Existem perguntas cretinas que merecem respostas grosseiras. "À lá" Saraiva do "Zorra Total" (lixo da pior espécie, criado pela infecção generalizada, vulgo Globo). "Você por aqui?" é uma delas. "Nossa, já chegou?" é outra. "Vai pagar com dinheiro ou à vista?" nem exige comentários extras. "Lugar para dois?" quando entra um casal exige muito mais do que uma resposta "mal-criada". "Você está dormindo?" é a clássica para acordar alguém.
Mas nenhuma das citadas, nenhuma mesmo, supera esta: "Tudo bem?". "Tudo bem?" é o pretexto dos fofoqueiros para especulação. É o muro de lamentações dos pessimistas. É a coroa de louros dos bem-sucedidos exibicionistas. E é a arma letal dos irônicos.
Bem descrita na música dos Garotos Podres:
“- Oi, tudo bem?
- Tudo bem... fora o tédio que me consome todas 24 horas do dia. Fora a decepção de ontem, a decepção de hoje e a desesperança crônica do amanhã... Tenho vontade de chorar, raiva de não poder, quero gritar até ficar rouco, quero gritar até ficar louco... Isso sem contar a ânsia de vomito, reação à tal pergunta idiota...
Fora tudo isso, tudo bem”.
"Tudo bem?" é uma sentença odiosa, que deveria ser banida dos cumprimentos. Só mesmo aqui "Tudo bem?" é sinônimo de educação, "How are you?" tem tão mais sentido...
Certa vez, depois de um típico "dia de merda", eis que um ser detestável e nojento vira e usa a interrogação do mal (ele não era detestável e nojento por isso, mas tornou-se mais após o uso).
-Tudo bem?
E eu, séria:
-Não.
-Não?- insistiu.
-Não.- mais séria, fria e seca do que nunca.
-Então tá bom.- completou.
Por isso, quando perguntam "Tudo bem?", geralmente minto que sim, sem mais me alongar no contexto. Exceto, é claro, nos dias de merda. A resposta é tão cretina quanto a pergunta:
-Oi, tudo bem?
-Pergunta por interesse ou apenas por educação?
-Nossa! Apenas para saber como você está.
-Viva.- novamente eu, seca e fria.
-Que bom.
-Concordo.- ainda mais seca e fria.
Geralmente paro por ai. Depois disso, vêm as perguntas seqüenciais:
-Trabalhando?
-Como um relógio.
-Eu também. E estudando. E namorando. Sem tempo para nada.
-Faz parte.- uma resposta quase instantânea.
-Bom, preciso ir. Cuide-se e beijos.
Nada melhor para finalizar esta "conversa de dia de merda" do que um:
-Idem.
Morte ao "Tudo bem?"!!!!!!!
terça-feira, 19 de junho de 2007
Instruções ao "Tudo bem?"
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Io-ho, io-ho... a pirate´s life for me

Confesso que estava desacreditada quanto à terceira parte de "Piratas do Caribe". Com um segundo filme "meio" forçado, típico pão e circo da população, minhas esperanças haviam quase minguado.
Eis que surge uma luz e consigo finalmente assisti-lo. E garanto: não há decepções.
Cenário, trilha sonora, enredo, elenco e figurino são aspectos impecáveis e de magnífica excelência. A trama se encaixa perfeitamente e não deixa o vazio que deixou "O baú da morte".
Para os pacientes que agüentaram firme após os letreiros, o "algo mais" valeu a pena. Deixa uma base para continuações.
Jurei que se Will e Elizabeth se casassem no final, sairia do cinema gritando: "devolvam minha vida, devolvam minha vida". Não o fiz, mas em termos, deveria tê-lo feito. Só quem assistiu ao filme entenderá.
Tão bom quanto o primeiro, melhor do que o segundo, "Piratas do Caribe-No fim do mundo" (odiei essa tradução, no filme anterior a legenda dizia: nos confins do mundo, muito mais adequado ao meu ver) abre espaço para continuação, mas completa a história em uma trilogia.
"Leve tudo que puder
Não devolva nada".
"Homens mortos não contam histórias".
“A pirate´s life for me...”
"Parolar?"
Ps: Orlando Bloom está mais lindo do que nunca... Como é possível?
A trema não caiu, a trema não caiu... a trema não caiu...

Trema é um diacrítico usado em diversas línguas para alterar o som de uma vogal ou para assinalar a independência dessa vogal em relação a uma vogal anterior, constituindo-se às vezes em uma vogal própria e distinta no alfabeto.
Ou seja, os dois "pinguinhos" no u de lingüiça.
Meu professor de Produção de Textos tão aclamado pelo público feminino, Paulo Ramos, citou em tom frenético e enfático: "A trema não caiu... a trema não caiu... a trema não caiu... a trema, não caiu...".
Embora haja toda a discussão entre estudiosos da língua, da gramática e blábládores à lá Pasquale sobre o "tombo" da trema, de fato, ela não caiu.
Poucos a usam. Muitos a desconhecem. Acho que ninguém gosta muito dela.
Pobre trema!
Mas por bem ou por mal, a trema ainda não caiu.
O fator que me anima: a trema vai cair... a trema vai cair... a trema, ah, a trema vai cair...
Mas por bem ou
quarta-feira, 6 de junho de 2007
Putin e Bush brigam com estilingue

O G8, grupo que reúne os países mais industrializados do planeta, está ai. Na verdade, está na Alemanha.
Reunindo Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá, Itália e Rússia (convidada devido a sua importância geopolítica), os temas da cúpula são relativamente o Aquecimento Global e desigualdade social, principalmente na África.
Bem, era essa a intenção.
Bush veio com uma idéia babaca de construir um escudo de proteção antimísseis nas fronteiras da Rússia com a Europa.
Putin retruca, deixando um clima meio pesado entre os países: "Se a capacidade nuclear norte-americana se espalhar pelo território europeu, nós teremos de nos dar novos alvos na Europa".
Desde a Guerra Fria, os mísseis russos não apontam para as fronteiras européias.
Isso parece uma estilingada proposital do presidente norte-americano bem na nuca do presidente russo.
Começou a batalha de estilingues.
A Rússia tem um estilingue maior. Os EUA têm um estilingue mais novo. Quem sairá vitorioso?
Putin afirmou aos jornais que apontará sim os mísseis caso Bush continue com essa proposta.
Agora foi a nuca presidencial norte-americana o alvo. Em cheio Putin!
Fora essa disputa pueril, entra em cena o recém-chegado ao poder, Sarkozy (França), que é novo na cúpula. E será que o veterano Tony Blair vai dar "o trote", aproveitando a deixa? Afinal, mês que vem ele está fora mesmo...
Bem, em meio aos trotes dos veteranos nos bixos e na guerra de estilingue, tomara que algo produtivo saia.


Tomara...
Ps: China não está entre os 8 porque sua renda não é de um país industrializado. Pelo menos foi essa a desculpa usada.
Capitalismo selvagem em 12 de junho

Dia dos namorados... Grande data para lotar motéis e endividar as pessoas.
E lotar minha caixa de e-mails com ofertas "imperdíveis" para qualquer casal apaixonado.
Boa, qualquer casal apaixonado...
Eu simplesmente acredito que seja uma data idiota entre o dia das mães e o dia dos pais que o comércio inventou para aumentar a rentabilidade nesse frágil período.
Fruto do capitalismo selvagem, diria.
Para que comprar um presente, um cartão, uma flor, um buquê, uma caixa de bombons ou se endividar com algo mais caro e exótico?
O amor supera qualquer valor financeiro ou qualquer gesto simbólico utilizado para representá-lo.
O dia dos namorados "são todos os dias para os que namoram".
O namoro consiste em uma cumplicidade diária. Não um gesto consumista induzido pela indústria do capitalismo.
Eu, quando voltar a me apaixonar (pode demorar cerca de 100 anos), farei de todos os dias, o dia dos namorados.
Todos os dias para presentes bobos, galanteios e "eu te amos" em demasia.
Porque até os pobres amam. E os que amam, são todos pobres. Porque o amor não pode ser comprado. E nem representado por uma data ou material.
E esse texto parece coisa de mal-amado.