segunda-feira, 26 de julho de 2010

Ode a teimosia

Na tolice irracional
vou fazendo tudo
que havia dito não fazer mais

Tudo isso na ânsia inútil
de ficar em paz e não querer sentir
novamente
o cheiro que impregnou a camiseta
e a fronha
do meu travesseiro
que dormem comigo
E que dormem sozinhas
mesmo quando não estou dormindo

Tento te deixar de lado
Deixo tudo amarrotado, finjo não me importar
Mas me importo
Por pura teimosia
Talvez até um certo masoquismo
Me magoa
Cada instante, momento e situação
Magoa e dói
Mas eu sou tão teimosa que insisto

Uma amnésia acidental
Seria proviencial
Uma overdose de cafeína
Alguma coisa que me desligue
Por algum tempo e não permita
Que eu me maltrate mais
Um fatídica dose de realidade

Que ela caia como um raio
Em cima da minha cabeça
Despenque dos céus
Me rache no meio
Que doa muito, como nunca antes
Para ver se eu aprendo de vez

Ou, como diria Leminski, até esse erro aprender que só o erro tem vez.

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