Acredito que a cagação de regra — tal como a zoeira — nunca terão fim. E que seu começo se deu nos primórdios, quando um neandertal foi cagar de um jeito e outro lhe deu com o tacape na cabeça para mostrar como se cagava certo.
Arrisco ainda dizer que seja até antes, quando um ainda macaco foi comer uma banana e chegou outro, mostrando qual lado deveria ser mordido primeiro.
Não se sabe o começo, não se sabe o fim. Mas a cagação de regra se perpertuou ao longo dos milênios e está ai, irredutível e a mesma, tal como o Keanu Reeves.
Essa arte milenar ganhou repercussão ainda maior quando um alemão decidiu que era hora de criar a prensa. Ocioso da vida, Gutenberg foi lá e possibilitou que a Igreja Católica — uma das maiores instituições de cagação de regra de todos os tempos — pudesse cagar suas regras de maneira escrita e em larga escala.
Nos séculos sucessores, as tecnologias industriais estavam ali, a bel prazer da cagação de regra para que fossem utilizadas. E foram. No final do século XX, esse patamar já tinha alcançado algorítimos e sequências binárias graças ao digital.
E hoje, mais de uma década depois da entrada do século XXI, a cagação de regra se perpetua para além do cagar, do descascar banana, da orientação sexual, vestimentas, gostos pessoais.
Ela chega até na a palma das mãos entediadas e tediosas que, do alto de seus teclados, dispõem de um vigor para determinar o que pode ou não.
Smartphones engatilhados disputam atenção com o mundo real. Porque na internet, a regra é cagar regra.
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