sábado, 12 de setembro de 2009

Discovery

Uma gota de suor descia pelas costas. Sozinha e única, perfeita em sua forma. Os lábios rosados tremiam, os poros se abriam para ouriçar os pêlos do braço, da nuca, do pescoço.

Silêncio.

Fez-se o arrepio mediante à sudorese em um gesto contraditório. Não-linear, como a história das histórias, do mundo, do tudo. O tudo é não-linear.
E fez-se a mudez, para quebrar o silêncio. Antagônico, confuso. Distorcido.

Pausa. O vento leva a mudez, que tinha levado o silêncio. A gota perfeita desce agora mais à esquerda, empurrada por aquela brisa. Ainda solitária.

Foi-se o vento. Ficou o momento, selado pela mudez. Calado e setenciado por mãos inquietas, pálpebras semi-abertas e uma sensação recém-descoberta: a vida não-linear.

2 comentários:

Henrique Neto disse...

Bonita forma de escrita, e bela sensibilidade e abstração para descrever uma simples(?) gota de suor!

Quem diria que ali estaria a grande resposta que quase todos os filósofos, não importa de gregos ou troianos, buscaram e ainda buscam.

Nada muito resbuscado, apenas um comentário.

Belo blog, e ótimos gostos... só que prefiro dias ensolarados, qualquer dia tento descrever o significado que tem para mim!

Desculpe pela invasão... pensando bem, desculpe nada, blog é para isso!

Desculpe pela irreverência!

Vinicius disse...

pensei um monte de besteira lendo esse post rsrs