terça-feira, 21 de dezembro de 2010

For him

Autocad e plotagem, cachos e cerveja.
Vivemos cá nós, nessa relação de estável liberdade.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Coisas que já aprendi aos 22 anos

Não fugindo à tradição, segue um texto sobre as coisas que já aprendi aos 22 anos. Foram tantas que nem deu tempo de escrever o texto antes. E algumas ainda estão em fase de experimento.

Aprendi que posso passar um mês sem café. Foi um mês árduo, difícil, com crises de enxaqueca e humor. Mas consegui.

Aprendi que artigos eletrônicos não devem ser ligados e desligados, pois os componentes das placas sofrem uma deteriorização maior do que se ficasse ligados o tempo todo. Créditos a Guilherme Pucci por essa informação.

Aprendi que algumas coisas e pessoas simplesmente vão embora. Não adianta, se passa o tempo e elas se vão, é um sinal de que o lugar delas nunca foi aquele. Elas estão usurpando o espaço de outra pessoa e insistir nisso só traz sofrimento.

Aprendi que aqueles que voltam, não importa de onde, nem quando, são para ficar. Lá é o lugar deles. E eles podem não ocupá-lo fisicamente, mas sempre estarão lá.

Aprendi a usar parcialmente o Final Cut e tenho certeza: meu TCC não será em vídeo.

Aprendi a usar o Sound Forge e tenho quase certeza de que ainda vou trabalhar em rádio.

Aprendi que muito do que sou não vai mudar muito. Sou adaptável, mas não mutável. E não quero mais tentar. Aprendi que tentar deixar de ser quem somos só dá trabalho. E frustra, porque não tem como deixar de ser exatamento isso que a gente é. Mas o Leminski disse que vai nos levar além. E eu confio no Leminski.

O que eu ainda não aprendi é a parar de gostar das pessoas. Mesmo as que me magoam profundamente. Mesmo as que já não gostam de mim e até mesmo aquelas que nunca gostaram. Isso eu ainda não aprendi. Mas eu vou.

Vou aprender a não ser tão autêntica e transparente. Porque quando a gente é sincero demais, fica também vulnerável.

Eu vou aprender tudo isso e muito mais, antes mesmo dos 23 baterem assustadoramente à porta. Ou não.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Palato

Dias vão correndo
E as horas, por semanas, escorrem
O tempo foge aos dedos
O tempo foge aos medos
O tempo foge

Corre, velocista
Vai rápido, voando
As folhas do calendário vamos arrancando
O tempo urge

Toada do tempo é o vento
Que o acompanha em sua melodia
Que dançam sua valsa com alento
Firmando saudosa parceria
O tempo deixa

Deixa a deixa de um novo tempo
Que talvez tenha gosto de ameixa
E tem aquele quese queixa
Por não gostar do gosto do tempo
Mas tem que provar

E eu provo
Aprovo
E trovo

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Crise Pré-22

Não fugindo a tradição, eis que começo o relato da Crise Pré-22. Quem acompanha o blog, já sabe que pouco antes do acréscimo anual natal, a autora que vos fala passa por um período crítico em sua existência. Ou apenas mais uma de suas dramaticidades. Escolha o que melhor convir.

Poderia afirmar que os astrólogos se equivocaram completamente delimitando o inferno astral das pessoas como o mês que antecede seu aniversário. Pelo menos, afirmo agora, com quase 22 anos, que dessa vez, a crise foi pior.

Eu já havia dito nas crises anteriores que a tendência é sempre piorar. E é ruim ter razão quando é para uma coisa ruim. Na saudosa retórica "eu prefiro ser feliz a ter razão", eu continuo preferindo a felicidade à razão.

Faz 5 meses que minha vida virou do avesso. O primeiro semestre do ano me deixou várias marcas, algumas positivas, outras nem tanto. E quando o meio dele chegou, juntamente com o inverno, a vida se vestiu de Sérgio Mallandro e mandou um enorme "Glu glu ié ié" para mim.

Mostrou que estava completamente errada sobre tantas coisas, que agora questiono sobre o que tenho razão. Se eu aprendi algumas coisas com 21 anos, desaprendi e/ou contestei boa parte delas nas vésperas dos 22.

Meus defeitos se mostraram tão latentes nesse inverno e metade de primavera que minha auto-estima, auto-confiança e auto-qualquer-coisa-que-nos-matenha-forte cairam mais que a Bolsa de Valores na crise de 29.

Meu discurso igualitário e defensor das mazelas sociais e do mais necessitado se dissolveu no ar com um pânico pós-traumático de moradores de rua após dois furtos e muitas tentativas de assalto. Logo eu, tão crítica da repulsa por pobres necessitados, me vi chorando e tremendo cada vez que algum mendigo se aproximava. Deus ergueu uma placa de ironia para me ensinar alguma coisa.

Minha preocupação fugiu aos quilos e os quilos, fugiram de mim. Se antes, meu medo era ficar enrugada e gorda, agora, meu medo é não chegar à fase da engorda e do enrugamento para lembrar do quanto era bom o tempo em que eu era jovem.

Acreditei mais no que nunca nos filmes da Meg Ryan. Grande tolice, porque nunca trombei com o Nicholas Cage comprando peras em nenhum lugar. Afirmo com precisão que nunca mais na minha vida vou amar como amei. Posso amar de outras formas, em outras intensidades e variados adornos. Mas amor como o que eu tinha até pouco tempo, nunca mais.

Porque quando vai embora, não apenas parte. Reparte, em pedaços, separa, quebra. Anula. De maneira que nunca mais dá para juntar da mesma forma.
Não sei e prefiro não saber quais são os planos divinos futuros, mas espero profundamente que eu recupere a minha fé em gostar das pessoas. Nesse campo, ando mais cética do que nunca.

Outro grande amor enfraquecido foi minha relação com o jornalismo. Antes, eu era masoquista, ele era sádico e dava certo. Agora, cansei de seus tapas tão violentos na minha capacidade e seus questionamentos sobre meu talento. Não sei se quero sofrer tanto por esse amor.

A Crise Pré-22 ainda está em andamento. Eu paro e questiono tudo, mas a frustração é inevitável quando vejo que nada pode ser feito. Nada do que eu fizer vai mudar algumas coisas, por mais vontade que eu tenha. Há coisas que fogem ao meu alcance.

Resigno-me a tudo imutável, levando da melhor maneira possível e tentando não estimar a Crise Pré-23.

Tentarei novamente descartar tudo e todos que de nada me servem, chorarei mais do que nunca para quando parar, não sentir mais essa vontade. Por um longo tempo.
Amém.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ode ao Odin

Eu era tão pequena e indefesa quando você apareceu. Ainda o sou, mas diria que bem menos do que antes. Vi que de alguma forma, você era grande. Mais do que o tamanho. Era grande de espírito. Não sei como vi, só sei que vi. Só sei.

O tempo foi passando, o Kant foi kantando, as aulas, morrendo, a gente, convivendo. A tríade virou dupla, que virou solo. E hoje, é um só. Mas é um só formado por muitos.

Tanto se passou (quatro anos). Tantos passaram. Mas cá está, grande, louco, com brinco de pena e piadas ruins. Com o mais elevado índice de PPM (palavras por minuto) já visto antes. Com o Teddy.

Desejaria a felicidade inteira de todos os mundos, a(s) benção(s) divina(s), o supra sumo da existência que é a plena realização de seus sonhos e anseios. Mas isso é piegas demais e você bem-sabe que não sou piegas. Não com essas coisas.

Se há arrependimentos na vida, há também os não-arrependimentos e o maior deles é ter ido ao trote de tipoia. Foi ter caçado aquele endereço da já nem tão prezada Duke Energy em troca de um pote de sorvete de Negresco que ainda não veio. Foi ter participado dos torneios deTekken e Guitar Hero comendo amendoim verde na casa do Wartera. Foi ter feito parte e não ficar à parte.

Conte sempre comigo, com meu apoio, com meu ombro bursitento e com minha amizade fraterna.

Feliz aniversário Cabeção.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Du jour

Ele tinha aquele ar típicamente malandro. Sorria e olhava de soslaio, sem virar para trás para admirar o estrago feito. Era apaixonante e completamente sedutor, bem sabia. Tanto sabia que sempre usou isso a seu favor.

Caminhava sem pretensões, mas debaixo dos negros cabelos e sombrancelhas perfeitamente desenhadas, trabalhava pensamentos maquiavélicos para o próximo passo. Nem sempre tinha certeza e sua auto-segurança era 90% imagem e apenas 10% ação. Todavia, ninguém precisava saber disso.

Nunca gostou de ninguém, mas sabia que muitos gostavam dele. Era a recompensa. Ele lhe era agradável e em troca, as pessoas se apaixonavam perdidamente por ele, sua figura, suas ideias.

Era feliz assim, ou pelo menos, acreditava ser. Até ela aparecer e mudar sua visão de algumas coisas.

(Continua)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Nostálgico

Tinha aquele cheiro da infância. Aquele familiar, de roupa recém-lavada pendurada no varal.
Sabão em pó mais barato, mas que deixava um perfume gostoso. Tinha aquele cheiro.

domingo, 17 de outubro de 2010

De Rua

Verso amassado no bolso. Quatro palavras rabiscadas. Eram apenas o esboço. De uma ideia rechaçada. Foram soltos aos poucos. Na molhada calçada. Cairam perto dos rebocos. Da parece pichada. Versos nela descreviam as imperfeições da amada. Mas o que todos sabiam é que era apaixonada.

Inflamável

Deve ser bom viver alheio aos sentimentos. Alheios.
Sem culpa, sem pena, sem nada.
Vazio e oco.

Alguns acham que isso é superar. E talvez seja mesmo. E eu as admiro por isso.
Porque não sei viver assim e não consigo conformar-me com coisas que me parecem tão imprecisas.

Gosto de porquês e sei que a maioria das coisas exige um porquê. Mas eu sei muito pouco da vida e ainda tem muito o que aprender.

Enquanto não aprendo, vou batendo e apanhando, sorrindo e chorando. Tentando decifrar.
Uma hora eu acho a resposta. Ou paro de me angustiar.

Porque tem coisa que é assim mesmo, sem razão.
Já outras, assim mesmo, 100 razões.

Arremeço a dúvida como um coquetel molotov, pronto para estourar.
Ou ele acerta o alvo, ou vai me queimar.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Cond(u)ição

Mundo, mundo, vasto mundo...
... mais vasta é a Av. São João

Os caminhos largos que palpitam
como travessas no meu coração

Os largos da discórdia
O Largo da Concórdia
A Sé e a fé
O meu café, esfriando
Quase tanto quanto o Viaduto do Chá
Deixa para lá

Passei pela Ana Rosa
Pela Augusta, Angélica e Madalena
Alguns goles, muita prosa
Uma alma pequena

Vivo agora entre a Liberdade e o Paraíso
Enxugando olhos já violetas de choro
Aflitos por um sorriso

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Não leia

Leia.
É o mando geral.
Leia site, leia revista, leia jornal.
Coma informação.
Coma rápido, sem digestão.
E temos o resultado: montes e montes de dejetos organizados em sílabas e parágrafos mal-editados.

Agora filme. Filme gente, rua, casa, coisa e tempo.
Filme tudo e junte tudo num só elemento.
Edite.

Grave. Grave o som, grave a voz, grave o mundo.
E o mundo é grave, a voz é grave, o som é grave.
Gravou?
Edite.

Produza. Saiba. Escreva. Apure. Pense.
Tantos verbos no imperativo.
Imperativo é mando, é ordem, é ação.
Eu não funciono no imperativo.

Hiperativo.
Doses cavalares de café, Coca-Cola, chá preto ou êxctase.
Escolha.
Outro imperativo para tantos hiperativos.

Tem hora que só quero dar um basta.
Tem hora que só quero mandar à bosta.
Tem hora que falta resposta.

A grande verdade é que não há verdade única.
Nem mesmo as grandes.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Estação infrutífera

Amoreira tão envelhecida
No fundo do meu quintal
Passou o inverno encolhida
Será que te jogaram sal?
Primavera vem agora
Lotar o meu pé de amora
Para esse jovem senhora
Fazer uma geleia real

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Vitamina para as pernas

Há exatos 10 meses atrás eu saía nesse mesmo horário para ver uma exposição que mudaria minha vida. Mudou. Muda.

Cartier Bresson, um gênio da fotografia e uma tarde de risos e eu já não era a mesma pessoa. Era um dia quente, com uma garoa fina que molhava minhas Melissas e dificultava a locomoção de uma rótula já não tão firme.

Se aquele dia fosse um tempo verbal, seria pretério mais que perfeito. Eis mais uma saudosa piada interna que também foi utilizada naquela tarde.

Nem mesmo a caminhada, nem mesmo o sol e a chuva, a espera, a rótula ou o troleibus quebrado estragaram aquele dia. Novamente: pretérito mais que perfeito.

Os dias, semanas e meses seguintes também tornaram-se pretério. Perfeito ou imperfeito, fica a critério de cada um. Eis que agora vivo o presente do subjuntivo.

Há tempos me sinto o próprio Coiote após ser atingido por uma bala da canhão. Aquele buraco tão grande que dá para os outros olharem o horizonte por ele. E eles olham. Há um buraco assim em mim também. Grande, impossível de disfarçar, de ignorar.

Tanta coisa aconteceu que 10 meses tiveram o peso de mais de anos. Como se eu carregasse o mundo nas costas e sentisse minhas rótulas deslocando-se (de novo).

Eu sei que não dá para viver de passado, por mais perfeito ou imperfeito que tenha sido, mas nada acontece por acaso. Enquanto não entendo, vou recorrendo à Acme para tentar tapar o buraco.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

D(e)iscrição

Como uma casa sem fundamento
Como um prédio sem estacionamento

Vazio
Oco
Bambo

Um veleiro com a vela torta
Um poeta com a musa morta

Vazio
Sozinho
Tanto

Um pessimista recém-premiado
Um AA novamente embriagado

Vazio
Inútil
Fútil

Uma modelo não-fotogênica
Um punhado de soja transgênica

Vazio
Sem cor
Sem sabor

Um filósofo suicida
Um ecologista com inseticida

Vazio
Contraditório
Ilusório

Como jornalista sem opinião
Como poetisa sem travessão

Cheios
Cabeça e saco

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pa(i)rafraseando

Foi-se mais um "Dia dos Pais". Fugindo ao meu estigma de clichê ambulante, venho agora escrever para ele. Porque não é fácil falar do meu pai.

No maior estilo Fábio Jr, ele foi "meu herói, meu bandido". Faz pouco mais de uma semana que eu o considero um grande bandido, mesmo tentando ser herói. Fez algo que me entristeceu/entristece muito ainda. E eu não sei o que fazer para mudar isso.

Tento cada dia mais entender o lado dele, mas é difícil demais porque ele não costuma entender o meu. Aliás, quase nunca. Vivemos nos atritando, um sempre chateado com o outro. E isso é um problema, porque ele sempre vai ser o meu pai. Nada do que eu fizer vai mudar essa situação. E é mais difícil ainda, porque fisicamente somos parecidos. Eu me olho no espelho e vejo os pedaços dele, as coisas que passou para mim.

Tem horas que tudo o que eu quero é dizer que ele está errado, que nem tudo é daquele jeito e as únicas certezas que temos são a morte e os impostos. Horas em que quero fazer valer a máxima "pegar minha mochila vermelha e sair". Mas minha mochila não é mais vermelha e eu ainda não tenho como ir embora. E quando for, quero que seja de um modo tranquilo.

O que eu mais queria nos dias dos pais ou não era ter uma relação melhor com ele. Sei que faz muitas coisas brutas porque gosta de mim e não quer que eu me machuque. Mas precisa mesmo me machucar para isso? Eu falei há algum tempo atrás, em outra situação e mantenho: "Se é a coisa certa, por que dói tanto?".

Ainda não sei. Sei que aquelas duas vezes me marcaram muito, que eu fui até você com o presente e tive a recusa. E ainda não superei isso. Talvez por isso não te dê mais "Feliz Dia dos Pais".

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tudo separado
Por enorme grade de treliça
Olho por ela
Ouço o silêncio
Dentro do peito
Um amor de Melissa

terça-feira, 27 de julho de 2010

No querir

Tomé aquel viejo libro de capa negra. Tiene me ayudado mucho en los momentos dificiles.
El se empercinó en dejar que yo viera tu nombre.
No hoy, no quiero pensar.
Yo he prometido, jurado, no piensar em eso. Aquiel.
Y que no escribiria. Yo, la senhorita que se desnuda de palavras para decir lo que siente, ha hecho un voto de silencio.
Voto nulo ahora.

Hace frio aqui, caliente alli.
Echo mucho de menos.
Pero no debería.
Y quien lo sabe de hecho lo que se deve sentir?
Hasta ahora nadie de ha dicho la cosa que quiero oír.
Lo que quiero esta mas allá de las palabras.

Voy buscando una manera de no querer, buscando, pero em el final, solamente quiero mas y mas aflitamente qye dantes.
Recurro al libro de capa negra otra vez. Tiene sido un gran guia.
Otra vez, usted en el. Siempre estará.

Yo lo borraría, removería, pero no es posible. Como he dicho un poeta vivo que admiro mucho: eres talvez la persona que mas ame em toda mi vida.
Y yo completo: sin querir
Porque creame, yo no quiero. No es opcional. Es fora de si, de mi, de allá, del sol. Sin sol, sin sal.

Pediré al autor del libro que me responda. Que mostreme la pasaje que no he leído y que encerra esta historia.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ode a teimosia

Na tolice irracional
vou fazendo tudo
que havia dito não fazer mais

Tudo isso na ânsia inútil
de ficar em paz e não querer sentir
novamente
o cheiro que impregnou a camiseta
e a fronha
do meu travesseiro
que dormem comigo
E que dormem sozinhas
mesmo quando não estou dormindo

Tento te deixar de lado
Deixo tudo amarrotado, finjo não me importar
Mas me importo
Por pura teimosia
Talvez até um certo masoquismo
Me magoa
Cada instante, momento e situação
Magoa e dói
Mas eu sou tão teimosa que insisto

Uma amnésia acidental
Seria proviencial
Uma overdose de cafeína
Alguma coisa que me desligue
Por algum tempo e não permita
Que eu me maltrate mais
Um fatídica dose de realidade

Que ela caia como um raio
Em cima da minha cabeça
Despenque dos céus
Me rache no meio
Que doa muito, como nunca antes
Para ver se eu aprendo de vez

Ou, como diria Leminski, até esse erro aprender que só o erro tem vez.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Marginal

O mundo passando pela janela do meu ônibus e eu olhando o banco.
Nele, pichações.
Meninas que se ofendem.
Rapazes que eternizam a amizade.
Malandros que também sabem amar.

Gabi, eu te amo.
Marli, me desculpe.
Larissa, seu sorriso ilumina esse ônibus mais do que qualquer lâmpada.

Erros grotestos que Pasquale não perdoaria. Pasquale não entende nada. Só gramática.

O mundo passando ao meu lado, em ônibus, metros, janelas e vidraças. E eu olhando os bancos, muros, viadutos e pichações.

Na Rebouças, um citou Leminski. Pichadores também são sensíveis.

"Haja hoje para tanto ontem."

terça-feira, 6 de julho de 2010

(N)Ever

Das velhas características mantem-se firme e teimosa. Há muito já não mais orgulho e nem egoísmo. Deixou para trás.

Teima numa felicidade que não vem. Teima numa felicidade que não vê. Abre as mãos para soltá-la, mas antes que caia e se quebre, corre tentando recuperá-la.

Pede força todos os dias, ergue a cabeça e anda como quem tem 120 quilos. Mas cai leve na cama, único refúgio de lágrimas que salpicam a fronha de margarida.

Pede desesperada. Pede chorando. Pede ajoelhada. Pede deitada. Pede como nunca pediu. Se agarra naquilo que pensa que é certo e remói a dor que lhe tira a razão. O sono. A fome. O riso.
Não mudou isso. Talvez nunca mude. Talvez é muito vago. Nunca é muito rude.

Não se contenta com o passado e o presente, quer o futuro. Sente esse aperto e não consegue desfazer o nó. Mais do que nunca se sente fraca.
Mais do que nunca, se sente presa.
Mais do que nunca.

Acredita naquilo que não pode ver, nem sentir, nem ouvir. Acredita profundamente.
Mais do que sempre.

domingo, 27 de junho de 2010

Salxicheiro

Hoje, mais do que nunca nesses 12 anos, senti falta do meu avô.

Há 12 anos era sábado, e depois de uma tarde inteira na igreja que frequentava, carregando tijolos para fechar a parede que faltava, ía para casa.

Virávamos a esquina quando um vizinho veio dar os pêsames ao meu pai e dizer que sentia muito. Nem havíamos entrado em casa e sabíamos: ele não estava mais lá. Ele se foi sem eu dizer que odiava o perfume que ele usava, mas gostava quando fazia a barba.

Ele se foi sem contar a última história das salsichinhas que moravam atrás do sofá, juntamente com o vidro de azeitonas que o diabético teimoso comia escondido. Ele se foi sem me dar tchau e me levar para pescar na represa como havia prometido.

Ele se foi. Nunca pediu desculpas por todas as grosserias que disse a meu respeito quando eu ainda estava envolta por líquido aminiótico. Quando o sócio dele foi me visitar e deu os parabéns pela neta de olhos azuis como o do pai e da vó que havia nascido.

Se foi e me deixou só com o adesivo do Corinthians que pedi, na esperança de sentar ao lado dele e ver os jogos. Mas minha avó me deu um copo do São Paulo e aos 5 anos de idade eu me tornara a decepção de 3 gerações de corintianos.

Mais do que nunca senti falta dele. Dos nossos passeios de jipe até longe e os picolés que comprava antes do almoço. Queria que estivesse aqui, dizendo que minha letra parece com a dele e vendo os filmes do Elvis comigo.

Me dando um balde de sorvete e dizendo que eu sou forte e iria aguentar tudo, mesmo sendo pequena e magrela. Mentindo docemente para aliviar as dores que um pai, na ânsia de amadurecer o filho, não consegue.

Avó é mãe com açúcar. Avô é pai com ketchup.
Faz 12 anos vô. Queria que me xingasse por torcer pela Argentina e chamasse o Messi de nanico narigudo.

Que esquecesse meus quase 22 anos e entregasse o Estadinho para eu ler, como sempre fazia. Que reclamasse do macarrão ruim da vó, da gelatina de morango e do chá de alpiste que tomava para a diabete baixar.

Sinto sua falta e derrubo lágrimas por você com 12 anos de atraso.

O bigode mor

Homens velhos, barbudos, bêbados e mortos sempre vem me ajudar.

Com vocês, Leminski:

essa idéia
ninguém me tira
matéria é mentira

coração
PRA CIMA
escrito embaixo
FRÁGIL

isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além


você está tão longe
que às vezes penso
que nem existo

nem fale em amor
que amor é isto

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Empirismo da morte

Morar perto de cemitério desde sempre me trouxe uma das poucas verdades absolutas e imutáveis: todos teremos o mesmo fim.

Já cansei de passar em frente ao cemitério e ver pessoas inconsoláveis com a perda de alguém que até outro dia estava do lado delas. Algumas, já esperavam. São famílias de ex-doentes que acalmaram seus corações sabendo que agora não haveria mais dor.

Esses casos são simples. Quando a dor é maior que a vontade de viver, é melhor ser levado por cinistro seifador. Já preparamo-nos e preparamos os outros para que saibam logo: a verdade absoluta está perto.

Há os casos menos simples porém: a interrupção de vida acidental. Jovens, crianças ou adultos, no auge de sua vida, não mais ali. Os planos solitários, os planos em conjunto, os não-planos, tudo agora desce com o caixão para um retângulo na terra.

O choro inconsolável de quem ama, que não entende porque agora, porque eu, porque comigo. A vontade de pular junto ao pedaço de carne já sem vida e desejar fazer parte daquilo. Acredito que os lamentos sejam a forma mais genuína de se resignar ao fato de que nunca mais teremos aquela pessoa ao lado.

O múrmurio rebate a dor, dizendo que vai passar. Que tem que passar. Que a vida continua. A vida sempre continua, até que se tenha a morte. Mas agora não é a mesma vida. É uma vida sem uma das vidas que a completava. Ninguém pode ser consolado nessas horas.

Já disse Silvio Santos: da vida não se leva nada.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

100100tido

Sempre cheia de palavras para esvaziar o peito
Encho-o agora e deito
Calada no meu leito
Para não me machucar

A cegueira é passageira
A surdez é momentânea
A falta de tato é corriqueira
A mudez é instântanea

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Gaiola de peixe

A coisa mais frustrante do mundo é querer muito algo e dar errado. Isso é unânime.

Não importa o que seja, se você quer e não tem, te entristece.
E tenho estado muito triste. O que quero está perto mas eu não alcanço.

Posso ver e não posso pegar. Consigo ouvir, mas não estou tão perto quanto gostaria. De rasgar a caixa dos peitos de tanto que dói.

Eu odeio a sensação de que nada pode ser feito. Essa resignação maldita de quem está do outro lado do vidro vendo tudo passar. E com a sensação de que deveria ter ficado.

Um aquário humano. Um aquário desumano que separa. Que filtra. Mas não ptrecisa filtrar, já é puro.

Querer não é poder. Frase sábia e sóbria que eu odeio. Mas é real. O meu ódio e a retórica são reais.

Quero-quero, patativa, bem-te-vi.
Mal-te-vi.
Mal-chegou.
Mal-estar.
Mal-estou.
Bem-estar.
Bom estar.
Com você.

domingo, 13 de junho de 2010

Era rascunho de junho, publico então agora. Na época, não tinha nome. E vai continuar assim. Tem coisa que é melhor não mexer.

Tudo no mundo tem um preço.
Nem tudo no mundo tem um valor.
Tem gente que não vale nada.
Tem coisa que nos vale muito.
Tem vale que não tem nada.
Tem nada que pode ser tudo.

domingo, 9 de maio de 2010

Bhaskara + Pitágoras = Sócrates

Gosto acre. E ele existe de verdade? O gosto sim, o estado já não sei.

Só sei que nada sei, assim como Sócrates. E ele sabia mais do que eu.

Acho que pior do que saber, é saber e não conseguir fazer. Que nem origami. Você sabe dobrar papel, mas ele nunca vira um tsuru. Mas é uma besteira, pois faço muito bem tsurus.

Agora as caraminholas se desenrolam na cabeça e até a lógica se perde na cegueira involuntária.
E ninguém gosta de caraminholas desenroladas na cabeça. Nem enroladas, mas isso não faz diferença.

É como exercício de matemática com fórmula: a gente sabe, mas não consegue fazer. Bhaskara e Pitágoras tentaram mostrar o caminho, mas quem o usa somos nós. Ou prova de filosofia com consulta: não adianta saber o que Sócrates pensa, ele já morreu faz tempo e quem vai se ferrar sou eu.

Eu sei o que fazer. Só não consigo.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

DoLado

Não faz muito tempo, recostou a cabeça quente e recém-raspada no ombro com bursa molestada e dormiu.

Dormiu profundamente, aquele sono de criança em viagem de trem. Não é para menos, não era criança, mas era um trem. E estava viajando de uma cidade para outra. Afinal, são próximas, mas ainda são duas cidades.

Parecia calmo, tranquilo, como um filhote recém-mamado. Não era filhote, nem estava mamado (tanto assim). Mas respirava pausadamente, naquele sono que faz quem estar acordado ficar admirando.

E o ombro, hoje, sentiu falta disso. Da paz que não se pede ou se mede. Daquela paz pós-tudo, a paz-pós-mudo. Mudo e miúdo, tombado naquele famigerado lado. Repousando o sono dos justos, ou dos Justus, tanto faz. O que importa é que dormia tranquilamente.

E o ombro, hoje, mais do que nunca, sentiu falta disso. Da cabeça quente, recostada nele, pedindo para ser afagada.

Silenciosamente.

O sussurro da noite já beijando o pé do ouvido e o menino naqueles ombros caídos. Entregue. Tão calmo que parecia mais leve. E tão leve que poderia ser levado. E levaria, se não tivesse bursite.

Aquela vai para a galeria. Aquela mental, que guardamos as cenas mais belas. E você está em várias delas.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Aliás...

Meu blog fez 3 anos dia 02/04.

GB.

Espinafrando o mousse

Já é segunda-feira e já sinto aquele mal-estar típico. A falta de vontade de sair da cama, a falta de vontade de pensar. A falta de. Nem fui deitar ainda, mas já sinto a preguiça e desânimo precoces.

Sou precoce. Eu fico feliz precocemente, eu fico triste precocemente. Eu vivo precocemente. Na sexta a segunda é próxima e já dói pensar na semana. Meu dia mal começa e já penso no que falta para pensar. E me calo com a boca de feijão.

Falta em mim o elemento "Porra Louca". A coisa mórbida de desligar o famigerado telefone, de não ler e-mail, de sumir. Fazer valer o "pegar minha mochila vermelha e cair fora". Meu perfeccionismo e senso de responsabilidade/maturidade/covardia enrustida não permitem tamanha façanha.

Feliz é aquele que sabe exatamente o quer sem precisar de nada além de si mesmo para conseguir. Porque a felicidade é individual, pessoal e intransferível. Não é impossível ser feliz sozinho. Só deve ser mais sem graça.

Felicidade solitária é café com leite gelado e pouco açúcar. Tem gente que prefere assim.

Minha felicidade é um expresso pelando e sem açúcar. Aquele momentâneo, que tem que ser agora porque senão fica inconsumível. Euforia instantânea, alegria Sorrisal em copo d´água.

O problema de viver precocemente é que a alegria que era para depois vem agora. É sobremesa antes da janta, tira o apetite. É preciso comer espinafre para chegar ao mousse de limão. E na ânsia do querer antes, comemos limão puro e mousse de espinafre. Pior só café com leite gelado e pouco açúcar.

Mas tem gente que prefere assim. A esses, um brinde em copos americanos, em uma padaria qualquer nessa segunda-feira ainda não amanhecida.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Churras- Queira

O corpo já titubeia, a cabeça pende. Olhos semi-abertos... cálculos semi-certos, o que resulta sempre em algo errado.

Estar errado não consiste em não estar certo. Consiste em não dá certo de primeira. E muita coisa não dá.

O emprego, a faculdade, a namorada, a carteira... às vezes precisamos esperar.
E quem aguenta?

Humanos, demasiado humanos, queremos o querer já. As vontades são inadiáveis, mas com elas, vêm as responsabilidades.

E a maturidade falta, falha, fere quando não está no devido lugar. Ninguém é maduro o bastante que não possa melhorar.

Mas o cansaço tem feito de tudo para estragar o pouco conquistado. A teimosia, o orgulho e o medo, principalmente esse, vindo sempre atormentar.

A vida já tem tormentos demais, mas nunca são o bastante. Buscamos causas e cousas nos fundos dos baús fundos e nas estantes só para nos angustiar. O agora não basta, reviramos a bosta. Procuramos sarna para nos coçar.

E cansa. Viver o presente preso ao passado cansa. Ainda mais mal-passado, cujo sangue escorre ao expremer. Serve para a carne, serve para a gente.

Deixemos o passado de lado. Deixamos o mal-passado tostar.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cidadania, eletiva, economia e hipocresia

Como todo aluno-caranguejo sabe, a nossa universidade é bem famosa pelo Núcleo de Formação Cidadã, que promove aos pobres diabos dos alunos de 2º e 3º semestres as famigeradas eletivas.

Elas foram criadas com o intuito de "conscientizar e atentar os alunos para as necessidades de cidadania, muitas vezes perdidos no processo de formação profissional". Ou seja, é uma matéria aleatória, obrigatória, que você vai ter que fazer porque isso não é uma democracia.

Aliás, dependendo do caso, eletiva é só uma nomenclatura mesmo, porque eles te jogam para onde estiver sobrando vagas, ignorando o seu poder de escolha. Cidadania 1 X Democracia 0.

Enfim, eis que você está em uma sala de aula com sujeitos de todos os cursos: os juqueiros da atlética, os diáconos de teologia, os bêbados de jornalismo, os maconheiros de filosofia, os perdidos de administração, os chicleteiros de odonto, e por ai vai. Não que eu seja a favor dessa rotulação, pelo contrário.

Ninguém conhece ninguém. Talvez até conheça, algum perdido da sua sala que, assim como você, perdeu o prazo para escolher a eletiva, ou, assim como eu, não pode fazê-lo e foi remanejado para lá. Todos com cara de perdidos, fingindo uma auto-confiança que ninguém tem e esperando o professor que nunca viram, nem comeram, só ouvem falar.

O dito (ou a dita) entram, apresentam o plano de ensino e, dependendo da eletiva, fazem algumas piadas. Sorte a minha que os meus professores sempre foram bons. O de religião principalmente, embora eu tenha rejeitado a ideia no começo.

Pois bem, 2010, ano novo, vida velha e lá vou eu para a eletiva que eu escolhi (e dessa vez deu certo): Economia e Cidadania. A professora, uma gordinha (eu posso falar isso?) simpática começa falando das definições concretas do que é economia, os princípios básicos de Huberman, produtos da PalmaLimp, o indiano que ganhou o Nobel de economia etc.

Como a maioria sabe, vivo um caso de amor e ódio com a Metodista, quase uma novela mexicana... Já tive que trancar minha matrícula por não terem aceitado minha proposta de acordo e atualmente estou numa situação similar: ou vai, ou tranca (ao invés de racha).

E no meio daquele discurso bonito, entre a importância da bem-estar mais do que o acúmulo de bens, a reflexão em relação ao capitalismo, a queda do feudalismo e todo esse rolo que fez nossos avós fazerem uma poupança, nossos pais uma previdência e nós termos menos filhos, me vejo numa baita contradição.

Usando o coração, ao invés da razão: QUE BAITA HIPOCRESIA DESSA MERCENÁRIA DENOMINADA METODISTA.

Voltando ao estado da razão: é completamente antagônico pagar alguém para lecionar sobre os valores e preços da qualidade de vida, se denominar uma entidade filantrópica e quando um aluno com dificuldades pede algum recurso para continuar estudando, ela mandar pelo portal do aluno um formal NÃO em letras garrafais.

O discurso no processo de quando você pede bolsas é acolhedor, nem um pouco institucional, quase uma mãe, que se propõe a ajudar todos os que necessitarem e recorrerem a ela. Uma instituição diretamente ligada à igreja, cujo discurso é sempre ajudar e auxiliar os mais necessitados, que manda missionários aos países pobres para levar os ensinamentos bíblicos. E que deixa essa sub-espécie designada estágiario em uma situação de reclusão. Porque sim, impedir alguém de estudar o que quer por não poder pagar é uma das mais abomináveis formas de reclusão.

Não peço para a igreja parar de ajudar os necessitados lá longe. Não disse que a Metodista tem que abrir as portas e deixar qualquer um que queira fazer o que bem entende no curso que achar melhor. Longe disso. Mas a filantropia devia saber dosar esse altruísmo com as pessoas que ajudam a financiar todo o slogan de Melhor Universidade Privada do País. Alunos que se dedicaram em seu curso, que prestaram o ENADE e renderam todas as estrelinhas do Guia do Estudante que ela divulga tão vorazmente.

Esse texto não vai mudar nada. É só um desabafo de uma não-aluna que frequenta as eletivas de bicuda e que espera ainda constar na chamada da tão amada e odiada Metodista.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

...

Deixei de lado os direitismos
As coerências
O linear

Presa pelo silêncio
Por cumprimento
E um olhar

Assinado o contrato
Fica apenas a segunda via
A maresia
E o canhoto

Para a ruivinha

Menina calma
Forte
Determinada
Guerreira de mãos de fada
Com olhos doces
Que derrubam sem precisar ferir

Mora dentro da caixa torácica
Não é tempo, não é grupo
E não há nada que desfaça
O que foi feito por essa guria

Obrigada por tudo
Obrigada por sempre
Obrigada por cada dura doce palavra

Deixando o lirismo de lado: quando eu casar com o porco, o rabo (do porco) é seu

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

The candyman can

Dizem que o doceiro consegue colocar o arco-íris dentro do bolso
Dizem que no fim do arco-íris tem um pote de ouro
Chamem-no aqui, o doceiro tem ouro nos bolsos

Seria o ouro do arco-íris de bolso do doceiro um ouro de chocolate?
Seria o arco-íris do doceiro apenas um sabor de bala?

Será que o doceiro tem bolsos?
Se os tem, o que tem dentro deles?

Chamem-no aqui, faça-o esvaziar os bolsos
Quero o ouro
O arco-íris
E as balas

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pauta fria

Ano novo, vida velha.
Alma velha e corroída pelas traças.
Uma paixão velha e doente por um metido à sabichão que já me fez chorar diversas vezes e arrancou o meu suor e dinheiro.

Ele me bate, me maltrata e eu gosto. Eu gosto de ser usada por esse malandro com ar de intelectual. Seu desdém me atrai. Quanto mais ele me critica, mais eu gosto dele.

Esse sado-masoquismo ainda vai acabar com nós dois. Mais comigo do que com você.
Só comigo, eu diria.