quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Lições de vida: Capítulo I- A gentileza

Um dos maiores problemas do mundo é a falta de educação.
Mas acho que pior do que a falta de educação, é a falta de altruísmo.

Sabe aquela compaixão humana, o senso de justiça que creio eu, venha embutido em nós desde o ventre? Está faltando isso.

O bem-querer alheio. A preocupação. O respeito.
Sem hipocrisia, todo mundo odeia alguém. Odeia mesmo. E não tem como querer o bem-querer dessa pessoa. O máximo que podemos fazer é não desejar-lhe o mal. E isso já é louvável.


Mas e aquele desconhecido, que nunca te fez nada de bom, mas também nunca te fez nada de mal? Como você pode ser injusto, grosso, rude com ele?
Como deixa quesitos como educação (no caso, a falta dela), compaixão e altruísmo de lado diante dela?

É muito fácil ser gentil com quem a gente gosta. É complicado ser gentil com quem a gente conhece. É raro ser gentil com um estranho. E é impossível (ou quase) ser gentil com quem odiamos.

Então o ponto é: ser gentil com todos. Pelo menos tentar, eu diria.

Toda essa minha revolta, toda essa ira, todos esses verbetes para dizer uma coisa banal: as inspiradoras desse post são 3 "nobres mulheres" que têm o "nobre hábito" de parar no ponto de ônibus estratégicamente na frente de onde a porta abre. Não importa se você está há 20 minutos no ponto. Dane-se que o ônibus passe por 3 cidades diferentes, vindo por essa razão, com lugares contados. Não importa o fato de que tenha se programado chegar antes e poder seguir os 40 minutos da viagem sentado. Elas ignoram qualquer um, homem, mulher, criança, idoso, deficiente. Se colocam à frente, sentam nos últimos 3 lugares.
Tá, isso é nada perto das grandes injustiças do mundo. Mas faz diferença.

Então, contrariando todo o meu discurso de gentileza, altruísmo, revanchismo e o escambau a quatro para com estranhos, veio por meio deste blog, berro:

"Suas grandes filhas da puta, eu espero sinceramente que um dia isso se volte contra vocês, suas vadias. Que um dia vocês queiram sentar e falte cadeiras, que um dia vocês precisem apoiar suas coisas e falte qualquer tipo de superfície. E vão tomar no meio do rabo, antes que eu me esqueça"

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Bleh, esse blog tá muito mulherzinha... cheio de poeminhas para cá e para lá...

Cadê a guria ácida que criticava todo mundo?

Ensola"rada"...

É... por causa de um calor infernal e descuido, a moça octarina está de repouso devido a uma ensolação...

Por isso eu digo: "Comam sempre suas cenouras e passem protetor".

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Cantigas de não ninar

Vai começar...
A brincadeira...
Da imprensa...
Brasileira...

Do João Hélio...
Da Isabela...
E também...
Da Eloá...

Bandido levou
O pai matou
Ex-namorado seqüestrou
E mídia
Só fomentou...

Quem é que...
Será o próximo?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O poeta e a tola

Ah, Vini
Há quem diga que você era malandro
Mas se o era, para mim, era com as palavras


Ah, Vini...
Se brincava com alguma coisa, era com os seus versos
Fazia a dor virar coisa bela
Em bela forma
Para as suas belas...


Ah, Vini
Seus gracejos eram sempre poesia
E sua poesia era sempre um gracejo
Ah, Vini



Momo, que saudade
Da Morena Flor
Da Luz dos olhos teus
Onde anda você

Que saudade!
Da tua graça
Do teu soneto
Que quando o vê triste, acha graça
Dá risada...

Ah Momo
Ah Vini
Que falta
Da rosa
Mas não de Hiroshima

Ah Vini
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

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Poema homenageando o grande poeta e compositor, Vinícius de Moraes, que se vivo (não só em nossas mentes e livros), completaria 95 anos ontem. DN: 19/10/1913.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Irrelevante

Pior que pessoas que rastejam
São os rastros das palavras
Das pessoas
Que rastejam

Não contentes por seus rastros
Exibem com audácia a petulância de tal percurso
Seja ele longo ou curto


O rastro de vergonha, de escárnia e vulgaridade
Que difama, que inflama, que fere a dignidade
Dos que se desatentam a percebê-lo
E ponderá-lo


Pessoas rastejantes são dignas de quê?
Pena as enobrecem
Nojo as evidenciam
Exaltação as envaidecem
Indiferença talvez...

Talvez não
Talvez não sejam dignas de nada
Pois não são nada
Nem maduras
Nem sensatas
Nem humanas

São rastejantes
Que deixam duras palavras em duros caminhos
E que tudo que merecem
É o seu rastro
Sozinhos

Só rastejem em sua insignificância
Em sua desimportância
Não dou sequer alguma relevância...

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A visão da cegueira.

Fernando Meireles novamente merece aplausos. Dessa vez, por Ensaio sobre a Cegueira ( ele também é o diretor de Cidade de Deus e O jardineiro fiel).


Não só o filme, mas recomendo o livro de José Saramago também, único escritor da língua portuguesa a conquistar um Nobel de literatura.

Tudo começa com um motorista (Mitchell Nye). Ele está dirigindo quando o semáforo fecha. A partir de então, enxerga apenas um mar leitoso. Parado no meio do trânsito, provoca a impaciência nos outros motoristas. Um homem decide ajudá-lo e compromete-se a levá-lo até sua casa. Ao chegar, deixa o homem em seu apartamento, mas leva seu carro.
A esposa (Yoshino Kimura), ao chegar em casa e se deparar com o marido cego, procura um oftamologista (Mark Ruffallo) para tratá-lo. Começa ai a contaminação.

Ficam cegas as pessoas que estavam no consultório, o próprio médico e todos que tiveram contato com o primeiro contaminado, inclusive o ladrão.
A única pessoa que não é supostamente contaminada é a mulher do médico (Julianne Moore).

Com as contaminações aumentando, a cegueira leitosa torna-se uma epidemia. Os contaminados são isolados em um antigo manicômio.São criadas diversas alas para acomodação dos cegos. A esposa do médico passa a cuidar de todos e se responsabilizar pela comida, higiene, limpeza e manutenção de todos de sua ala.

Visando manter alguma organização, o médico explica aos cegos da ala 3 como é a distribuição de comida e como funciona a ala 1. Um dos cegos (Gael Garcia Bernal) questiona o porquê de obedecê-lo se não pertecem a mesma ala. Sem acordo, começa uma guerra interna.

Sem nenhum auxílio externo, sem nenhum hierarquia interna, o manicômio torna-se um caos de cegos, mortos e feridos.

Meireles brilha em mais uma obra digna de reconhecimento. Julianne Moore é a grande atriz-chave do filme e mesmo com a idade, não deixa a beleza fugir às feições.
Um filme ótimo que novamente coloca a prova nossas noções de civilidade, de ética, de moral.
Os fãs de Batman que me perdoem, mas Ensaio sobre a cegueira não precisou de ninguém vestido de morcego para mostrar o quanto nosso sistema é falho.