quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Pa(i)rafraseando

Foi-se mais um "Dia dos Pais". Fugindo ao meu estigma de clichê ambulante, venho agora escrever para ele. Porque não é fácil falar do meu pai.

No maior estilo Fábio Jr, ele foi "meu herói, meu bandido". Faz pouco mais de uma semana que eu o considero um grande bandido, mesmo tentando ser herói. Fez algo que me entristeceu/entristece muito ainda. E eu não sei o que fazer para mudar isso.

Tento cada dia mais entender o lado dele, mas é difícil demais porque ele não costuma entender o meu. Aliás, quase nunca. Vivemos nos atritando, um sempre chateado com o outro. E isso é um problema, porque ele sempre vai ser o meu pai. Nada do que eu fizer vai mudar essa situação. E é mais difícil ainda, porque fisicamente somos parecidos. Eu me olho no espelho e vejo os pedaços dele, as coisas que passou para mim.

Tem horas que tudo o que eu quero é dizer que ele está errado, que nem tudo é daquele jeito e as únicas certezas que temos são a morte e os impostos. Horas em que quero fazer valer a máxima "pegar minha mochila vermelha e sair". Mas minha mochila não é mais vermelha e eu ainda não tenho como ir embora. E quando for, quero que seja de um modo tranquilo.

O que eu mais queria nos dias dos pais ou não era ter uma relação melhor com ele. Sei que faz muitas coisas brutas porque gosta de mim e não quer que eu me machuque. Mas precisa mesmo me machucar para isso? Eu falei há algum tempo atrás, em outra situação e mantenho: "Se é a coisa certa, por que dói tanto?".

Ainda não sei. Sei que aquelas duas vezes me marcaram muito, que eu fui até você com o presente e tive a recusa. E ainda não superei isso. Talvez por isso não te dê mais "Feliz Dia dos Pais".

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Tudo separado
Por enorme grade de treliça
Olho por ela
Ouço o silêncio
Dentro do peito
Um amor de Melissa