terça-feira, 19 de abril de 2011

Duas comemorações atrasadas

Com algumas semanas de atraso, venho por meio deste texto informá-los, caros leitores, que este famigerado e falido blog completou quatro anos no dia 2 de abril.

Já é famosa tradição eu me esquecer disso e postar com atraso, sem preparar nada de especial. Mas tudo bem, afinal, eu funciono melhor no improviso.

Muita coisa aconteceu nesse meio tempo. Algumas me fortaleceram, outras não. E outras me ensinaram muito. Sei hoje que escrevo melhor do que há quatro anos e não tenho dúvidas de que estarei muito melhor daqui a mais quatro.

Nada, absolutamente nada disso seria possível sem vocês, leitores que passam e comentam, que elogiam, que criticam e lêem. Não há escritor/jornalista/poeta sem público. E vocês são meu caro público sem o qual eu não sou nada. Obrigada por tudo, a todos.

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E eis que no último dia 7 foi também dia do jornalista. Sem parabéns, por favor, mandem a minha parte em comida, dinheiro ou produtos Apple.

Entre queda de obrigatoriedade de diplomas, ex-BBBs consideradas jornalistas e uma crise no mercado da imprensa do jornal impresso, há quem não veja muita perspectiva dentro do setor.
Considerando as estatísticas, realmente não há.

As pessoas lêem cada vez menos o jornal impresso, a mídia tem se mostrado uma grande vilã em casos públicos e o jornalista deixa de ser o Superman. Com certeza, o Superman também deixaria de ser jornalista, no mundo atual.

Tablets rascunham um futuro em que todos deverão ser mais que jornalistas, mas produtores de conteúdo. O já "escravizado" profissional de comunicação toma funções de técnico em som, imagem, vídeo, internet. Se recicla, se renova. Ou dança. E dança tropeçando.

Em meio ao cenário caótico, todos pensam: "Para que ser jornalista?". Faculdades encerram cursos e alunos de jornalismo se indignam com o valor das mensalidades exacerbadas das boas instituições. O mundo está do avesso.

Vocês devem estar se perguntando: "E o que diabos você ainda faz em jornalismo?". Respondo fácil como montar um lead: eu amo essa droga. Cansa, estressa e faz mal, mas eu amo. Porque meu coração ainda dispara quando eu vou fazer uma entrevista, meus olhos ainda se enchem d´água com material publicado com "Elsa Villon" assinado (seja em áudio, vídeo, internet ou impresso). Porque eu amo conhecer gente, coisa, lugar.

Eu amo esse vadio safado que é o jornalismo. E é isso que me fez voltar depois de dois anos lutando para esse curso tão mal-quisto.

E é isso que vai me formar daqui um ano e meio. É amor. Safado, ordinário e malandro. Que me faz viver.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Domin(ação)

Angústias que doem como dedos queimados na panela de água quente. A gente simplesmente não entende como aconteceu. Só sente.

Cabeça tão cheia desse mundo tão vazio. A gente não pede, apenas mede.

Olhos que se enchem e se esvaziam como se o fizessem com cada piscar. A gente não domina, só elimina.

Coração já pesado por fardos passados. A gente não bate, só rebate.

A coisa certa é às vezes tão incerta que dá merda.
A gente não escolhe, só acolhe.
Só recolhe.

sexta-feira, 4 de março de 2011

O Jarro de Margarida

"Um espaço em uma longa mesa de madeira num cantinho perdido da Vila Madalena. Um dia cinza, com chuva e um gosto de sofá com pipoca.

Assim ela se foi. Assim a levaram. Aquele lugar que sempre tinha uma flor. Duas, com ela. E triste que um inseticida e post it agora ocupem o lugar dela.

Ela era a jarrinha de margaridas que nunca murchava na mesa, em meio a notebooks e papéis. A bagunça era até mais bonita.

Mas se foi e fica a sensação de perder uma irmã mais velha recém– conhecida. Mas eu sei que na frente a gente vai se encontrar e ela vai estar muito, muito melhor. E eu também. E vou dar um abraço com um saudoso sorriso de quem não tem intimidade, mas sente falta."


Para Fernanda Perez

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Bulimia

Ainda tem mágoa. Do seu cabelo, da sua voz e dos seus gostos. Uma bola cinzenta e rançosa localizada na boca do estômago que vez ou outra me obriga a vomitar tudo.
Vomito agora.
Vomito sua covardia, tão latente, mas ainda assim, disfarçada com olhares doces, palavras bonitas e um belo design. Mas ela está ai, ainda está presente.
Você surra o ego alheio para que o seu inche. Sabe que é covarde e tem medo que descubram isso. Essa face torta que você tanto maqueia.
O seu nariz adunco, que faz com que seu perfil seja tão horrível. Horrível como você foi comigo.
E eu não me condeno por ser dura, porque no fundo, você sabe que é verdade. Uma verdade que você mesmo apontou.
Num ato de extrema complexidade, você usou sua covardia para justificá-la. Realmente, eu não entendo.
Nem quero.
Só quero esquecer de tudo isso quando parar de vomitar tais palavras e limpar a boca. E a mente.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

CFA

Tem horas que simplesmente
Caio
Num buraco cavado por um
Fernando
Dentro de um coração fechado
Que ele jeitosamente
Abreu