pelo simples fato de que as 6 horas excedentes de todos os anos, no próximo, se juntará com outras 18, formando mais 24h. Isso tudo resulta no ano bissexto.

E o tão banal fenômeno que só ocorre de 4 em 4 anos passa tão desapercebido. Poucos dão a importância que ele merece.

Não é só um algarismo que tira o número bonito e redondo dos dias do ano. Ele é o dia que nos foi dado para fazer algo que não fazemos normalmente. Senão, ele seria o comum 1 de Março, tão presente em todos os anos como qualquer outra data menos importante.

Uma coisa que eu nunca entendi: por que os meses tem 30 ou 31 dias e só o pobre do Fevereiro tem 28, meros 29 de 4 em 4 anos?
Essa coisa tão peculiar nunca me foi respondida. E quando pequena, ficava me perguntando se quem nascia em ano bissexto, no tão ignorado 29 de Feveiro, fazia aniversário só de 4 em 4 anos? Nota: eu era bem pequena.

O caso é: o que você pretende fazer com o seu dia bônus do ano que vem? Vai "desperdiçá-lo" com trabalho e estudo (embora o sistema capitalista nos envolva e domine, ninguém é obrigado a nada... ), seguindo o esquema dos outros 300 e tantos dias que não sou finais de semana, feriados, folgas e férias? Ou será que vai deitar e dormir o dia todo?

Seja o que for, faça-o bem. Senão só poderá tentar se redimir em 2012. E como tudo passa (até uva- espaço para piada tosca-), precisamos aproveitar cada vez melhor o tempo. Não é essa sua frase mais famosa no mês de Dezembro- "Nossa, como esse ano passou depressa"-?

Os anos não passam mais depressa. Nós é que passamos mais rapidamente por eles. Segundo minha teoria, o primeiro semestre de cada ano demora 9 meses para passar, embora conte-se apenas 6. E o segundo semestre, que aos nossos olhos voa, leva apenas 3 meses para passar. Ou seja, o tempo é o mesmo. A medida dele que está errada.


Aproveite a matéria irrecuperável o máximo que puder, é só o que digo.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Palito queimado

Meu mundo cabe dentro de uma caixa de fósforo
Meus sonhos podem ser acesos ou apagados
Basta o atrito, basta o vento
Basta o riso, ou sofrimento
Minha mente precisa só de um minuto para começar a querer estar mais viva.
Não preciso de tudo isso
Não quero tão pouco
Não vivo com loucos
Me desfaço aos poucos
E eu sei que não sou só
Há outros

Capítulo II

Embora pequeno, o "mundo apartamento" da moça da boca rouge era de fato muito limpo, organizado e claro. Nem mesmo os tons escuros mudavam essa impressão. Nem por um minuto aquele ambiente parecia sombrio. Sóbrio sim, mas sombrio nunca. Exceto, como citado, o quarto da moça, que era aconchegantemente fóbico, mas não menos claro, limpo e organizado por essa razão.

Ela mantinha o estranho hábito de deixar livros por todos os cantos da casa. E quando se diz todos, não há exceções. Desde a cozinha, onde ficava Pablo Neruda e alguns poemas de Victor Hugo, Manuel Bandeira, Olavo Bilac e Vinícius de Morais, até o banheiro, que guardava Hesse, Dostoievski, Marx e Nietzsche (segundo dizia, era o melhor momento para prestar atenção no que é lido). A sala deixava expostos Schopenhauer, Kant, Rousseau e a Rolling Stones do mês.

Para a varanda, deixava a melancolia mortal de Sylvia Plath. Embora os pensamentos da poetisa suicida não lhe fossem apreciados, ela lia para aprender a dominar sua tolerância ao que não gostava. Cecília Meireles e Cora Coralina dão cor ao que Plath deixava acinzentado.

No quarto via-se uma enorme pilha, mas os destaques eram Tolkien, começando pelo Silmarillion e terminando e Roverandon. O pequeno príncipe também estava lá, junto com Harry Potter e a coleção semicompleta de O cachorrinho samba. Ecletismo literário era algo notável além dos olhos cinzentos e a endoma de mistério. "Tudo pode ser de alguma forma aproveitado".

Sua seleção de músicas fazia jus ao que sentia. Havia dias tanto para Alceu Valença, quanto para Bach. Beatles, Black Sabbath, Rolling Stones, Sex Pistols, Lynyrd Skynyrd, Tha Clash, Strokes, The Doors... enfim... havia espaço para Marisa Monte, Tom Jobim, Chico Buarque, Adriana Calcanhoto, Mozart, Chopin, Vivaldi... Séculos seriam insuficientes para explicar como opostos podem agradar tanto.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Temporariamente sem nome



Capítulo I


Calçou seus novos sapatos de salto alto e couro italiano, tragou seu cigarro de cravo e retocou o tom rouge em seus lábios. Saiu à procura de algo que não sabia. Queria encontrar, mas não podia.
Era difícil entendê-la, conhecê-la. Em seu longo e liso cabelo, uma aura de mistério e cadeados a envolvia. Sua endoma de sigilo tornara mais bela ainda aquela face de olhos cinzentos.

Magra, alta e esguia, todos achavam que deveria ser modelo. Ela apenas respondia que preferia usar o cérebro às pernas. Entre risos e caretas, era evidente o que todos entendiam: que a bênção de Afrodite pairava sobre ela, mas que era apenas um artefato. De fato, Atena sempre lhe fora mais sensata.

A noite chegou mais cedo. O frio já era denso. A chuva era fria e cortante. Tudo isso naquele cenário de ruas estreitas e janelas curiosas que esperavam a dona da boca em rouge, dos sapatos de salto alto e couro italiano e do véu liso e longo do mistério.

O tempo era brinquedo nas mãos daquela mulher. Ela poderia fazer uma hora tornar-se tão longa quanto a eternidade. E 100 anos poderia ser o tempo de tomar um gole do seu prezado chá preto com leite e limão (pessoa peculiar, gostos peculiares). Isso já lhe rendera muitas crises do estômago, mas ela superava e logo voltava ao causador de sua moléstia.

Morava sozinha em um pequeno apartamento no décimo terceiro andar. Para muitos, o andar de mau agouro. Para ela, apenas um andar que dividia o décimo segundo e o décimo quarto. Não se preocupava com superstições. A força do pensamento era o poder mais eficaz do homem. Pena que ele nunca tenha notado isso.

E era lá, no seu pequeno apartamento que ela fazia seu mundo. Paredes pretas com a borda prata, uma cozinha de vermelho vivo, seu quarto aconchegava calmamente um azul Royal que o tornara mais fóbico ainda. Era difícil conter o choque de antíteses: fóbico aconchegante? Como isso é possível? Não há clara explicação. Mas de fato, essas eram as duas palavras que corriam a mente em primeiro instante dos que tinham a graça de pousar o olhar sobre tal cômodo. Essa graça não era concedida a todos. Poucos eram dignos de conhecer e/ou freqüentar aquele mundo do décimo terceiro andar.

De fato, o quarto não era seu cômodo favorito. Servia para seu repouso, para guardar sua enorme coleção de sapatos e suas roupas.

Seu lugar favorito no mundo apartamental à sua volta era a cozinha. Sim, o vermelho vivo a mantinha de alguma forma mais quente. Nem sempre fora da elegância e sofisticação agora citados. Antes era impregnada por um nauseante papel de parede com estampas envelhecidas de cerejas. Ele recobria do chão ao teto, dando-nos a terrível sensação semelhante ao que seria estar preso em um pote de cerejas ao marrasquino. O síndico disse que ainda era preservado porque era de estimação. Estava lá antes dele , aparentemente desde os anos 40.

Não presa ao que o passado insistia em prender, a primeira coisa que fez ao comprar o apartamento foi justamente retirar aquelas extravagantes e velhas cerejas. "O mundo se apega demais ao que é velho, deixando menos espaço do que deveria para o novo", pensava. Mas não era ao todo fria: emoldurou uma enorme cereja e ela ficava pendurada bem acima da geladeira, ao lado do pingüim vestido de mafioso que morava lá em cima.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Promessas de fim de ano

Está acabando o ano.
Outra vez.
E o que você fez?
As promessas de Réveillon 2006/2007 foram cumpridas?
Suas metas foram atingidas?
Mudou de emprego?
Perdeu os 8 quilos prometidos?
Criou coragem e enfrentou seu patrão?
Viajou para Machu Pichu?
Curou aquela bronquite através da acupuntura?
Pintou a casa da sua sogra, que desde 2000 te enche com isso?
Tirou notas mais altas?
Passou mais tempo com sua família?
Parou de beber, fumar, mascar goma sabor menta ou seja lá qual for o seu vício?
Deixou o cabelo crescer?
Cortou e pintou o cabelo?
Passou o vestibular?
Terminou seu TCC?
Fez uma passeata pelo Cansei?
Fez uma outra passeata pelo Cansei do Cansei?
Viu o vídeo macabro do enforcamento do Saddam?
Se indignou com a morte do João Hélio?
O que você fez esse ano pouco importa.
Vale o que você fará no ano que vem.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Top 5- Teenage

Quando completei 18 anos, achei que iria mudar o mundo... Achei que tudo iria mudar, que seria uma pessoa completamente diferente aos 19, com quase tudo que queria naquela infantil época.
Estava bem enganada, diga-se de passagem. Ainda bem.

Dentre tantas coisas que aconteceram de bom e ruim nesse um ano de dois dias (dois dias de atraso para postar... ), fiz uma seleção das 5 melhores coisas da tão esperada e frustrante "Teenage":


*Entrei na faculdade.
Sim, nada demais, acontece com todo mundo. Mas eu não sou todo mundo e gostei disso, achei importante, foi uma grande descoberta de coisas, pessoas e fatos que me machucou, curou, machucou de novo para agora curar outra vez...

*Torrei o limite do meu cartão de crédito.
Sim, é uma ótima sensação... ainda mais com livros que eu adoro. Mas segundo o capitalismo, a gente precisa pagar com juros o cartão atrasado...

*Conheci meu enorme amigo Gui.
Sim, graças a faculdade, a bursite e o elefantinho, eu o conheci. E claro, a Diandra, que me enganou, mas no fundo, sente minha falta.

*Fui num show do Beatles Forever.
Não era o Paul, John, George e Ringo em pessoa... Mas deu para o gasto. Sem contar que sem isso não conheceria a quinta melhor coisa, que foi...

*Conheci meu atual namorado.
Você pode estar pensando: Ah, isso é panaquice, todo mundo acha que o atual namorado vai ser o melhor e que vai durar pra sempre. Bem, ele não é só namorado, ele é amigo, "malhuco" e ombro sempre que preciso. Ele é tudo em um, e esse um é meu. Se vai durar ou não, deixo com o tempo e com Vinicius de Moraes: que seja eterno enquanto dure.

Eis o Top Five- Teenage. A ordem dos fatores não determina importância.
Gui, Diandra, Renê: vocês são especiais para mim... muito.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

I´m not a plastic bag fans


Confesso que sempre fui fã de bolsas grandes, daquelas que dá para guardar a família toda. Práticas para quem tem pressa, precisa jogar tudo correndo porque demora demais se arrumando e sempre está atrasada (eu por exemplo). Além de estarem no ápice da estação, os modelos variam, desde as clássicas Victor Hugo, com zíperes e "praquessebolsoaqui", até as feitas com jornais trançados.

Designer de acessórios, a inglesa Anya Hindmarch (famosa por suas bolsas de 1500 dólares) revolucionou as "tote bags" e lançou uma linha de sacolas denominada I´m not a plastic bag . Feita de lona, no maior estilo "ecologicamente correto", já esteve nas mãos de grandes celebridades, entre elas, Keira Knightley e Lily Cole.


Adorada pelos ecologistas, pelas celebridades e por todo mundo, ela mostra o quanto as sacolinhas plásticas estão fora de moda.

Com suas linhas simples, sem muitos detalhes, mas repleta de personalidade, vendeu milhares nos EUA em cerca de uma hora.

Já pode ser vista em shoppings. O preço lá no exterior é acessível, e por aqui estava em torno de R$ 14,00.

Mas tudo que é muito bom, barato e na moda dura pouco. Feita em edição super limitada, há somente 500 e podem ser encontradas no site ebay (os lances chegam a R$600,00).

A idéia é fazer uso dessa sacola em vez das plásticas, em um apelo pela preservação do meio ambiente.

Com o enorme sucesso e repercussão, em breve será lançada em novas cores e modelos...

A natureza agradece. E nós cobiçamos tão aclamada sacola.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sem título

Mesmo querendo não ficar triste, às vezes é inevitável.
Nos apegamos ao que aconteceu de ruim, inibimos tudo o que há de bom, lamentamos.

Choramos. Berramos. Brigamos.
Certas verdades absolutas doem.

E nada do que fizermos pode mudar. Se não fosse assim, elas não seriam absolutas.
E a reflexão para pensar no que pode ser absoluto, pode ser relativa.
E a relatividade, pode ser extensa.

Mas nada de relatividade extensa absoluta pode aliviar essas pontadas na garganta de tristeza. Os nós no esôfago de desânimo e o borbulhar gástrico. E parece que derramar lágrimas alivia. Mas nem sempre é assim.

No maior estilo "foda-se o mundo", a gente se fecha dentro do casco, e chora. Chora até achar que não pode mais chorar. E quando os olhos latejam e a cabeça está quase em processo de combustão espontânea, volta tudo de novo.

E com as lembranças vem a sede de que poderia ter sido tudo diferente, de que podíamos voltar e consertar o que erramos no passado para não receber essa "colheita maldita" denominada tristeza.

Se por acaso, uma desventura com as leis da física, nos fizesse de fato ter a chance de semear algo que não causasse nenhum dos sintomas citados? Como uma máquina que nos desse a chance de voltar e acertar tudo.

Cairíamos na tão clichê contradição explicada nos filmes mais famosos de ficção: as coisas dariam errado da mesma forma. Por quê? Porque você só volta para o passado por um motivo. E se no passado você altera esse motivo, ele vai arrumar outro jeito para se tornar o motivo da sua volta. Parece confuso?

Como no filme "Máquina do Tempo". Ele viaja para o passado, na esperança de salvar sua mulher. E ela sempre morre. Porque se ela não morresse, não haveria motivo para ele estar ali.

E entre a "colheita", o filme, a morte, o tempo e a física, eu me pergunto: qual será o verdadeiro motivo para estar aqui?

E por que nem o choro, nem a raiva, nem a culpa e o remorso aliviam os nós, as combustões, os borbulhos mudam algo? Nem que for agora, no presente. Não seria tão presunçosa a ponto de achar que minha tristeza pode alterar o passado.

Só sei que o que controla esse mundo, seja um ou mais deuses, seja a tal da energia, seja a força do pensamento ou os Budas do oriente são de fato curiosos. Intrigantes, abstratos. Mas, acima de tudo, curiosos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Éramos 7

Acho que não chorei assim por ninguém na vida. Nem pelos meus avós, nem pelos que considerava da família, nem pelos meus falecidos tios.
A dor da perda era consolável pelo fato de saber que eles tinham vivido boa parte de suas vidas sem minha existência. E outra boa parte depois dela.
Enfim, quando o assunto é a perda de entes próximos, sempre superei bem a morte. Lembro ainda de quando foi o meu avô. Já tinha 9 anos, o suficiente para entender o que estava ocorrendo e sentir que ele nunca mais estaria ali.
Chorei assim faz pouco mais de 6 anos. Eu achara duas cadelinhas dentro do saco de lixo, quase mortas pelo frio. Se permancessem ali, de fato a morte seria concretizada.
E aqui dentro o que bate é um coração, não uma pedra. Ainda que com pouco espaço e mais dois cachorros, recolhi os seres quase mortos.
Conseguimos arrumar um dono para uma das cadelas. A outra, ficou conosco. Durante 1 ano e 6 meses, até sua jornada acabar em um choque com um carro. Sim, morreu atropelada.
Chorei muito, pois a tinha visto bem pequena, quando mamava com auxílio de uma mamadeira... Cerca de 3 anos depois, adotamos outra filhotinha. Não tinha nem direito 1 mês e passara por dois lares. No primeiro, quase morreu por falta de cuidados. E o segundo não podia cuidar devidamente.
Ela cabia na palma da minha mão (que era bem menor do que é atualmente). Não bebia água, nem comia, só sabia deitar de barriga no chão para tentar aliviar o calor.
Com muita paciência e cuidado, cuidamos até ela tornar-se grande, carente e muito saudável. Tão saudável, que teve uma cria. Uma enorme cria de 7 filhotes! E eu vi cada um nascer, cada um crescer até pelo menos 2 meses de idade.
Um deles arranjou um lar. Outro, adoeceu. Temi que fosse perdê-lo, mas conseguimos fortalecê-lo até arrumarmos um dono. E arrumou um ótimo dono, está atualmente bem maior que os irmãos e muito bem cuidado.
O terceiro irmão foi para o lar de uma menina de 2 anos. E diga-se de passagem, está muito feliz lá. Infame trocadilho, seu nome é Feliz.
Sobraram 4. Um foi e voltou, para a minha felicidade, pois era o que mais tinha carinho.

Desde domingo, noto que uma das que ainda restavam, andava meio murcha. Não comia, não bebia água, nem sequer levantava ao ouvir os chamados de seu nome (Ursinha, não me pergunte por que, não fui eu quem escolheu o nome!).
Passei a segunda servindo água, água com maizena e leite com uma colher em sua boca.
Na terça, tentei deixá-la descansando, mas ainda preocupada. Ontem à noite, teve uma melhora e até levantava para beber água.
Hoje, exatamente às 14h, depois de muitos remédios, massagens, colheradas e injeções de remédio na boca, ela morre no meu colo.

Doeu e ainda está doendo. Pode ser exageradamente dramático, de quem é muito choroso e mimado e não sabe agir com maturidade nas horas que necessita.
Isso agora pouco importa.

A maior da foto, Ursinha.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

MEME

Com base em uma postagem do blog de um amigo, o futuro jornalista Ricardo Brandão, resolvi também fazer o Top Five da Infância...


Quando eu era uma mini-eu, não podia faltar:



Ao contrário da maioria das crianças, que era fã de Nescau e Toddy, eu adorava o chocolate dos padres. Sem açúcar, lembro da iguaria sendo utilizada no preparos dos melhores bolos que minha avó fazia.







Sim, eu adorava Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball e todas essas outras coisas importadas do Japão. Mas como "Só pode haver um... "(AHA, momento Highlander... passou, podem haver mais 3 depois desse), escolhi o mais clássico de todos: Caverna do Dragão.





Lego! Sim, como enfatizado anteriormente nessa mesma Bat hora, nesse mesmo Bat Blog, infância sem Lego não é infância! Por isso, minhas horas passavam sem medo quando eu sentava com um balde de Lego do lado... Sim, fosse de piratas, de castelos...
Sempre Lego.




Claro! Não podia faltar! Infância sem Disney não é infância (mesma fala, pontos diferentes)! Não perdia nenhum clássico, desde A Branca de Neve e o Sete Anões até o seu grande trunfo, O Rei Leão.
E depois de grande, ainda os assisto, visando ter em DVD todas a coleção que tanto marcou minha infância.







E por último, mas não menos importante, até porque a ordem dos fatores não altera os MEMEs: Tv Cultura! Nem vem, eu sei que assim como eu, você na faixa dos 23 aos 16 assistia Castelo Rá Tim Bum, Rá Tim Bum, Contos de Fada, X- Tudo...
E quem melhor do que a Tv Cultura para representar um elemento na minha infância?



Enfim, não há uma ordem, nem uma lista dos mais importantes. Foram só as coisas que vieram em mente quando pensei: Quando era pequena...
E o mais importante de tudo é que eu tive uma boa infância.

Não captou o que é MEME? Eis a resposta.

Crise Pré-19

Meu aniversário está chegando. E pela primeira vez em quase 19 anos, não estou empolgada e não o vejo com um bom sinal.

 A ilusão de 17 pra 18 é boa. A decepção dos 18 é triste. Os meus 18 foram catástróficos em sua maior parte. Eu colho o que ficou de bom e enterro o que foi ruim. Uso de adubo para os meus 19.

Com o medo da primeira colheita na casa dos 20. Tenho medo dos 19. Porque não é um número redondo. E eu gosto de números redondos.

E a próxima vez que voltar a ser número redondo, entrarei na casa dos 20. Isso é horrível!!! Me sinto velha…

Até notei novas rugas embaixo dos meus olhos. E me sinto mais gorda. Como será que estarei aos Pré-20?

 20 Anos!

 Isso é o que mais me perturba! O fato de ter 18 essa semana e pensar que o ano que vem farei 20...

Read the book, listen the music...



"O Teatro Mágico- Só para raros"...

Se você pensa que essa idéia é recente, que veio junto com a trupe que canta com nariz de palhaço, está muito enganado...

Essa é uma das partes que mais gosto em "O lobo da Estepe" (Hermann Hesse). O alemão já pensava nisso muito antes de nós sequer imaginarmos que poderia vir a ser o nome dos "fazedores de música" mais folclóricos dos últimos quatro anos.


Na verdade, no livro, a real sentença é: Só para loucos...


Está ai, dicona de leitura: Hermann Hesse...

sábado, 10 de novembro de 2007

7 meses em atividade!


Uma salva de Uhas, ie ie iês e letshi letshi aos que me visitaram, tão longe do chão, nesse meu submarino amarelo nesses 7 meses!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

A que ponto chegamos?


Em contra-partida à uma entrevista publicada ontem (04/11- "Voz contra o preconceito) no jornal Estado de S. Paulo (Caderno Feminino), relatando as ações de uma militante e ex-prostituta que busca direitos trabalhistas para a categoria, venho de forma humilde e singela expressar meu ponto de vista.

Antes de ser criticada e rotulada como preconceituosa, quero destacar o seguinte: TODO e QUALQUER cidadão é igual diante a lei, independendo sua ocupação, é SER-HUMANO acima de tudo. Logo, o respeito deve ser igual, acima de tudo.

Acontece que Gabriela Silva Leite, 56, ex-prostituta e atual militante, luta para representar a Rede Brasileira de Prostitutas.
Agora junto ao Congresso Nacional, busca a regulamentação da profissão, com piso salarial, carga horária, assistência social, aposentadoria etc.

O fato é: a profissão ainda é ilegal, mas sobrevive há muito tempo (desde a Antiguidade, sendo uma das ocupações mais antigas do mundo). Me arrisco a dizer que só sobrevive porque há "mercado" de trabalho (diga-se de passagem, responsabilizo os homens em 85% por essa afirmação).

Que essas mulheres sofreram e que devem de fato, encontrar ajuda só nesse meio, não posso negar. Não condeno e nem julgo. Mas regulamentar uma situação dessa, com incentivo fiscal e mais impostos para o governo através da prostituição, já é um pouco demais.

Além de claro, se regulamentada, haverá uma demanda grande de mulheres que, sem mais alternativas, vão buscar a "segurança" nesse ramo, se regido pela lei como sugerem as representantes da Rede.

Hoje, com tantos meios para arrumar dinheiro sem essa opção, com tantas oportunidades a mais do que antigamente, apoiar uma luta dessas é um absurdo. E lucrar com o recolhimento de INSS e mais não sei quantos impostos cobrados aos trabalhadores registrados, se contarmos com a regulamentação da prostituição, é muito mais do que demais.

Que bonito o governo receber impostos sobre a prostituição! E chamam isso de inclusão social.

Por que ao invés de apoiar a regulamentação do ramo, não há a luta para a valorização das mulheres no mercado de trabalho especializado? Por que não atuar numa área que não precise de tanto sofrimento, vergonha e humilhação (como várias ex-prostitutas já relataram em diversos meios de comunicação)?

E há os que abominam a liberação da maconha. Se é para faturar com impostos, que seja com o comércio de plantas e não de gente.

Para a minha luz.

Era fria e macilenta. Apesar das feições delicadas, parecia sempre triste, zangada e infeliz. Sorriso amarelo, rosto cinzento, olhos de um azul opaco. Não havia brilho nem no olhar, nem no pensamento. A culpa não era dela. Sempre que via uma luz, agarrava-se a ela, segurava com toda a força que podia. Mas nunca houve luz o bastante que tirasse aquela sombra que a cobria. Tão magra, que nem suas antigas roupas de quando menor e mais leve pareciam servir. Nem Dostoyevsky, nem Nietzsche, nem Platão, Sófocles, nem Sócrates ou Heráclito a entendiam. Nem a fome, o sono ou a euforia pousavam sofre aquela face. Durante quase 4 longos meses, não sorria. Durante quase 9 meses, não dormia. Durante quase um ano, era completamente incompleta, infeliz e outros "ins" que só os condenados carregam.

Nem sempre fora triste, macilenta, zangada. Vivia em seu mundinho pequeno, com pessoas pequenas, sonhos menores ainda e apenas com desejos de criança. Montanhas de morango, sapatos que piscam quando andamos e muita purpurina. Pelo menos, era visivelmente feliz.

E as pessoas a deixaram, seu mundinho acabou e não sonhava mais, pois não dormia. E os desejos de criança cresceram, mas não amadureceram. Eram adolescentes mimados que se julgavam maduros e inteligentes o suficiente para dominar seus pensamentos, vontades e necessidades.

Parece ruim? Nem tanto. Acontece que por acaso do destino (ou não, simplesmente porque acasos não existem), surge uma luz. Uma luz maior que ela, que por ser tão clara, tão reluzente, não pode ficar ao lado de qualquer outra coisa ou ser. Ou a intimida, ou a ofusca. Por isso, era uma luz solitária.

E enquanto a magrela repleta de sombras, cinzenta de olhos frios e trajes largos buscava a luz, a luz de brilho imenso e olhos mais verdes que esmeraldas (sim, a luz é uma pessoa, quem diria!) procurava um pouquinho de sombra para tentar ser menos intensa... Luz demais cega. E os dois se trombaram. Sendo tão iguais, mas tão diferentes, podia a luz e a sombra ficarem distantes?
Não mais.

Não agora que um sabe a importância vital que ambos têm.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Mais uma lista

Famosa por minhas listas pós e contras, eis que faço à pedido da minha parceira de quase 9 anos, questionando os prós e contras de cursar jornalismo.
Não me acho a mais entendida do assunto, mas um pouco, me arrisco.

Prós:

Não é monótono;
Conhecemos diversas pessoas em todos os meios;
A tendência é conhecer um pouco de tudo;
"Jornalista geralmente ajuda jornalista" (note as aspas);
Grande poder de disseminar idéias;
Atuação em diversos campos;
Uma pós especializada pode torná-lo profissional "1001 utilidades";



Contras:

É concorrida (não que isso seja um contra, mas...);
A pressão é grande;
O salário é pequeno;
O sono é pouco;
O estresse é muito;
A censura editorial e dos veículos de comunicação "podam" o jornalista;


Enfim, há mais prós e contras, mas por hora, são somente esses.

O mais importante: você gosta de jornalismo? Quanto tempo não lê um jornal? Olha uma notícia no Band News (dispenso a Globo, por favor)? E no rádio, só Mix e 89 ou passa pelas estações que falam mais do que as mais tocadas?

Reflita. Pense. Boa sorte.

Os 4 versos


Uma enorme legião de pessoas, queria ser um Mccartney.

Outros, preferiam Harrison.


Muitos almejaram ser integrante da família Lennon.

Mas todos, todos mesmo, almejam ser Starr.


Elsa Villon.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Não é "Bom demais da gota serena"


O Homem que desafiou o diabo chegou às telas oficialmente dia 28/09. Com elenco renomado dos noveleiros da Globo, a produção prometia humor nordestino à lá João Grilo, mas parece que faltou farinha, não passando de um mungunzá fraquinho, sem gosto. "Rapadura e circo".

José Araújo Filho (Marcos Palmeira) é o típico forasteiro que chega em Jardins dos Caicós, como fornecedor de tecidos.
Conhece o turco Sayyd (Renato Consorte), dono do armazém da vila. Por acaso do destino (ou não), encontra Dualiba (Lívia Falcão), num baile típico. Sem saber que era a filha do futuro cliente, acaba por "estender o divertimento para além dança". Moral da história: casa ou morre... ou é capado, o que parece ser pior do que qualquer uma das anteriores.
"Casaram mas não caparam". Esse é o termo para Araújo em um "antro de perdição", quando uma "acompanhante" lhe faz a pergunta. Dualiba pode ser tudo, menos fraca, receptiva e submissa. "Enreda o cabra, laça, fere e marca".
Já sem moral no vilarejo, o protagonista assume a identidade de Ojuara (Araújo ao contráro), vinga as humilhações sofridas e parte para longe.
Em sua trilha, conhece o "Cão danado" (Helder Vasconcelos), a Mãe de Pantana (Flávia Alessandra), o "Preto Velho"(Antônio Pitanga)... Se envolve em confusões, sempre justificando a valentia como combatente à injustiça. Se engraça por Genifer, ou GBA (Fernanda Paes Leme), e até ter cobiçada companhia, passa por maus bocados...

Muita indecência. Pouco riso. Foge ao estilo "Globiano" (uma vez que é mais uma produção Globo Filmes) do sertanejo mais esperto do que corajoso.

Vi e não gostei. Mas ninguém me leva muito à sério. Então, se quiser umas poucas risadas, assista.


Fontes: WarnerBros
Cinema com rapadura

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Título? Sem muita criatividade para isso

Ando sem idéias ultimamente... infelizmente.
A cafeína não tem sido eficaz. Eu não sou muito sagaz.
Está tudo meio sem gás.
Sem graça.


Parece que os assuntos se esvairam.
E nada de surpreendentemente novo acontece.
Nem quero citar a Mônica peladona. Isso é um desrespeito, visando que como jornalista, precisou sair nua e ter uma filha com um certo dono de cabeças de gado fantasma para estar na mídia.

Se alguém achar criatividade, me devolva, é minha. Eu perdi faz um tempinho.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Só os tolos não gostam de Beatles...


E o mundo está cheinho de tolos...





















Ringo manda. Ringo comanda.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Nothing is real...


The Beatles - Strawberry Fields Forever
Let me take you down
´Cause I´m going to
Strawberry Fields
Nothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry Fields forever

Living is easy with eyes closed
Misunderstanding all you see
It´s getting hard to be someone
But it all works out
It doesn't matter much to me

No one I think is in my tree
I mean it must be high or low
That is you can't you know tune in
But it's all right
That is I think it's not too bad

Let me take you down
´Cause I´m going to
Strawberry Fields
Nothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry Fields forever

Always, no, sometimes, think it's me
But you know I know when it's a dream
I think, er, no I mean, er, yes
But it's all wrong
That is I think I disagree

Let me take you down
´Cause I´m going to
Strawberry Fields
Nothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry Fields forever
Strawberry Fields forever
Strawberry Fields forever

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Poema voltado à primeira pessoa do singular (ou poema egocêntrico- como preferir)

Eu que era completa
Hoje sou pedaço

Eu que era elétrica
Hoje não tenho nem luz

Eu que era sonhadora
Hoje acordei sem sonhar

Eu que era lutadora
Hoje não quero levantar
de mais um soco, mais uma queda
Mais uma pausa

Eu que achava o domínio das situações na palma da minha mão
Hoje não acho uma solução
Para parar de pensar que hoje o dia está pior do que ontem
E melhor do que amanhã

Não quero pensar no hoje
Não quero pensar no ontem
Não quero pensar no amanhã
Não quero mais pensar

Porque quem pensa sabe
E quem sabe, sofre

Eu que me achava forte
Hoje não agüento nem mais pensar


Porque no acúmulo de sabedoria, acumula-se tristeza
E quem aumenta a ciência, aumenta a dor.

Frankstein, Mary Shelley

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Fruto da polêmica

Se foi uma cartada de puclicidade, eu não sei. Mas que o filme é ótimo, é.
Tropa de Elite finalmente chegou ao cinema. Com muito mais polêmica e expectadores do que o esperado (domingo de estréia, 21:30, 3 salas de cinema reservadas... 3 salas de cinema lotadas... ).
A atuação de Wagner Moura é impecável. E mais do que isso, o drama é real.

Policiais corruptos, políticos corruptos (isso é um pleonasmo) e traficantes... favelas, mães e o postal mais famoso do país.
O filme mistura raiva, comoção, nojo e revolta de uma só vez.
Raiva da situação. Comoção da população que vive nesse meio. Nojo dos que tiveram a oportunidade de não precisar participar e participam dessa situação por mau-caráter . Revolta de querer mudar e não saber como.
Isso é o que define bem a sensação após o filme. Revolta. Você sente raiva de si mesmo por não se dar conta do egoísmo que bloqueia sua visão para resto do mundo. Somos empelidos a agir por nós mesmos. Se estamos bem, é o que importa. Não estou julgando. Só apontando. Querendo ou não, eu também sou assim.
E não sei como deixar de ser, mesmo querendo.

O cinema brasileiro se impõe de forma espetacular. Pena que é o provável estrangeiro de ficção o mais destacado. Ou não.

“Foi um trabalho muito intenso e que me exigiu muito. Todos nós do filme fizemos trabalhos com policiais [...] Foi bem difícil. Principalmente porque estamos precisando de heróis. E eu não acho que um policial que tortura seja herói"

Wagner Moura, para a coletiva de imprensa após primeira apresentação oficial de "Tropa de Elite".


Fonte: Cinema com rapadura e Folha On Line


terça-feira, 18 de setembro de 2007

Está melhorando...


The Beatles - Getting Better
It's getting better all the time
I used to get mad at my school
The teachers who taught me weren't cool
Holding me down, turning me round
Filling me up with your rules.
I've got to admit it's getting better
It's a little better all the time
I have to admit it's getting better
It's getting better since you've been mine.
Me used to be angry young man
Me hiding me head in the sand
You gave me the word
I finally heard
I'm doing the best that I can.
I've got to admit it's getting better
It's a little better all the time yes
I have to admit it's getting better
It's getting better since you've been mine.
I used to be cruel to my woman
I beat her and kept her far from the
Things that she loved
Man I was mean but I'm changing my scene
And I'm doing the best that I can.
I admit it's getting better
A little better all the time
Yes I admit it's getting better
It's getting better since you've been mine.
Getting so much better all the time.

A caneta é mais engraçada do que a espada

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Balanço dos primeiros seis meses

Tem horas que vida dá uma chacoalhão na gente e berra:

-Ow, não dá para ser agora. Não é assim que funciona. Vai ter que esperar.

Isso dói. Mas é a real.

Em quase seis meses postando no "Movida a..." notei que as coisas que mais dóem, são as que nos fazem amadurecer mais.
Crescer como indivíduos. Olhar as coisas por outros ângulos e perceber que nem tudo dá para ser controlado, planejado e guiado por nós.

Parece um clichê (na verdade é), porém somos seres insignificantes diante a imensidão do Universo, dos seus mistérios, verdades, fatos e acontecimentos. Somos impotentes (não levem por trás) diante de tudo que acontece o tempo todo em cada pedacinho de céu, de mar, de chão, de mundo.

E quem adora arquitetar tudo, ter o controle de tudo, saber exatamente como vai viver pelos próximos 100, 10, 5 anos, ou pela próxima semana, pode se desiludir, se frustar.

A vida é feita ao acaso. E é do acaso que podemos viver.
Planeje sim seu futuro, mas não comprometa seu presente limitando seus planos.


"Não há porque fazer a este cômico mundo a honra de levá-lo a sério."
Herman Hesse

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Ensaio sobre a cegueira*** título plagiado, conteúdo não***

Tudo perdeu o sentido.
Tudo está perdido.
Não vejo luz.
Não vejo esperança.
Não vejo nada.
Fui cegada.
Pela injustiça.
Pela impunidade.
Nada adianta.
Nada melhorará.
Parece pessimismo.
Na verdade, nem no pessimismo dá para acreditar.
Acredita no quê? No que acredita?
Acredita na luta? Na vida? Na verdade?
Eu acredito na bondade.
E por acreditar nisso, e por isso lutar é que fui cegada.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

O sentido do torno

A tristeza realmente traz inspiração...

A crítica realmente nos faz pensar...

O almoço realmente nos dá sono...

O sono perdido realmente não voltará...

As voltas realmente giram em torno...

Em torno? Em torno!

E nada parece rimar ou fazer sentido às 19:29 de um feriado em plena sexta-feira.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Deadline

Sabe quando a gente precisa de uma pauta e nada surge em mente?
“Preciso de uma pauta”, um gole a menos na xícara e a mais na Elsa. “Logo, preciso de uma pauta logo”. Outro gole a menos a xícara. Ou a mais na Elsa, isso é relativo, bem dizia Einstein.
Logo o café acaba. O ânimo se esvaire. E nada, absolutamente nada aparece como “a luz no fim do túnel”.
“Meu prazo é sexta. Sexta é o meu dia de postar no blog. Sexta. Sexta... é a deadline”.
Isso não é consolador. Parece que só funcionamos sobre a pressão de um prazo sob nossas costas. E não deveria ser assim.
A inspiração deve fluir naturalmente, como todos os “ãos” do organismo (transpiração, respiração etc).
Por que para alguns ela vem na forma do álcool, do tabaco, dos entorpecentes, do café (meu caso)? Por que não chega sem pedir licença, escancarando os pensamentos perdidos nos vãos do cérebro?
Não sei a resposta. Só sei que nada sei, como diria Sócrates.
Só sei que minha deadline é sexta. E que eu preciso de uma pauta. Porque sexta é meu dia de postar no blog. E eu não funciono sem café. E nem sem pressão.
Café + pressão= inspiração.
Jornalista precisa saber trabalhar sobre pressão...
Isso é o que todos dizem. E os que eles dizem faz pleno sentido. Não sei como sobreviveria na selvageria de uma redação. E nunca senti que estivesse de fato, pronta para fugir do predador, vulgo redator. Eu tenho medo dessa espécie...

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Vou me transformar em poeta...

Aos 28 anos, o poeta Paulo Almada lança seu primeiro livro: Vou me transformar. Formado em Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina, seu livro é feito por suas vivências e sensações, embora o Modernismo, Leminski e Quintana sejam algumas influências literárias. “Vou me transformar” é uma obra de bolso que se torna complexa por sua simplicidade. As ilustrações da mãe de Almada dão o toque de delicadeza e completa os versos. Musas, sentimentos e emoções... Eis as temáticas do autor, que conta um pouco sobre seu primogênito lírico.


Qual a temática de Vou me transformar?
Ainda não sei dizer, talvez quando escrever mais eu possa fazer uma comparação. Mas os grandes temas estão lá, amor, saudade, amizade, pobreza, natureza, mistério. O que você acha?

Seu livro capta um pouco da alma Arcadista (fugire urbem e carpe diem)?
Com certeza não, mesmo que se possam apontar alguns elementos do arcadismo a comparação é com o modernismo e o que veio depois dele com a sensação de derrubar barreiras e tabus, mas com amor. Com amor e humor.

Então a inspiração em tempos literários é...
Não me espelho em nenhum, mas reconheço influências do bandeira, quintana e Leminski.

Inspira-se então nos autores, não nas influências dos períodos?
Minha inspiração são minhas sensações, me concentro nelas até que tomem a forma de sons e palavras, se algum período ou autor demonstra influência não é intencional.

As ilustrações do livro são um toque de sensibilidade e delicadeza. Quem as fez?
Minha mãe.

Muito legal. Dentre as musas citadas nos poemas, há alguma em especial?
Já pensei muito nisto, se seria esta ou aquela, a especial é a que está junto no momento.


Pretende escrever mais alguma obra?
Sim. Planos para o futuro.Trabalhar com honra e seriedade, treinar aikido, me guiar pelo equilíbrio e acreditar no amor.

Sua graduação em Engenharia Ambiental teve quais relações com a inspiração para escrever?
Penso que o principal fator foi desde cedo eu gostar de ler, mas minha formação na área de exatas com certeza contribuiu, acho o raciocínio lógico fantástico porque não tem crises.

Qual o maior desafio ao lançar o livro?
O maior desafio é depois de começar e escrever, acreditar que pode ser feito. A partir daí é questão de tempo.

A família apoiou?
A família foi pega de surpresa, não sabiam que eu estava escrevendo, mas depois apoiou muito.

E tem mais alguma obra em andamento?
Comecei a escrever de novo, mas não penso ainda em publicar e etc, confio que quando chegar o momento eu saberei.

Como conseguir o livro? Entre em contato com pauloalmada@yahoo.com.br

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Beatles 4ever


Maratona Beatles 4ever...


Saiu no Folhateen... Até que enfim!

Beatles 4ever, no guinness! UHUUU!!!!

Depois da coletânea todas às últimas sextas-feiras do mês no teatro Lauro Gomes (São Bernardo do Campo), eles precisavam ir além.

Não basta tocar Beatles. Precisam interpretar e se vestir de acordo. Cada um deles é uma "réplica brasileira”. E em cada música, assumem (muito bem, diga-se de passagem) a posição do seu respectivo interpretado.Formado por 4 grandes fãs dos garotos de Liverpool, não podemos ignorar o fato de que são ótimos.

Para os que tiveram a dádiva de presenciar Paul, Ringo, George e John unidos, talvez não. Mas para quem, assim como eu, só teve a graça de conhecê-los depois do triste fim, algum consolo traz.

Voltando ao feito que os tornará parte do Guinness (assim espero): 16 horas seguidas de show. Sem pausas. Todos os álbuns apresentados de uma só vez. Aja pique. Aja fôlego. Aja grana.

A maratona começará às 10:00 do dia 08/09 com “PLEASE PLEASE ME” e terminará às 2 da matina do dia 09/09, com “PAST MASTERS 2”, no Teatro Crowne Plaza (Consolação).
Há todo um preparo físico, dizem os covers. Academia 3 vezes por semana, acompanhamento com nutricionistas. Tudo para o “grande dia”.

Os ingressos são vendidos separadamente para cada show, ou, num preço especial para todos.

Cada álbum: R$30,00.
Todos os álbuns: R$160,00.


Lembrando: estudantes pagam meia.

Integrantes: Ricardo Júnior(Paul), Ricardo Felício (Ringo), Marcos Rampazzo(George), Fábio Comlombini(John) e Edson Yoko(teclado).

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Ninho de gravetos, ventre masculino... e nada mais do que isso


Queria ser passarinho.
Que não precisa de mais do que gravetos para fazer seu ninho.
Queria ser cavalo marinho.
Que é o macho que leva no ventre os filhotes com muito carinho.
Queria ser um pouco menos humana.
Queria ser mais animal.
Na natureza ninguém se engana.
O ser humano é ser boçal.
Que quero sem querer.
Parar de querer ter.
Ter vida.
Ter rumo.
Ter ânimo.

E o ato de querer não querer é se contradizer.
Contradição? Eu acho que não.

Agiotagem

Algo precisa mudar.
Ainda não sei o que é.
Talvez o cabelo, talvez a cabeça.
Talvez nada, talvez emudeça.
Talvez não existe.
Talvez é alpiste.
Jogado aos pombos da praça.
Talvez é plena salvação, plena desgraça.
Talvez é contradição, é cogitação, é dúvida.
Talvez é dívida com o pior agiota:
você!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Ainda não cobram para a gente sonhar... mas ouvi falar de uma Medida provisória que rigorará em breve...


Sem hipocresia. Não vou mentir. Não adiantaria. Eu quero muito dinheiro. E pouco trabalho. Sou capitalista, assumo. Mas penso: se sem tanto dinheiro tento ajudar as pessoas, com dinheiro, poderia fazer muito mais. Parece utopia.
"As pessoas ficam amargas, egoístas e estúpidas com dinheiro".

Discordo. Não precisa ser assim. Podemos ajudar, investir, sermos solidários.
Bleh... não sou nada mais do que uma estudantizinha de meia pataca.
.. ingênua demais para acreditar que isso possa, de fato, acontecer...

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Paixão por bateria, paixão por bateirista


Precisa dizer mais alguma coisa?

O remédio para o tédio é a maçã


Algumas coisas tornam-se tão repetitivas no cotidiano, que acabam enjoando.
Nem mesmo quando temos novidades sobre o que já não é mais novidade é suficiente.
Precisamos de mais algo... de algo mais...
E o que viria a ser esse algo mais?
O que está faltando?
Nada.
O seres que são curiosos demais.
Por isso não vivemos nus no paraíso.
Por isso as mulheres sentem dor ao parir.
Por isso o homem foi obrigado a trabalhar.
Por causa de uma maçã. Pelo menos, "reza a lenda".


A curiosidade humana causou a evolução. A evolução ocasionou diversas descobertas. As descobertas, causaram pesares e prazeres.
É só pesar o que pode ser bom quando somos curiosos. Ou não.


Bem, um certo empresário até que se deu bem com a "Maçã"...

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Esclarecendo o "queremos postagens novas"- Segunda Parte

Elsa sem fé.
Mesmo com café.
Nem o café tem sido suficiente.
Elsa precisa de algo motivador para retomar sua inspiração.
Sem inspiração, não há como escrever em blogs.
Ponto final².

sábado, 21 de julho de 2007

Frases marcantes da Elsa- Primeira Parte

Eis algumas pérolas de Elsa Villon. Se as vir por ai, desconfie. São minhas.

"Não há lugar como o bar".

"Com fé e café, tudo é possível".

"A Globo é uma infecção generalizada".

"Porque os quatro cavaleiros do Apocalipse chegarão em um gol quadrado tunado".

"E se eu apareço na favela em dia de entrega de papelote vestida de black tie?"

"Sim, siga seu coração, pois os olhos podem cegar, a cabeça pode falhar e o nariz ser facilmente ludibriado..."

"É um caputalismo, isso sim!"

Não copiem. Sejam originais.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

...


Bad Religion - Infected
now here i go,
hope i don't break down,
i won't take anything, i don't need anything,
don't want to exist, i can't persist,
please stop before i do it again,
just talk about nothing, let's talk about nothing,
let's talk about no one, please talk about no one,
someone, anyone

(refrão)
you and me have a disease,
you affect me, you infect me,
i'm afflicted, you're addicted,
you and me, you and me

i'm on the edge,
get against the wall,
i'm so distracted,
i love to strike you,
here's my confession,
you learned your lesson,
stop me before i do it again

just talk about nothing, let's talk about nothing,
let's talk about no one, please talk about no one,
someone, anyone

(refrão)

you're clear - as a heavy lead curtain want to drill
you - like an ocean,
we can work it out, i've been running out, now i'm
running out
don't be mad about it baby,

yeah yeah yeah

you and me, you and me,
i want to tie you, crucify you,
kneel before you, revile your body,
you and me, we're made in heaven,
i want to take you, i want to break you,
supplicate you, with thorny roses,
you and me, are incurable,
i want to bathe you in holy water i want to kill you,
upon the alter, you and me, you and me.

Rebelde "sem calças"


"Estamos acorrentados a um sistema fútil, capitalista e conservador".


Estou cansada dos processos de jornalismo mecanizados, padronizados e parecidos.
Precisamos da inovação. Buscar o novo, a notícia de ontem, é de ontem. Para isso servem os telejornais.
Nosso ramo impresso está servindo apenas para embalar peixe. Lamentável.
E nós, tão ávidos estudantes, com a sede do "quero mudar o mundo" e a fome do "mais ação, menos pretensão", estamos enfraquecendo. Não por sermos saciados. Pelo contrário.
Não há espaço para uma visão mais ampla. Não há espaço. Isso é desanimador, desmotivador e brochante. Mas, quem sou eu para questionar, cobrar ou indagar qualquer coisa? Apenas uma "estudantizinha de meia pataca com um monte de ideais e ideologias de boteco"...
Amém.

Conversas à lá "eméssiene"- Parte I

-Oi.
-Oi.
-Td bem?
-Sim, e vc?
-To bem tbm.
-Vc sumiu. Pq?
-Muito trabalho.
-Ah tah...
-Sarcasmo?
-Não, só ah tah.
-Ah tah...
-Sarcasmo?
-Não.
-Vou nessa, se cuida... bjo
-Bjo.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

O papa é pop?


E o nosso ex-nazista e atual pontífice apontou que só os católicos são salvos por Cristo.
Tomou para si o salvador. Os outros? Que se lasquem... e queimem no inferno sem a salvação...
Nada contra os católicos, que fique claro. Só contra o líder religioso que disse isso. Um tal de Bento XVI...
De tão absurda essa declaração, nem me aprofundo no tema.
Primeiro porque pode parecer um ataque pessoal contra Vossa Santidade papal.
Segundo porque o que ele fala, pra mim, não tem a menor relevância.
Terceiro porque eu não acredito na salvação por meio de Cristo.
Acreditem no que quiserem.
Sigam o que quiserem.
E bebam com moderação.

Ps: O papa é a cara do Tio Fester...

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Importação de cultura e câmbio folclórico


Vamos combinar o seguinte: ninguém precisa ser viciado, fanático, desvairado e fã da trupe do Teatro Mágico. Gosto não se discute. Não obrigo ninguém a gostar de nada. Mas sair dizendo que é idiota, tolice e um bando de babacas com nariz vermelho é coisa de caras de bunda.

Modinha? Sim. E daí? Tantos escutam os modismo e estrangeirismo e nem se importam se é modinha ou não.


O problema é aceitar o que é nacional. O que é nosso, feito e criado aqui. As coisas que temos de bom são sempre "cafonas" para as más línguas.
Não neguem. Os jovens preferem a "febre EMO" à TM.

As letras são inspiradas (e muito) na literatura de cordel, nas cantigas de ninar, nas brincadeiras de corda. Coisas mais puras da infância mítica que tivemos, no nosso folclore. Não é nacionalismo e nem apego à legião de caras brancas. Apenas rebatendo comentários tolos que ouço diante a afirmação:"Sim, eu gosto de TM".

quinta-feira, 12 de julho de 2007

E o bichinho me infectou...

"Que o teu afeto me afetou, é fato, agora faça-me o favor..."



Pois é, pois pois. Eis que a veterana malvada corrompeu a séria sem noçã0 aqui.
E a trupe do Teatro Mágico não sai mais do meu MP4... E ninguém agüenta mais ouvir Camarada d´água e nem pratododia...
Culpa da Diandra.
Culpa dessa legião de músicos com nariz de palhaço.
Que fazem versos do avesso... e no avesso, mostram que nada é regular... E nada de regular o volume pra ouví-los!
Eles são o grito em verso, a prosa em refrão... São o sim, talvez e o não...
Enfim... as letras se encaixam em alguma coisa na sua vida. Ouça e saberá o que.