segunda-feira, 13 de outubro de 2008

A visão da cegueira.

Fernando Meireles novamente merece aplausos. Dessa vez, por Ensaio sobre a Cegueira ( ele também é o diretor de Cidade de Deus e O jardineiro fiel).


Não só o filme, mas recomendo o livro de José Saramago também, único escritor da língua portuguesa a conquistar um Nobel de literatura.

Tudo começa com um motorista (Mitchell Nye). Ele está dirigindo quando o semáforo fecha. A partir de então, enxerga apenas um mar leitoso. Parado no meio do trânsito, provoca a impaciência nos outros motoristas. Um homem decide ajudá-lo e compromete-se a levá-lo até sua casa. Ao chegar, deixa o homem em seu apartamento, mas leva seu carro.
A esposa (Yoshino Kimura), ao chegar em casa e se deparar com o marido cego, procura um oftamologista (Mark Ruffallo) para tratá-lo. Começa ai a contaminação.

Ficam cegas as pessoas que estavam no consultório, o próprio médico e todos que tiveram contato com o primeiro contaminado, inclusive o ladrão.
A única pessoa que não é supostamente contaminada é a mulher do médico (Julianne Moore).

Com as contaminações aumentando, a cegueira leitosa torna-se uma epidemia. Os contaminados são isolados em um antigo manicômio.São criadas diversas alas para acomodação dos cegos. A esposa do médico passa a cuidar de todos e se responsabilizar pela comida, higiene, limpeza e manutenção de todos de sua ala.

Visando manter alguma organização, o médico explica aos cegos da ala 3 como é a distribuição de comida e como funciona a ala 1. Um dos cegos (Gael Garcia Bernal) questiona o porquê de obedecê-lo se não pertecem a mesma ala. Sem acordo, começa uma guerra interna.

Sem nenhum auxílio externo, sem nenhum hierarquia interna, o manicômio torna-se um caos de cegos, mortos e feridos.

Meireles brilha em mais uma obra digna de reconhecimento. Julianne Moore é a grande atriz-chave do filme e mesmo com a idade, não deixa a beleza fugir às feições.
Um filme ótimo que novamente coloca a prova nossas noções de civilidade, de ética, de moral.
Os fãs de Batman que me perdoem, mas Ensaio sobre a cegueira não precisou de ninguém vestido de morcego para mostrar o quanto nosso sistema é falho.

Um comentário:

Unknown disse...

Fazia tempo que não assistia um filme novo tão bom, que me fez ficar tão tenso! hauh adorei!
Mas eu gosto muito do Batman também, quer dizer, do Coringa!
Beijão amor.