quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A roupa de Juliandra

Uma mã"e"ozinha para quem não entendeu o que é "behaviorismo":


Behaviorismo (Behaviorism em inglês, de behaviour (RU) ou behavior (EUA): comportamento, conduta), Comportamentalismo, Análise do Comportamento ou Psicologia Objetiva[1] é o conjunto das teorias psicológicas que postulam o comportamento como único, ou ao menos mais desejável, objeto de estudo da Psicologia, propondo a observação de modo mais objetivo do comportamento, tanto humano quanto animal, dando atenção à comportamentos observáveis através de estímulos e respostas, não fazendo uso do método de introspecção. Os behavioristas afirmam que os processos mentais internos não são mensuráveis ou analisáveis, sendo, portanto, de pouca utilidade para a Psicologia empírica.

Fonte: Wikipedia


Entenderam? Não?

Behaviorismo é um estudo psciológico feito através da observação do comportamento humano decorrente de estímulos externos e/ou internos.

Esse é o ponto de partida para minha pesquisa.


Em uma semana de analítica observação, notei que a mesma mulher, usando roupas diferentes, é tratada de forma diferente.

COMO ASSIM?

Assim óh: Supondo que Juliandra* estivesse com uma roupa social, cabelo bem arrumado, maqueada e carregando mais de uma bolsa, alguém se ofereceria para carregar uma das sacolas, ou então cederia o lugar.

A mesma Juliandra entra de calça jeans, camiseta amarela do Nirvanna e all star velho, com uma mochila de lona e uma sacola: as pessoas olham com certo receio e não oferecem nada.

Citando uma situação mais específica:

Juliandra está caminhando até o trabalho, quando precisa atravessar um cruzamento sem semáforo.

Hipóteses:

*Se estiver vestida socialmente, a probabilidade do carro dar preferência à pedestre é altíssima, independendo o sexo do motorista.

*Se estiver vestida de forma casual, como no caso jeans e all star, a probabilidade de ter de esperar para atravessar a rua é altíssima, independendo o sexo do motorista.

*Se estiver vestida de forma provocante, com decotes, fendas ou roupas justas: a probabilidade de um motorista do sexo masculino ceder a passagem é altíssima.


Conclusão:

As roupas de terceiros influenciam sim o comportamento das outras pessoas. Por elas é possível determinar vários aspectos, desde o seu trabalho até aspectos corporais, como pessoas que sofrem com calafrios ou com calor em demasia.


Próxima semana continuo com as análises e constatações birutas.

*O nome Juliandra obviamente é um caso fictício.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Outro submarino

Meses maquinando a idéia, a vontade, o projeto.

Noites pensando em como, quando, onde e por quê.

Finalmente, uma zine.

Ou quase.

Mundo Indie-gente
.

Não está lá essas coisas.

Mas vai ficar. Ou não.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

"Com que roupa eu vou?"

Ainda em fase inicial de testes, estou desenvolvendo um estudo behaviorista que consiste em avaliar a reação das pessoas diante de como as outras vestem-se.

Mas muito mais do que julgar pela aparência, qual é a reação dessas pessoas?

É possível definir um padrão de comportamento em massa devido a uma peça de roupa?

Só os desafortunados se vestem de forma menos adequada?

Um gordo* de terno é menos repulsivo que um de bermuda e camiseta?

Responderei a isso e muito mais, nesse mesmo beatleblog, semanalmente.

Aguardem.

Os estudos podem impressionar.

Notas:
* Não sugerindo que gordos sejam repulsivos, apenas constatando convivências empírias em meios de transporte convencionais e a reação das pessoas diante do exemplo citado.

** Todo conteúdo não tem nenhum embasamento científico, não podendo ser considerado padrão ou informação confiável para fins de pesquisas.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Capítulo VI

Leia antes...

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V

Entrou na loja.
Tinha um cheiro muito agradável. Difícil descrever. Era de infância, algo que a remetia aos seus tempos pueris. Só sabia que era bom e provocava uma enorme nostalgia. O piso era de carvalho envernizado, brilhante e espelhado, realçando o felpudo carpete vermelho tomate da entrada. Quem ousaria sujar tão belo piso com suas galochas enxarcadas pelas constantes chuvas londrinas?

As vitrines eram enormes, enfeitadas com inscrições em branco numa letra cursiva revelando o nome do café-livraria. Cortinas de xadrez amarelo ouro com tiras vermelhas e azuis as vestiam como damas da realeza colonial.

O balcão também era em carvalho escuro, mas o tampo era de mármore amarelo. Uma estufa exibia os maravilhosos quitutes apetitosamente posicionados próximos à caixa registradora. Aliás, uma relíquia da década de 30 que seu tio achara em um antiquário no ato de estréia do estabelicimento, mas que jamais substituíra ou trocara. Era dourada e brilhante e fazia aquele famoso barulho de dinheiro dos desenhos animados ao abrir.

As mesas eram de metal, com tampo em fórmica azul cobalto, mas em suas bordas haviam feitas pinturas que simulavam uma renda branca, formando uma espécie de moldura. Mais um trabalho artesanal da falecida tia que dava ao lugar aquele toque único.

A porta de entrada era de vidro e acomodava uma persiana vermelho tomate, combinando com o tapete. A já citada sineta prata adornava o topo, simetricamente calculada à 63,5 cm da maçaneta também prata.

As paredes eram de um creme aveludado. Em algumas, haviam luminárias alaranjadas antigas que realçavam as fotos penduradas. Algumas eram de Londres, outras dos Beatles, a belíssima Audrey Hepburn ou cômico Chaplin. O lugar todo era meio retrô, o que o tornava mais aconchegante. Painéis de carvalho envernizado ocupavam a metade inferior de todas as paredes.

O cardápio era todo feito a mão, em papiro. A caligrafia impecável e inconfundível do tio da nossa protagonsita era dominante em todos eles. Embora agora menos clássicos devido ao contact, mantinham seu charme habitual.

A escada que levava os clientes até a livraria era em caracol, com degraus escuros recobertos por um carpete felpudo similar ao da entrada. O corrimão era todo talhado, formando vários ramos floridos até o piso. Essa ficava ao lado da caixa registradora, que por sua vez ficava na parede paralela a da entrada.

Os banheiros, adjacentes à entrada e à escada, guardavam cortinas azuis e uma cartola e a palavra "gentlemen's" pirografadas em uma placa, e cortinas vermelhas e uma placa também pirografada, mas essa com uma carteira de festa e os dizeres "ladies".

O porta-guarda-chuvas era em bronze, um modelo dos anos 30, cuja lateral era adornada por dois grifos.

Morando na parede atrás da caixa registradora antiga, um cuco, quebrado, mas que mostrava as horas com precisão cirúrgica.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Why so serious?

Nunca se viu um homem de batom fazer tanto estrago. Em suma, o Coringa é a peça-chave do filme mais comentado do momento.
E começo a sentir a perda do Heath Ledger só agora. Sou meio retardatária para sentimentos.

O filme é tudo isso que dizem sim, e até mais um pouco. Você odeia amar o "joker". Continua achando o Batman um bundão. E ainda tem o "Harvey- o promotor- pausa para sátira: O Adult Swim/Cartoon Netwoork tem Harvey-o advogado, caso alguém tenha perdido a piada- fecha
pausa para sátira".

Exceto pela Rachel, que não é mais a sonolentamente-graciosa Katie Holmes, mas sim uma atriz muito feia, o filme é muito detalhista com o elenco. Se não bastasse Morgan Freeman, Gary Oldman, ainda temos o brilhante Michael Caine, novamente na pele do mordomo Alfred.

O filme é uma enorme crítica as noções de ética que temos. O quanto vale nossa vida comparada a dos outros. A própria sociedade cria o vilão e o herói que precisa. E numa situação de caos, todo mundo acaba se matando.

O bem é posto à prova, o mal é questionado e você realmente não consegue não rir do sadismo hilário do palhaço de terno roxo.

No filme, a corrupção- tanto dos criminosos, quanto dos policiais- é outro tema que colova a prova os princípios humanos em relação à sociedade e à ética que ela prega.

E claro, a película escura do filme foge aos filminhos de heróis que a gente leva os filhos para ver. Aliás, não deixe seu filho pequeno assistir, é bem violento.

Os efeitos especiais são o de menos comparados com a atuação excelente e com os diálogos entre "mocinho e bandido".

Vale a pena, lamento pelo clichê, mas não lamento pelo filme. Muito pelo contrário.

Ledger para Oscar Póstumo.

Nolan para melhor diretor.

Pelo menos, até agora.

"Lets put a smile on that face".