Mais para frente vou olhar para trás e rir disso. Mas agora, eu só espero.
Em silêncio, mas um um grito e um sapo na garganta, com uma voz que trêmula e que desafina quando tenta soltá-los.
Vou rir e pensar no quão tola eu fui, no quanto minha ansiedade e insegurança me sabotaram, no quanto eu podia ter feito, ou não feito, ou até mesmo desfeito, mas que não fiz. E vou achar engraçado.
Gargalharei lembrando que a graça já foi dor, que a dor foi desespero, que o desespero foi maluquice e que eu achei que era amor. E talvez fosse. De muito perto, assim, encostado, colado, interno. De tão perto assim, ninguém é normal. Não sou eu uma exceção. E por isso mesmo, acharei graça.
Vai ser tão engraçado lembrar que eu realmente sofri por coisas tão pequenas e de fácil solução, simples como uma fórmula de matemática. Que chorava e parava de comer, de dormir e de sorrir por coisas tão, mas tão ridículas que meus maxilares desmancharão de tanto rir.
Acho que vou até urinar-me de tanto rir quando lembrar de tudo o que eu tentei de fazer para não parecer boba, mas que só evidenciaram isso, como pancake barato em cima de acne. A gente usa, na esperança de disfarçar, mas só chama mais atenção. É sempre hilário.
E quando no chão estiver, agora pelo riso, não mais pelo choro, lembrarei do Chico, tão desafinado e tão poético: já passou.
2 comentários:
Tomara que seu texto defina minha situação atual. Eu espero.
Eu já disse que adoro os seus textos? Adoro o jeito que você pensa, acima de tudo!
É sempre bom voltar para ler seu universo!
Postar um comentário