quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sobre verrugas e beronhas

Uma sábia índia me disse uma vez que amores/amizades/causos mal resolvidos provocam o surgimento de verrugas. Embora não haja nenhum embasamento científico nisso, eu creio em tal diagnóstico. Até porque, ele se provou verdadeiro duas vezes.

A primeira foi por causa de um pseudo caso de amor sem resolução. Eu gostava, ou achava que gostava, de um garoto da minha sala na quinta série. Éramos melhores amigos. Ele conhecia e freqüentava minha casa. . Eu conhecia a mãe dele, que até o dedurou uma vez, dizendo ouviu seus berros durante o sono anseiando por mim.

Mudei de escola. Mudei de gosto. Mudei. E simplesmente fingi que nada aconteceu. Um pseudo- namorico de criança não tem nada de nocivo. Até surgir a maldita "beronha" no meu polegar direito. Cremes, pomadas e rezas não tiravam-a de lá. Mordia, espremia, sangrava (sim, hoje eu sei que isso não deve ser feito em hipótese alguma). Ela sumia. E voltava.

Depois de dois anos, quando finalmente o vi agarrado com a minha vizinha, feio, espinhento e quase do meu tamanho, achei que era hora de me livrar de uma vez por todas daquela verruga. Adotei o velho procedimento pós-banho que consistia em expremê-la até sair toda a pele daquela área, sangrar, virar uma ferida e cicatrizar. Dessa vez deu certo.

O outro caso foi uma pseudo-amizade com duas garotas no segundo colegial. Nada que valha a pena ser citado. A indesejada surgiu sobre o dedo médio da mão esquerda, de forma tão ínfima que acabei por ignorá-la. Verrugas são sentimentais e carentes. Se não têm a atenção que anseiam, tornam-se murchas e invisíveis até finalmente sumirem. Essa foi mais rápida. Ainda bem;

Meu conto todo é somente para dizer o seguinte: não deixe nada parado na sua vida. O que fica parado gera energia negativa e vai refletir em alguma parte do seu corpo. Pode não ser como uma verruga, mas vejo tantas mulheres reclamando de
celulite.

Uma esteticista me disse que a celulite é uma energia parada, alguma coisa que não fluí direito no seu corpo (e obviamente o Mc Donald´s em demasia).

Faça as coisas andarem. Deixa a vida fluir. Ou então aproveite ao máximo suas verrugas e celulite.

Ao lado: Maria Sharapova (muito bela, ainda que com celulite).

terça-feira, 27 de maio de 2008

Folha sem pauta

Poderia dizer que sou como uma folha de caderno em branco, mas estaria mentindo. A folha de caderno sempre tem uma pauta. Já eu, não posso afirmar o mesmo...


Como aspirante à jornalista, tenho sido um fiasco total, por assim dizer.
Não trago nada noticioso, inovador, que acrescente algum teor informativo. Algo que legitime aos olhos dos leitores minha posição de futura "foca".

Alguns poemas meus, outros roubados de Bandeira, Pessoa ou Vinícius. Algumas interpretações pessoais e superficiais das reportagens de alguns tablóides. Críticas não lidas de filmes, livros, situações, pessoas, comportamentos, feriados e até seres mitológicos.

Momentos de pura e imaculada insanidade, citando propagandas de cremes dentais ou frases dos personagens secundários da falida Gilmore Girls...

A verdade, nua e crua, meus caros companheiros leitores, é que vocês são a grande motivação para eu continuar com toda essa zorra. Seus comentários, elogios, críticas, sugestões, participações e visitas fizeram do submarino o que ele é... ou tenta ser...

O que era um lugar para apenas melhorar as técnicas de redação, tornou-se o abrigo de alguns blogs, a leitura informal de internautas entediados, o elo entre algumas pessoas e a autora que aqui vos fala, enfim, uma gama de alternativas para (com todo o respeito) os desocupados como eu.

Se isso me torna mais jornalista ou menos, melhor redatora ou não, não posso afirmar. Só sei que nada sei. E que agora vocês também sabem.

Obrigada mesmo... do fundo desse órgão pulsante acomodado cautelosamente na caixa torácica.

Jornalista ou não, com ou sem pauta, pretendo permanecer por aqui por quanto tempo for possível.

terça-feira, 20 de maio de 2008

A arte do bocejo...


Em diversas pesquisas realizadas sobre o tema, já foi comprovado que o bocejo é contagioso.
Ao ver uma pessoa bocejando, sua vontade de bocejar é instantânea: abrimos a boca com gosto, o maxilar tensiona o queixo para baixo e... bocejamos. Nossa freqüência cardíaca aumenta em torno de 30% durante essa atividade. Estudos comprovaram também que o ato de bocejar é involuntário, uma vez que fetos de apenas 11 semanas bocejam.


Não satisfeitos com o fato que ser contagioso, cientistas tentam comprovar a teoria das três causas do bocejo: a teoria física, a teoria da evolução e a teoria do tédio.

Na teoria física, o bocejo é explicado pela indução do corpo para obtenção de mais oxigênio e liberação do dióxido de carbono.

Na teoria da evolução, os homens primitivos bocejavam para mostrar seus dentes.

Na teoria do tédio, o bocejo representa fadiga, sonolência e tédio.

E quando você lê sobre bocejo, te dá vontade de bocejar...

Fonte: Uol Notícias/Folha On-line

segunda-feira, 19 de maio de 2008

200 postagens

O "movida à" completa 200 postagens.

Um ano, um mês... e 17 dias.

Tudo isso para te entreter, te fazer rir, discordar, concordar, polemizar, criticar, elogiar alguma coisa.

Continue por aqui.

Por mais estranho que pareça, as portas do submarino estarão sempre abertas...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

O joio do trigo

E há quem diga que nós devemos aprender com tudo que acontece. Não só conosco. Mas com todos. O tempo todo. No mundo inteiro.

Há pessoas que simplesmente passam por nossa vida, sem rastros, pegadas. Sem marcas. Elas passaram e nada deixaram. Melhor assim.

E há outras em quem confiamos, entregamo-nos em plena amizade, amor, lealdade, fidelidade. E elas passam. Não sem deixar rastros. Deixam-os. E profundamente. Difícil de serem despercebidos. E apagados. São como a gosma repulsiva do caminho percorrido por uma lesma. É quase impossível não lembrar que ela passou por ali. Só nos esquecemos quando já está limpo. E só fica limpo, quando o fazemos. Mas e a coragem, para não dizer estômago para limpar?

Por fim, há as pessoas que ficam. Para sempre. Mesmo que ele sempre acabe. Elas estão lá, do seu lado, mesmo que não veja. Elas sempre estão com você. Sim, é um clichê. Mas é legítimo. Elas nunca sairão do seu lado. Porque lá é o lugar delas. Assim como você nunca sairá do lado delas. Seu lugar é aquele.

E embora nesses meus quase 19 anos e 6 meses eu possa arriscar a seguinte afirmação: "eu sei distinguir quem ou não vai permanecer do meu lado", não o farei. Sinto que logo em breve essa frase vai me perseguir porque mais uma vez julguei errado e me iludi quanto as pessoas. Mesmo já tendo errado desse jeito. Mesmo sabendo que todo dia, todo mundo, no mundo inteiro, erra desse jeito.

Contento apenas em saber peneirar um pouco melhor o que é joio e o que é trigo. Mas pode ser que eu não tenha peneirado direito.
O que é fato: água e óleo não se misturam. Ainda que a peneira falhe, a natureza não o fará.

Alguma coisa eu aprendi afinal...

A/C Evandro Silva

Ignorem essa postagem. É só uma ajudinha para um blogueiro bacana.


Dá um ctrl+g. Digite Beatles ruleia. Copie somente esse pequeno pedaço do código e mude a frase. Adicione no código de html do modelo do seu blog, logo no começo do código, debaixo do primeiro head.

Finito.

Nem por aqui foram as instruções exatas, tive que improvisar.

Espero ter ajudado.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Publicidade afetiva

Depois de gritar, quebrar todos os pratos, explicitar cada sacrifício feito por ela e chorar, em quase fase de desistência, ele pergunta:

- O que você quer afinal?

Ela, sem mover um músculo facial a mais do que o necessário, responde:

- Eu quero propaganda de margarina.

Ele já não entendia mais nada. Achara que dessa vez ela tinha enlouquecido. Mas antes que ele pudesse perguntar, ela completou:

- Quero uma casa ampla, não precisa ser mansão, mas precisar ser clara, ter planta, ter foto, ter cachorro. Ter vida. Quero acordar de manhã e pegar o pote de margarina para o melhor café do mundo. Quero beijo na testa e banho de mangueira. Quero criança, velho, vizinho, adolescente, namorados deles, irmãos dos namorados. Quero torrada com geléia, bolo quentinho e café fumegante.

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No fundo, a maioria quer propaganda de margarina.

terça-feira, 13 de maio de 2008

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Capítulo IV

Deixemos de lado a moça, seus defeitos, seus encantos e seus amigos vitais. Vamos ao seu mundo, o "mundo-apartamento".
Antes de começar a contar como fora parar lá, vamos enfatizar uns causos:

A moça era tão teimosa quanto poderia ser.

Ela herdara essa teimosia de seus pais, era evidente.

Cumpria sempre suas promessas. O que era uma coisa boa, mas no caso, também torno-se uma coisa ruim.

Quando tinha 15 anos, por uma razão que não será citada nem nesse e nem nos próximos capítulos, a moça, que no caso ainda era uma menina, discutira gravemente com seu pai. Insultos foram proclamados, embora duros, não eram legítimos. Naquela data, a menina-moça prometeu que jamais seria ofendida de novo por uma coisa que não fizera.

Meses antes da cena que inicia o primeiro capítulo, nossa protagonista cumpriu sua promessa. Em outra grave discussão, foi caluniada com termos que beiram mentirosa e falsa. Ainda morava com seu pai na época. Na mesma noite, juntou todas as coisas que eram possíveis de carregar e foi embora sem despedir-se, ignorando os apelos e soluços de sua mãe.


Bateu às 2:34 da manhã na casa de sua amiga de cabelos mel e olhos de âmbar. Não foram ditas frases e nem palavras de consolo. Ao ver todas as malas, livros e caixas paradas junto à porta, apenas abriu mais o vão e deixou que entrasse.

Assim que se acomodou, ligou para seu tio, que morava um pouco longe dali. Londres.

Algumas atribuições ao tio da moça:

Ele era bem velhinho, pois quando sua irmã caçula nascera, acumulava uma experiência de vida próxima dos 20 anos.

Era muito próximo a essa tão peculiar sobrinha, sendo o responsável por seu amor aos livros e a leitura no geral.

Não sabia como não ajudar as pessoas. Fora tapeado muitas vezes e essa era a freqüente reclamação da família.

Morava em Londres desde a morte de sua esposa. Um bandido a matara. Queria seu fígado, mas ela resistiu. O câncer era maligno e a rendeu em poucos meses.

Possuia dois filhos, os gêmeos. Ambos eram integrantes de uma banda de rock e passavam o ano todo viajando em turnês. Não que a banda fosse famosa... mas eles achavam que assim poderia ser...

Era dono de um café-livraria em uma das mágicas ruas londrinas. A livraria era em cima, o café, em baixo. Do lado, apenas umas casinhas antigas que abrigavam recém-casados. Do outro lado da rua, um prédio de 15 andares.

Ao solicitar o auxílio do tio, a primeira frase que ouviu (e é o primeiro diálogo direto nos últimos 4 capítulos):

- Você precisa de novos ares.

Feito. Mudara-se para Londres, para trabalhar no café-livraria com o tio. Na despedida, apenas a mãe e os 3 vitais amigos. A mãe só soluçava, embora compreendesse que era a melhor coisa a ser feita no momento. Uma das amigas chorava de saudade ainda não sentida. A outra, sentia uma angústia silenciosa que beirava a raiva por deixar que ela partisse. O amigo-irmão a abraçou forte e disse:

- Cuide-se menina. Muito em breve farei-lhe uma visita.

Partiu. Sem pretensões de voltar tão cedo. Criara a partir daquele instante, o seu mundo-apartamento.

Leia também:

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III

Dilúvios imaginários- Parte I

Love me
or
Leave me

Alone

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sobre a insanidade


"De médico e louco, todo mundo tem um pouco".

A frase, vulgo provérbio, vulgo dito popular já é um dos maiores clichês. E constantemente sofre adaptações. Alguém sempre troca o médico, deixando apenas o louco para não perder o trocadilho.

Deixando os alguéns, os médicos, os trocadilhos e os provérbios de lado. Louco... Louco? Todos de fato temos a tal insanidade. Até que ponto ela é normal? - pausa para a contradição: como pode ser normal a insanidade? Bem, se todos a temos, ela é comum, e o que é comum, geralmente é normal... abre aspas para a explicação justificando a generalização dentro da pausa da contradição:

" Desde que não afete diretamente outras pessoas, ou seja, se você é só lelé, do tipo que berra e dança estranho, que fala besteiras, pensa idiotices, viaja em reflexões sobre as coisas mais banais da sociedade como quem inventou o papel higiênico ou o cotonete, você é considerado louco-normal.

Se você é totalmente contra qualquer tipo de manifestação que coloque a prova sua sanidade mental, faz tudo do mesmo modo para que não haja supresas, você é um louco reprimido normal.

Se você sai às 3 da manhã berrando na rua, acordando todo mundo, ouvindo o som no máximo, dizendo coisas sem sentindo e abordando pessoas de modo que pode ser avaliado como assustador, você é louco em demasia- normal.

Se você se diverte e até sente prazer com o sofrimento alheio, pensa que todo mundo deveria ser morto de forma lenta e dolorosa, dissecava seus sapos na escola com um sorriso enorme na face, machuca cachorros, queima mendigos, adora violência, principalmente quando a pratica, você é só louco."

Citados os perfis dos loucos, indago-me: até onde a loucura é normal? Se um dia deixarmos a loucura, perderemos de vez a sanidade? Embora a resposta que minha mente mastiga seja sim, não posso afirmar com certeza.

Mas posso afirmar que todo mundo é louco. Em maior ou menor escala. Temos esse quê de doidos, que nos faz ser idiotas às vezes (alguns sempre). E quem não é assim é louco do mesmo jeito, pois força sua natureza insana, reprimindo-a para buscar a sanidade.

Heráclito pregava o equilíbrio obtido pelo choque dos opostos. Portanto, toda essa loucura aqui escrita tem alguma fundamentação.


Dizem que sou louco 
por pensar assim
Se eu sou muito louco
por eu ser feliz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz ...