Uma gota de suor descia pelas costas. Sozinha e única, perfeita em sua forma. Os lábios rosados tremiam, os poros se abriam para ouriçar os pêlos do braço, da nuca, do pescoço.
Silêncio.
Fez-se o arrepio mediante à sudorese em um gesto contraditório. Não-linear, como a história das histórias, do mundo, do tudo. O tudo é não-linear.
E fez-se a mudez, para quebrar o silêncio. Antagônico, confuso. Distorcido.
Pausa. O vento leva a mudez, que tinha levado o silêncio. A gota perfeita desce agora mais à esquerda, empurrada por aquela brisa. Ainda solitária.
Foi-se o vento. Ficou o momento, selado pela mudez. Calado e setenciado por mãos inquietas, pálpebras semi-abertas e uma sensação recém-descoberta: a vida não-linear.
2 comentários:
Bonita forma de escrita, e bela sensibilidade e abstração para descrever uma simples(?) gota de suor!
Quem diria que ali estaria a grande resposta que quase todos os filósofos, não importa de gregos ou troianos, buscaram e ainda buscam.
Nada muito resbuscado, apenas um comentário.
Belo blog, e ótimos gostos... só que prefiro dias ensolarados, qualquer dia tento descrever o significado que tem para mim!
Desculpe pela invasão... pensando bem, desculpe nada, blog é para isso!
Desculpe pela irreverência!
pensei um monte de besteira lendo esse post rsrs
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