Homens velhos, barbudos, bêbados e mortos sempre vem me ajudar.
Com vocês, Leminski:
essa idéia
ninguém me tira
matéria é mentira
coração
PRA CIMA
escrito embaixo
FRÁGIL
isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além
você está tão longe
que às vezes penso
que nem existo
nem fale em amor
que amor é isto
domingo, 27 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Empirismo da morte
Morar perto de cemitério desde sempre me trouxe uma das poucas verdades absolutas e imutáveis: todos teremos o mesmo fim.
Já cansei de passar em frente ao cemitério e ver pessoas inconsoláveis com a perda de alguém que até outro dia estava do lado delas. Algumas, já esperavam. São famílias de ex-doentes que acalmaram seus corações sabendo que agora não haveria mais dor.
Esses casos são simples. Quando a dor é maior que a vontade de viver, é melhor ser levado por cinistro seifador. Já preparamo-nos e preparamos os outros para que saibam logo: a verdade absoluta está perto.
Há os casos menos simples porém: a interrupção de vida acidental. Jovens, crianças ou adultos, no auge de sua vida, não mais ali. Os planos solitários, os planos em conjunto, os não-planos, tudo agora desce com o caixão para um retângulo na terra.
O choro inconsolável de quem ama, que não entende porque agora, porque eu, porque comigo. A vontade de pular junto ao pedaço de carne já sem vida e desejar fazer parte daquilo. Acredito que os lamentos sejam a forma mais genuína de se resignar ao fato de que nunca mais teremos aquela pessoa ao lado.
O múrmurio rebate a dor, dizendo que vai passar. Que tem que passar. Que a vida continua. A vida sempre continua, até que se tenha a morte. Mas agora não é a mesma vida. É uma vida sem uma das vidas que a completava. Ninguém pode ser consolado nessas horas.
Já disse Silvio Santos: da vida não se leva nada.
Já cansei de passar em frente ao cemitério e ver pessoas inconsoláveis com a perda de alguém que até outro dia estava do lado delas. Algumas, já esperavam. São famílias de ex-doentes que acalmaram seus corações sabendo que agora não haveria mais dor.
Esses casos são simples. Quando a dor é maior que a vontade de viver, é melhor ser levado por cinistro seifador. Já preparamo-nos e preparamos os outros para que saibam logo: a verdade absoluta está perto.
Há os casos menos simples porém: a interrupção de vida acidental. Jovens, crianças ou adultos, no auge de sua vida, não mais ali. Os planos solitários, os planos em conjunto, os não-planos, tudo agora desce com o caixão para um retângulo na terra.
O choro inconsolável de quem ama, que não entende porque agora, porque eu, porque comigo. A vontade de pular junto ao pedaço de carne já sem vida e desejar fazer parte daquilo. Acredito que os lamentos sejam a forma mais genuína de se resignar ao fato de que nunca mais teremos aquela pessoa ao lado.
O múrmurio rebate a dor, dizendo que vai passar. Que tem que passar. Que a vida continua. A vida sempre continua, até que se tenha a morte. Mas agora não é a mesma vida. É uma vida sem uma das vidas que a completava. Ninguém pode ser consolado nessas horas.
Já disse Silvio Santos: da vida não se leva nada.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
100100tido
Sempre cheia de palavras para esvaziar o peito
Encho-o agora e deito
Calada no meu leito
Para não me machucar
A cegueira é passageira
A surdez é momentânea
A falta de tato é corriqueira
A mudez é instântanea
Encho-o agora e deito
Calada no meu leito
Para não me machucar
A cegueira é passageira
A surdez é momentânea
A falta de tato é corriqueira
A mudez é instântanea
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Gaiola de peixe
A coisa mais frustrante do mundo é querer muito algo e dar errado. Isso é unânime.
Não importa o que seja, se você quer e não tem, te entristece.
E tenho estado muito triste. O que quero está perto mas eu não alcanço.
Posso ver e não posso pegar. Consigo ouvir, mas não estou tão perto quanto gostaria. De rasgar a caixa dos peitos de tanto que dói.
Eu odeio a sensação de que nada pode ser feito. Essa resignação maldita de quem está do outro lado do vidro vendo tudo passar. E com a sensação de que deveria ter ficado.
Um aquário humano. Um aquário desumano que separa. Que filtra. Mas não ptrecisa filtrar, já é puro.
Querer não é poder. Frase sábia e sóbria que eu odeio. Mas é real. O meu ódio e a retórica são reais.
Quero-quero, patativa, bem-te-vi.
Mal-te-vi.
Mal-chegou.
Mal-estar.
Mal-estou.
Bem-estar.
Bom estar.
Com você.
Não importa o que seja, se você quer e não tem, te entristece.
E tenho estado muito triste. O que quero está perto mas eu não alcanço.
Posso ver e não posso pegar. Consigo ouvir, mas não estou tão perto quanto gostaria. De rasgar a caixa dos peitos de tanto que dói.
Eu odeio a sensação de que nada pode ser feito. Essa resignação maldita de quem está do outro lado do vidro vendo tudo passar. E com a sensação de que deveria ter ficado.
Um aquário humano. Um aquário desumano que separa. Que filtra. Mas não ptrecisa filtrar, já é puro.
Querer não é poder. Frase sábia e sóbria que eu odeio. Mas é real. O meu ódio e a retórica são reais.
Quero-quero, patativa, bem-te-vi.
Mal-te-vi.
Mal-chegou.
Mal-estar.
Mal-estou.
Bem-estar.
Bom estar.
Com você.
domingo, 13 de junho de 2010
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