quarta-feira, 16 de julho de 2008

A complexidade do Post-it

O verdadeiro sentido da vida está presente em cada coisa simples do mundo. A textura de uma pétala de rosa. O tamanho da pata de um vira-lata recém-nascido. O formato das nuvens em um dia de céu azul. O fato do grafite e do diamante serem primos. A unha humana. A anatomia de um parafuso. A descoberta do fogo. A fundição do bronze. O formato do botão do telefone. A cola em bastão, o clipe, o papel, os imãs. Coisas banais, que passam por nós tão constantemente, que nem notamos sua importante simplicidade.

O post-it. Genial. Um pedacinho de papel amarelo com cola para deixar recados e colocar até na testa de outra pessoa em extrema necessidade. Simples. Banal. Genial. Tão comum que deve ter sido uma grande idéia, daquelas que surgem do nada. Uma coisa tão simples, que não exige matemática alguma, nem uma pré-disposição genética raríssima para sua confecção. Apenas papel e cola.

A legítima e irrevogável conclusão: é preciso ser simples para ser genial. Não que as coisas complicadas não sejam geniais. Mas elas partiram de uma idéia simples. Que deu certo, diga-se de passagem.

Nós humanos, presunçosos e demasiadamente arrogantes, tentamos sempre complicar as coisas. Tentar usar termos difíceis, esquemas complicados, métodos de organização complexos. Tudo isso na ânsia de ser notado e catalogado como gênio. E passamos tanto tempo querendo isso, que deixamos de lados idéias simples que poderiam dar certo. Desde uma cesta de supermercado com calculadora, um idéia deveras simples, mas que ninguém teve, até a descoberta da cura da AIDs, que pode estar na nossa frente, mas recusamo-nos a reconhecê-la.


Não acho que isso vá mudar tão cedo. Até porque, eu também quero ser genial. Quero achar a cura da AIDs, resolver problema do buraco na camada de ozônio, quero acabar com a fome e a guerra. Enquanto isso, esqueço de separar meu lixo para reciclagem.

E fico admirando de longe a genialidade de um Post-it.

Um comentário:

Luana Costa disse...

Eu nunca pensaria assim, genial!