sexta-feira, 13 de março de 2009

Human? No, journalist

Sem querer parecer bajuladora da profissão, "típica estudante" e puxar sardinha para o jornalismo, mas se algumas coisas da vida fossem como a estrutura de uma notícia, muitas coisas seriam simplificadas.

O nosso tão ortodoxo lead (ou lide), que te obriga a responder logo de cara o que, quem, quando, onde, como e por que é um exemplo.

Se ao invés de complicar, de mistificar, respondêssemos de cara o que é questionado, metade dos mals-entendidos teriam fim. Obviamente surgiriam outros, que consistem simplesmente na atitude de falar logo de cara tudo o que é perguntado, restando apenas aquela falta de censura no que é dito.

Quando alguém falasse "Adivinha", você segueria o roteiro leadiano. Como na conversa seguinte:

- Adivinha...
- O quê?
- Comprei uma saia?
- Quem?
- Quem o quê, bebeu? EU comprei uma saia.
- Quando?
- Hoje cedo, em uma liquidação.
- Onde?
- Naquela loja nova, com 75% off.
- Como?
- Com o cartão, oras...
- Por quê?
- Porque eu queria! Nossa, que chatice a sua, super seco e direto nas suas perguntas. Qual é? Só porque comprei a terceira saia essa semana, contrariando todos os seus avisos de que estava me tornando uma capitalista selvagem, fruto da indústria da propaganda? É essa a visão que tem de mim? Deve ser mesmo, por isso não dá certo entre nós, por isso. Você pensa coisas horríveis de mim. E pensar que só comprei para irmos na festa DO SEU melhor amigo. Fiz pensando em você e ainda aturo isso. Não dá mais, para mim chega. Tchau.

Tu tu tu tu...

Ou então bancar o entrevistador na balada, perguntando nome completo, idade, o que faz, o que estudou, aonde, porque estava ali é realmente um indício do jornalista pentelho... Ainda mais se não deixar sequer o pobre "entrevistado" responder uma palavra, no maior estilo Jô Soares.

Mas há causos em que ser direto, ser simples, ser "imparcial" é preciso. E mais do que o lead ou entrevistas, se todo mundo seguisse o modelo de bom jornalista e apurasse direito as coisas antes de sair falando, julgando, apontando, recriminando, ah, isso sim seria uma grande evolução.

Parasse de inventar dados, ouvisse os dois lados da história, recorresse a fontes e por fim informaria e não deformaria o fato.

Mas nem tudo é assim, muito na vida é praticamente uma reportagem especial, com páginas e páginas, informações complementares, pessoas diversas e locais inusitados. Com repórteres que passam meses se dedicando para ter um espaço limitado na vida delas. Até o momento de suas "deadlines".

E se refletirmos sobre, todos teremos uma deadline. Um dead time.

2 comentários:

Unknown disse...

Dá-lhe jornal!

Evandro Silva disse...

Complicado.
No trabalho fui considerado o "vendedor direto", muitos falam que sou assim, também acho, resumo meus textos etc... mas certas horas, enrrolo, fico dando voltas. Direto ou não, mal-entendidos não faltam.
Estava cursando Publicidade, notei que tem uma certa rivalidade com o pessoal do jornalismo. [Estava, pois, com certo pesar desisti pra fazer Design Grafico, mas acabou dando em merda... no segundo semestre retorno aos estudos.]
Se é que se encaixa no contexto, dead time pra mim.
________________________________
Confesso que gostava bastante do Narcotica-mente, mas...

Bom, agora vou tentar dar mais um pouquinho de atenção a vida blogueira.