segunda-feira, 11 de março de 2013

A lição mais valiosa que a faculdade me ensinou

Após 6 anos de luta, finalmente sou jornalista formada pela Universidade Metodista de São Paulo. Eu aprendi muitas coisas, como fazer um lead, trabalhar em grupo e principalmente: trabalhar sob pressão e com prazos curtos com excelência e profissionalismo. Se me perguntarem: “Acha que o diploma de jornalismo é obrigatório?” responderei que não, mas valido toda a minha passagem pela Universidade pela vivência que ela acarreta. Poderia ter aprendido muito do que aprendi lá em outros lugares, mas foi lá e dou créditos a ela por isso. Faculdade é importante, mas não é crucial. Ponto.

O que mais aprendi, na verdade, me foi ensinado por 3 mulheres que eu amei muito (como amigas – vale ressaltar). São 3 pessoas que eu não falo mais, mas nem por isso são ruins. As 3 são jornalistas formadas hoje, as 3 são muito bonitas, inteligentes e capazes. Mas as 3 me ensinaram como não ser amiga. E é para elas esse texto.

Não citarei nomes, acho pequeno e irrelevante. Se por acaso elas acabarem lendo, saberão que são elas. Caso contrário, fica o registro de que isso não é uma indireta, é um desabafo e um agradecimento. É um relato meu, pessoal, motivado pelas minhas experiências e portanto, não é uma verdade absoluta.

Muitas pessoas tem o hábito de demonizar as que lhes causam sofrimento, dizendo que são ruins, movidas por ego, dramáticas e vejam vocês, até de vaca traidora. Apesar de toda a carranca que carrego comigo como instinto de preservação, asseguro-lhes: se eu disser que te estimo como amigo, você pode contar comigo para sempre. E foi o caso dessas 3 pessoas, que por motivos grandes ou pequenos, hoje já não tem mais esse crédito com a fotojornalista que vos escreve.

Ética – o que é ética? Essa pergunta ainda ressoa em muitas mentes dessa turma que se forma quinta-feira, talvez só ofuscada pela definição de “O que é ideologia?”. A coisa mais importante que a faculdade me ensinou foi a não desistir de um ideal e jamais abrir mão da ética para conquistá-lo.

Quando se trata de relações humanas, confesso, ainda estão engatinhando rumo ao progresso. Sou geniosa, brava, dissimulada e até arrogante em algumas vezes. Mas também sou sincera, leal, prestativa e principalmente: ética. Todos os seres, humanos ou não,  são passíveis de erros, enganos, confusões. Não sou uma exceção.

Nesses 6 anos, moldei muito da personalidade que hoje apresento e sei que passarei a vida inteira fazendo isso. Talvez daqui 10 anos, esse texto soe cafona e sem sentido, mas não me importo. O que vale é o agora. E agora, eu decidi me perdoar e perdoar quem me magoou, difamou ou demonizou nesse tempo todo. Porque a mágoa, a cólera e rancor são como arremessar brasas nos inimigos: você acaba se queimando no ataque (obrigada pela metáfora José Altran).

O que essas 3 pessoas fizeram ou deixaram de fazer não importa. Elas me magoaram e por muito tempo eu tive raiva. Mas não tenho mais e peço perdão por sentir mágoa, ainda que fundamentada, por elas. Peço perdão por toda dor que as causei e mesmo sabendo que elas podem ignorar esse fato, digo de coração que estimava de verdade a presença de cada uma em minha vida.

Se hoje não é possível transcender todos os nossos erros e perpetuar um voto sincero de amizade, asseguro com esse texto que não é mais por minha causa. Consigo enxergar o mal feito e o mal recebido, consigo perdoar e pedir perdão, consigo seguir em frente. E torço, honestamente, para que elas também consigam.

Sucesso a nós, eu brindo-as por me terem permitido evoluir. E se puderem fazer o mesmo, erguerei a taça com o mesmo entusiasmo. Essa foi a lição mais valiosa que a faculdade me ensinou.