terça-feira, 25 de setembro de 2012

Sandman traficante

"Eu sonhei novamente contigo. Que te procurava entre um prédio de apartamentos antigos que nunca vi. Janelas com persianas quebradas que só revelavam metade do que se passava naquela sala iluminada por lâmpadas incandescentes.

Sonhei que você parecia confortável e feliz, acolhido e sossegado como nunca pareceu ao meu lado. E que seu pai, vendo a minha melancolia, me oferecia uma carona e sorria de maneira que me animasse. E eu sabia que era sincero. No final te encontrava, com os pés e braços rabiscados, cheios de sorrisos desenhados com canetas hidrográficas por meninas que viram suas qualidades e se apaixonaram, assim como eu."

Acordei e percebi que era só mais um sonho, daqueles que você costuma invadir sem pedir licença do seu jeito meio malandro, meio mané. E quando percebo o que faz, me desfaço, em palavras ou lágrimas, em cima daquele caderno preto que marca todos que me marcaram. E que passaram.

Acho que o homem da areia do sono andou batizando-a com outro pó.