quarta-feira, 24 de novembro de 2010

terça-feira, 16 de novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Crise Pré-22

Não fugindo a tradição, eis que começo o relato da Crise Pré-22. Quem acompanha o blog, já sabe que pouco antes do acréscimo anual natal, a autora que vos fala passa por um período crítico em sua existência. Ou apenas mais uma de suas dramaticidades. Escolha o que melhor convir.

Poderia afirmar que os astrólogos se equivocaram completamente delimitando o inferno astral das pessoas como o mês que antecede seu aniversário. Pelo menos, afirmo agora, com quase 22 anos, que dessa vez, a crise foi pior.

Eu já havia dito nas crises anteriores que a tendência é sempre piorar. E é ruim ter razão quando é para uma coisa ruim. Na saudosa retórica "eu prefiro ser feliz a ter razão", eu continuo preferindo a felicidade à razão.

Faz 5 meses que minha vida virou do avesso. O primeiro semestre do ano me deixou várias marcas, algumas positivas, outras nem tanto. E quando o meio dele chegou, juntamente com o inverno, a vida se vestiu de Sérgio Mallandro e mandou um enorme "Glu glu ié ié" para mim.

Mostrou que estava completamente errada sobre tantas coisas, que agora questiono sobre o que tenho razão. Se eu aprendi algumas coisas com 21 anos, desaprendi e/ou contestei boa parte delas nas vésperas dos 22.

Meus defeitos se mostraram tão latentes nesse inverno e metade de primavera que minha auto-estima, auto-confiança e auto-qualquer-coisa-que-nos-matenha-forte cairam mais que a Bolsa de Valores na crise de 29.

Meu discurso igualitário e defensor das mazelas sociais e do mais necessitado se dissolveu no ar com um pânico pós-traumático de moradores de rua após dois furtos e muitas tentativas de assalto. Logo eu, tão crítica da repulsa por pobres necessitados, me vi chorando e tremendo cada vez que algum mendigo se aproximava. Deus ergueu uma placa de ironia para me ensinar alguma coisa.

Minha preocupação fugiu aos quilos e os quilos, fugiram de mim. Se antes, meu medo era ficar enrugada e gorda, agora, meu medo é não chegar à fase da engorda e do enrugamento para lembrar do quanto era bom o tempo em que eu era jovem.

Acreditei mais no que nunca nos filmes da Meg Ryan. Grande tolice, porque nunca trombei com o Nicholas Cage comprando peras em nenhum lugar. Afirmo com precisão que nunca mais na minha vida vou amar como amei. Posso amar de outras formas, em outras intensidades e variados adornos. Mas amor como o que eu tinha até pouco tempo, nunca mais.

Porque quando vai embora, não apenas parte. Reparte, em pedaços, separa, quebra. Anula. De maneira que nunca mais dá para juntar da mesma forma.
Não sei e prefiro não saber quais são os planos divinos futuros, mas espero profundamente que eu recupere a minha fé em gostar das pessoas. Nesse campo, ando mais cética do que nunca.

Outro grande amor enfraquecido foi minha relação com o jornalismo. Antes, eu era masoquista, ele era sádico e dava certo. Agora, cansei de seus tapas tão violentos na minha capacidade e seus questionamentos sobre meu talento. Não sei se quero sofrer tanto por esse amor.

A Crise Pré-22 ainda está em andamento. Eu paro e questiono tudo, mas a frustração é inevitável quando vejo que nada pode ser feito. Nada do que eu fizer vai mudar algumas coisas, por mais vontade que eu tenha. Há coisas que fogem ao meu alcance.

Resigno-me a tudo imutável, levando da melhor maneira possível e tentando não estimar a Crise Pré-23.

Tentarei novamente descartar tudo e todos que de nada me servem, chorarei mais do que nunca para quando parar, não sentir mais essa vontade. Por um longo tempo.
Amém.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Ode ao Odin

Eu era tão pequena e indefesa quando você apareceu. Ainda o sou, mas diria que bem menos do que antes. Vi que de alguma forma, você era grande. Mais do que o tamanho. Era grande de espírito. Não sei como vi, só sei que vi. Só sei.

O tempo foi passando, o Kant foi kantando, as aulas, morrendo, a gente, convivendo. A tríade virou dupla, que virou solo. E hoje, é um só. Mas é um só formado por muitos.

Tanto se passou (quatro anos). Tantos passaram. Mas cá está, grande, louco, com brinco de pena e piadas ruins. Com o mais elevado índice de PPM (palavras por minuto) já visto antes. Com o Teddy.

Desejaria a felicidade inteira de todos os mundos, a(s) benção(s) divina(s), o supra sumo da existência que é a plena realização de seus sonhos e anseios. Mas isso é piegas demais e você bem-sabe que não sou piegas. Não com essas coisas.

Se há arrependimentos na vida, há também os não-arrependimentos e o maior deles é ter ido ao trote de tipoia. Foi ter caçado aquele endereço da já nem tão prezada Duke Energy em troca de um pote de sorvete de Negresco que ainda não veio. Foi ter participado dos torneios deTekken e Guitar Hero comendo amendoim verde na casa do Wartera. Foi ter feito parte e não ficar à parte.

Conte sempre comigo, com meu apoio, com meu ombro bursitento e com minha amizade fraterna.

Feliz aniversário Cabeção.