quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Algumas das coisas que já aprendi aos 23 anos

Assim como nos anos anteriores, listo agora algumas das coisas que já aprendi aos 23 anos. Pode parecer afobado, mas é real. Poucos dias em outra casa decimal já trazem algumas mudanças. Vamos a algumas delas.

Descobri que Pedreira está há 170 km de São Bernardo do Campo (agradeço a Guilherme Spagiari por esse conhecimento empírico).

Aprendi que sei muito menos de fotografia e vídeo do que gostaria ou precisaria. Mas que nem por isso eu vou desistir por essa razão.

Aprendi que quem gosta da gente, simplesmente gosta, a despeito de todo e qualquer defeito. E que quem não gosta, fica arrumando pretextos para isso, ao invés des ser sincero conosco e consigo.

Aprendi que quanto melhor você estiver, mais invejado você vai ser, mas que não podemos nos restringir por essa razão.

Aprendi que tinta de jenipapo sai em dois dias da minha pele, mesmo quando feita por um chiquitano.

Aprendi que as certezas se limitam a morte e os impostos e todo o restante é imprevisível.

Aprendi que preciso falar menos e escutar mais.

Mas o que mais aprendi, e acho, vou aprender é que, cada ano que passa, a gente vai aprendendo mais coisas, mesmo sabendo muita coisa.

Desse ano, só tiro o que é bom e as decepções, deixo no porão.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Crise Pré-23

Mais um ano se passou desde a última Crise Pré-Aniversário (vide as anteriores Pré-19, Pré-20, Pré-21 e Pré-22). É até engraçado ver o que se passaram nesses 4 anos de blog. A forma como escrevia, sentia, sofria e sorria mudou tanto, que há quem acredite que não é a mesma pessoa. Mas é.

Essa crise foi uma Ruth Romcy saindo de todas as lixeiras por qual passava. Um desânimo não mais motivado pelo medo que antes costumava sentir.

Momentos em que olho para trás e penso: "De tudo o que fiz, de tudo o que fizeram comigo, o que se aproveita?". E nem sempre o razonete está a meu favor.

Certas coisas nunca mudam, principalmente em mim. As dores se repetem, umas disfarçadas com aqueles óculos e bigodes falsos, outras não - estão ali, do jeito que as sentia aos 18 anos. E que creio eu, as sentirei aos 38. São mágoas com cheiro de nostalgia embalsamada, que não tem vacina, nem vitamina, benzeira, chá de erva cidreira capaz de curar.

Não mais o receio de engordar, envelhecer, me formar, me casar ou não casar. Não. A questão agora é entender o que de bom e de mal eu fiz e faço. O que eu preciso melhorar.

Se antes a paixão pelo jornalismo me mantinha, agora, me detém. O mundo é mais nublado quando nossas vistas não estão sob efeito da miopia da fascinação. O que não é necessariamente ruim.

O que eu quero para mim? É pergunta que pesa na cabeça e joelhos da autora que vos fala. De alguém que já quis levar o mundo nas costas, mas esqueceu-se que tem bursite no braço e na perna.

Se antes era mais fácil eu me apegar às pessoas, mesmo sabendo que vez ou outra elas me desapontariam, agora é o oposto. Anseio avidamente por não me prender. Porque quando elas nos machucam, ainda que sem querer, dói.

E quando a dor é maior que o alívio, nós a repelimos. Naquela velha máxima: "cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça". Pausa para a crítica: metáfora ruim essa, poderiam criar uma melhor. Fim da pausa para crítica.

Os 22 diferiram muito dos 21. O ceticismo foi elevado a escalas em tera. A auto-estima foi rebaixada a medições nano.

Schopenhauer e suas metafísicas nunca fizeram tanto sentido. E é dele a retória que me motiva: "quanto menos inteligente um homem é, menos misteriosa lhe parece a existência".

Hesitei em escrever sobre isso para não soar pessimista, e creio, falhei. No fundo, eu tenho fé. Aquele otimismo pueril de acordar com uma surpresa boa no pé da cama, que aos 4 anos, era um tênis que acendia a luz quando se pisava. E que aos 9, era apenas uma mochila da Turma do Arrepio, ainda prevalece.

A esperança é uma mochila da Turma do Arrepio: eu nunca tive, mas sempre quis. E sobrevivi a essa frustração porque sei que é não preciso ter para saber que existe. Mais ainda, é que por mais bobo que possa parecer, eu ainda posso ter. Tanto esperança, quanto a mochila da Turma do Arrepio.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Do Cão

Olhar perdido
De um cão arrependido
Que voltaria atrás
Se soubesse o caminho
Mas nada sabe
Só sabe que caminha sozinho
Sem destino

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Poema de bar

Meu amor vem líquido
Minha paixão, apimentada
Meu tesão vem cítrico
Minha fé, gelada

Neoexpressionista

Dentro desse peito oco
Sei que ainda guardas
Uma mágoa de cabloco

Sei que ainda guardas
Um amor um pouco rouco

Dentro desse meu peito oco
Deito
Nada ouço
E esqueço
Do começo louco

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Humor

Mais para frente vou olhar para trás e rir disso. Mas agora, eu só espero.
Em silêncio, mas um um grito e um sapo na garganta, com uma voz que trêmula e que desafina quando tenta soltá-los.

Vou rir e pensar no quão tola eu fui, no quanto minha ansiedade e insegurança me sabotaram, no quanto eu podia ter feito, ou não feito, ou até mesmo desfeito, mas que não fiz. E vou achar engraçado.

Gargalharei lembrando que a graça já foi dor, que a dor foi desespero, que o desespero foi maluquice e que eu achei que era amor. E talvez fosse. De muito perto, assim, encostado, colado, interno. De tão perto assim, ninguém é normal. Não sou eu uma exceção. E por isso mesmo, acharei graça.

Vai ser tão engraçado lembrar que eu realmente sofri por coisas tão pequenas e de fácil solução, simples como uma fórmula de matemática. Que chorava e parava de comer, de dormir e de sorrir por coisas tão, mas tão ridículas que meus maxilares desmancharão de tanto rir.

Acho que vou até urinar-me de tanto rir quando lembrar de tudo o que eu tentei de fazer para não parecer boba, mas que só evidenciaram isso, como pancake barato em cima de acne. A gente usa, na esperança de disfarçar, mas só chama mais atenção. É sempre hilário.

E quando no chão estiver, agora pelo riso, não mais pelo choro, lembrarei do Chico, tão desafinado e tão poético: já passou.

domingo, 21 de agosto de 2011

Salve Jorge



"Minha branquinha, vem cá com tio, minha polaca".
Demorei muito até descobrir o que era polaca, mas hoje sei.

E sei também que nunca mais ele vai me chamar assim. Aquele negão com cabelo cheio e bigode que eu tanto amava. Que era corintiano, mas quase jogou no Santos. É, a velha vó viúva não iria abrir mão de nenhum filho, por mais talentoso que ele fosse.

Salve Jorge, meu querido tio, o relações públicas da família que não chegou a completar o ensino médio, mas sabia mais das coisas do que muito doutor por ai.

E ele me chamava de branquinha e mordia o meu pé. E sempre vinha me visitar, me buscar na escola e ver Coiote comigo depois da escola. Não entendíamos como ele tinha dinheiro para comprar produtos da Acme, pois estava sempre com fome. Era só comprar um frango assado.

Meu preto velho, meu tio querido, que me ensinou a andar de bicicleta. Que me fez adorar bigodes e Tartarugas Ninja.

Bateu agora uma saudade imensa, meu preto. Daquelas que não cabem no peito. Porque ninguém entendia como um negão podia ter uma sobrinha branquinha. Mas deixa eles para lá tio, porque a cor não importa.

Branco era o seu dente, mais branco que tudo, contrastando seu bigode preto.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Crescei e multiplicai.

Elsa Villon: "Jornalista em formação, fotógrafa amadora, poetisa por vocação e amante de beatles, paçoca e cheiro de pão recém-saído do forno."

sábado, 18 de junho de 2011

O conto dos três irmãos

Eis que eram trigêmeos univitelinos totalmente idênticos em aparência e totalmente distintos em personalidade.

O mais velho era o "Eu te amo". Tinha toda a graça que o mais velho (mesmo de gêmeos) tem. A ciência explica: o primeira a nascer é o último a ser gerado e portanto, tem mais espaço. E ele tinha o rosto bem formado, feições firmes e afáveis e era altamente sofisticado.
Todos queriam sua companhia, sua presença, sua aprovação e sua atenção. Mais velho de 3 irmãos, era também solicitado pelos caçulas, que disputavam ferronhamente sua candura. E ele, diplomático por natureza, vivia dividido entre os dois irmãos.

O segundo era o "Para sempre". A psicologia explica que todo filho do meio sofre desde cedo o peso de dividir a atenção entre mais velho e mais novo e tem pré-disposição a desenvolver doenças emocionais. Vivia ofuscado pelo mais velho e ocupado do mais novo e sofria de déficit de atenção alheia por conta disso. As coisas que fazia de bom logo eram esquecidas, as ruins, jamais.
Vivia no eterno impasse de provar seu valor ao mais velho e provar a falta de valor do mais novo.

O terceiro era o "Nunca mais". Como todo caçula, mimado, tinhoso e carente. Sabia das condições dos irmãos mais velhos e usava isso a seu favor. Aprontava e se escondia sob o "Eu te amo" e a culpa sempre caía sobre o "Para sempre". Ao contrário do irmão do meio, suas faltas logo eram perdoadas e seus feitos bons, eram memoráveis. Fazia o que podia para estar perto do mais velho, pois vivia tentando ofuscar, inutilmente, seu brilho natural.

Mas ainda assim, os três irmãos nunca saíam juntos. Eu te amo era sempre mais ansioso e queria preparar tudo, por isso chegava antes. Para sempre chegava em cima da hora, escondido para não ser notado e ofuscado pelo Nunca mais, que vivia aprontando para que o irmão não chegasse.

Se um deles (ou os três) baterem em sua porta, fique atento. São parecidos fisicamente, mas são completamente opostos. Se só puder receber um, escolha o Eu te amo. Se couberem 2, deixe o Para sempre entrar também. Mas não deixe o Nunca mais entrar. Ele está sempre tentando sabotar os demais.

E é incomum que os três irmãos lhe façam uma visita.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Gentalha

Estou para ver
Povo mais besta
Que esse apaixonado
Basta parar um segundo
Enfurnado no seu mundo
Para que qualquer lembrança remeta
Ao amado
E logo em sua faceta
Brote um sorriso de lado

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Antipropaganda

Aprovem agora uma lei que não permita que as pessoas morram de saudade, de tristeza, de tédio, de fome ou de sede, principalmente de sede de amor, de afeto, de carinho.

Todo indivíduo, nascido aqui ou Tegucigalpa deve ser amado como um filhote de cachorro, uma flor brinco-de-princesa ou um cup cake.

É estritamente proibido brincar com os sentimentos alheios, mesmo sem querer. Sob pena de abandono e desligamento total das válvulas de felicidade para todo o sempre.

Qualquer pessoa que se goste é vetada a permanecer mais tempo que uma semana e mais longe que 100 km do amado ou amada.

Fondue será servido sempre que se quiser, não apenas no dia 12 de junho.

O símbolo de relações deixou de ser o coração, sendo esse utilizado apenas por departamentos cardiológicos.

Mulheres de TPM merecem sessões de cafuné ao menos duas vezes por semana.

Homens em semanas difíceis idem.

Comprar presentes caros deixa a partir de agora a representar prova de afeto. Cartas bregas, montagens com celofane e color set e palavras de grafia duvidosa regram as normas do caráter romântico.

Dizer "Eu te amo" sem olhar nos olhos agora é passível de prisão perpétua.

E será multado todo aquele que sentir saudade.

domingo, 8 de maio de 2011

A- beá- a - dê- i- a


No fundo, eu sou uma sentimental.
Não poderia deixar de te escrever, logo hoje, seu dia. Mãe, por fora, tão diferente, mas a mesma essência.

A paixão pela leitura e pela escrita, a vontade de mudar o mundo e a sede por comunicação social. Tudo isso que corre em nossas veias que nem o sangue B+ que eu também herdei de você.

Nosso lado Drama Queen, seu lado negro, com lábios grossos que faltaram em você e sobram em mim. Seu lado índio, evidente em suas feições e notável nos meus brincos de pena e a vontade insaciável de viver descalça.

Nossas brigas, nossos egos, nosso signos de fogo. É fogo viu!

Você sabe que eu morro duas vezes por você. Que eu vivo três vidas só para te fazer sorrir e cada passo e vitória meus, são nossos.

Te amo até depois de pra sempre e por toda eternimadade minha velha cafuza.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Duas comemorações atrasadas

Com algumas semanas de atraso, venho por meio deste texto informá-los, caros leitores, que este famigerado e falido blog completou quatro anos no dia 2 de abril.

Já é famosa tradição eu me esquecer disso e postar com atraso, sem preparar nada de especial. Mas tudo bem, afinal, eu funciono melhor no improviso.

Muita coisa aconteceu nesse meio tempo. Algumas me fortaleceram, outras não. E outras me ensinaram muito. Sei hoje que escrevo melhor do que há quatro anos e não tenho dúvidas de que estarei muito melhor daqui a mais quatro.

Nada, absolutamente nada disso seria possível sem vocês, leitores que passam e comentam, que elogiam, que criticam e lêem. Não há escritor/jornalista/poeta sem público. E vocês são meu caro público sem o qual eu não sou nada. Obrigada por tudo, a todos.

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E eis que no último dia 7 foi também dia do jornalista. Sem parabéns, por favor, mandem a minha parte em comida, dinheiro ou produtos Apple.

Entre queda de obrigatoriedade de diplomas, ex-BBBs consideradas jornalistas e uma crise no mercado da imprensa do jornal impresso, há quem não veja muita perspectiva dentro do setor.
Considerando as estatísticas, realmente não há.

As pessoas lêem cada vez menos o jornal impresso, a mídia tem se mostrado uma grande vilã em casos públicos e o jornalista deixa de ser o Superman. Com certeza, o Superman também deixaria de ser jornalista, no mundo atual.

Tablets rascunham um futuro em que todos deverão ser mais que jornalistas, mas produtores de conteúdo. O já "escravizado" profissional de comunicação toma funções de técnico em som, imagem, vídeo, internet. Se recicla, se renova. Ou dança. E dança tropeçando.

Em meio ao cenário caótico, todos pensam: "Para que ser jornalista?". Faculdades encerram cursos e alunos de jornalismo se indignam com o valor das mensalidades exacerbadas das boas instituições. O mundo está do avesso.

Vocês devem estar se perguntando: "E o que diabos você ainda faz em jornalismo?". Respondo fácil como montar um lead: eu amo essa droga. Cansa, estressa e faz mal, mas eu amo. Porque meu coração ainda dispara quando eu vou fazer uma entrevista, meus olhos ainda se enchem d´água com material publicado com "Elsa Villon" assinado (seja em áudio, vídeo, internet ou impresso). Porque eu amo conhecer gente, coisa, lugar.

Eu amo esse vadio safado que é o jornalismo. E é isso que me fez voltar depois de dois anos lutando para esse curso tão mal-quisto.

E é isso que vai me formar daqui um ano e meio. É amor. Safado, ordinário e malandro. Que me faz viver.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Domin(ação)

Angústias que doem como dedos queimados na panela de água quente. A gente simplesmente não entende como aconteceu. Só sente.

Cabeça tão cheia desse mundo tão vazio. A gente não pede, apenas mede.

Olhos que se enchem e se esvaziam como se o fizessem com cada piscar. A gente não domina, só elimina.

Coração já pesado por fardos passados. A gente não bate, só rebate.

A coisa certa é às vezes tão incerta que dá merda.
A gente não escolhe, só acolhe.
Só recolhe.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Jarro de Margarida

"Um espaço em uma longa mesa de madeira num cantinho perdido da Vila Madalena. Um dia cinza, com chuva e um gosto de sofá com pipoca.

Assim ela se foi. Assim a levaram. Aquele lugar que sempre tinha uma flor. Duas, com ela. E triste que um inseticida e post it agora ocupem o lugar dela.

Ela era a jarrinha de margaridas que nunca murchava na mesa, em meio a notebooks e papéis. A bagunça era até mais bonita.

Mas se foi e fica a sensação de perder uma irmã mais velha recém– conhecida. Mas eu sei que na frente a gente vai se encontrar e ela vai estar muito, muito melhor. E eu também. E vou dar um abraço com um saudoso sorriso de quem não tem intimidade, mas sente falta."


Para Fernanda Perez

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Bulimia

Ainda tem mágoa. Do seu cabelo, da sua voz e dos seus gostos. Uma bola cinzenta e rançosa localizada na boca do estômago que vez ou outra me obriga a vomitar tudo.
Vomito agora.
Vomito sua covardia, tão latente, mas ainda assim, disfarçada com olhares doces, palavras bonitas e um belo design. Mas ela está ai, ainda está presente.
Você surra o ego alheio para que o seu inche. Sabe que é covarde e tem medo que descubram isso. Essa face torta que você tanto maqueia.
O seu nariz adunco, que faz com que seu perfil seja tão horrível. Horrível como você foi comigo.
E eu não me condeno por ser dura, porque no fundo, você sabe que é verdade. Uma verdade que você mesmo apontou.
Num ato de extrema complexidade, você usou sua covardia para justificá-la. Realmente, eu não entendo.
Nem quero.
Só quero esquecer de tudo isso quando parar de vomitar tais palavras e limpar a boca. E a mente.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CFA

Tem horas que simplesmente
Caio
Num buraco cavado por um
Fernando
Dentro de um coração fechado
Que ele jeitosamente
Abreu

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Arquitetado

Porque eu escuto Júpiter Maçã e me lembro de você.
Porque eu vejo bandas cult e me lembro de você.
Porque eu leio Bukowsky e me lembro de você.
Porque eu bebo tequila, rum, cerveja, Jack Daniel´s e absinto e me lembro de você.

Eu sempre me lembro de não esquecer de você. Acho que no fundo, você projetou isso.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Them all

Leminski:
Com poemas ou bigode
Tudo phode

Vinícius, se não bebesse
Talvez jamais escrevesse

Ai de mim
Quando ouço Jobim

Pensado, mas não dito
Merecemos todas
Um shot de Chico

Poderia ter sido freira
Se não tivesse lido Bandeira

Na tarde que cai, só uma ideia voa:
Muito Fernando para pouca pessoa

Rima pobre me dá piripaque
Para acalmar: apenas Bilac

Grandes doses de realidade
Borrifadas por Carlos D. de Andrade

Nem mais um pio
Se não for do José Olympio

Amarrou a prosa e ninguém desata
Ficamos presos no papo do Ata

Mordedores de caneta Bic ou Retóricas de Fliperama
Para coisas assim é o Ogami que a gente chama

Para a Opus Dei: Fez-se o cilício
Para as donzelas: Fez-se o Fabrício

Choro em alguns - ou apenas casco
Eis o formato de Bruno Vasco

Noite quieta, lua calada
Só se ouviam as frases de Almada

Domesticaram a poesia animal
Fez-se assim o Poeta Chacal

Cecília
Não fosse poetisa
Era herança de família

Quando a elogia
Cora - a menina
Coralina

Clarice, grande amiga
Sentada comigo, entregue à bebida

Cargas, cargueiros e vagões
Me deixem no porto
Carregada de Camões

E no final da prosa
Perguntam ao Oswald:
- Conhece o Mário?

Obs: em negrito, meus poetas vivos favoritos - e amigos.