segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Poema de bar

Meu amor vem líquido
Minha paixão, apimentada
Meu tesão vem cítrico
Minha fé, gelada

Neoexpressionista

Dentro desse peito oco
Sei que ainda guardas
Uma mágoa de cabloco

Sei que ainda guardas
Um amor um pouco rouco

Dentro desse meu peito oco
Deito
Nada ouço
E esqueço
Do começo louco

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Humor

Mais para frente vou olhar para trás e rir disso. Mas agora, eu só espero.
Em silêncio, mas um um grito e um sapo na garganta, com uma voz que trêmula e que desafina quando tenta soltá-los.

Vou rir e pensar no quão tola eu fui, no quanto minha ansiedade e insegurança me sabotaram, no quanto eu podia ter feito, ou não feito, ou até mesmo desfeito, mas que não fiz. E vou achar engraçado.

Gargalharei lembrando que a graça já foi dor, que a dor foi desespero, que o desespero foi maluquice e que eu achei que era amor. E talvez fosse. De muito perto, assim, encostado, colado, interno. De tão perto assim, ninguém é normal. Não sou eu uma exceção. E por isso mesmo, acharei graça.

Vai ser tão engraçado lembrar que eu realmente sofri por coisas tão pequenas e de fácil solução, simples como uma fórmula de matemática. Que chorava e parava de comer, de dormir e de sorrir por coisas tão, mas tão ridículas que meus maxilares desmancharão de tanto rir.

Acho que vou até urinar-me de tanto rir quando lembrar de tudo o que eu tentei de fazer para não parecer boba, mas que só evidenciaram isso, como pancake barato em cima de acne. A gente usa, na esperança de disfarçar, mas só chama mais atenção. É sempre hilário.

E quando no chão estiver, agora pelo riso, não mais pelo choro, lembrarei do Chico, tão desafinado e tão poético: já passou.