Além de efetuar com precisão (ou nem tanta) todas as funções biológicas que nos mantém em plena atividade, o que é viver?
Para uns, é buscar a perfeição, seja profissional, estética ou intelectual. Para outros, constituir uma família, filhos encaminhados, sucesso em todos os campos, ter seu sustento pré-estabelecido e espaço para luxos.
Alguns vivem a vida subindo montanhas e descendo serras, viajando pra cada canto do mundo, sem cão, documento, compromisso, cujo objetivo maior é ser desbravado.
Alguns vivem a vida subindo montanhas e descendo serras, viajando pra cada canto do mundo, sem cão, documento, compromisso, cujo objetivo maior é ser desbravado.
Acredito que seja todas e nenhuma das anteriores. Viver é tudo isso sim. E não só isso. Vai parecer o maior clichê do mundo, mas viver é aproveitar cada momento.
Só que há um porém (sempre há): é muito fácil aproveitar o momento quando é uma festa, um evento, uma reunião, uma viagem, uma balada... esses momentos são auto-aproveitáveis (exceto para os socialmente fóbicos, mas esse é o jeito deles viverem...).
E a tarde chuvosa e chata dentro do escritório, cheia de clipping para fazer, de relatórios para terminar, de gritos do seu chefe para ouvir? Quem aproveita esses momentos? Não tem como aproveitá-los sorrindo, é verdade... são mais um teste de paciência, auto-controle e até, disciplina por assim dizer.
O importante é saber que estamos em plena quinta-feira, amanhã é sexta e está quase ai. Sim, tem um monte de gritos, trabalhos e o caramba à quatro, mas logo vem o sábado a sorrir como uma criança munida de algodão doce.
Pode até ser difícil viajar para aproveitar melhor esse algodão doce que é o fim-de-semana, embora o importante seja aproveitá-lo até o fim (fim, entende-se por 18 horas do domingo, quando acaba o jogo e todo mundo está na melancolia pré-segunda).
Acho que o verbo viver está contido em mais do que definições tão simples ou tão complexas... Um rótulo tão ordinário quanto o de uma geléia.
Viver é tomar chuva no ponto depois de um dia de trabalho, pegar o ônibus ensopado, receber seu cachorro na porta de casa e ainda achar graça nisso.
É falar besteira no pc durante 7 horas com seus amigos, comer miojo de pizza em cima do teclado só para não atrasar a resposta e segurar as idas ao banheiro até onde a bexiga humana suportar...
É assistir 12 vezes o mesmo filme do Roberto Benini e sempre rir quando ele berra: "Bon giorno, principessa", desejando com avidez que fosse você (tanto ele, quanto ela).
É reunir os melhores amigos do colegial para nada, do nada, comer Ana Maria de baunilha e assistir toda a temporada de Heroes de uma só vez.
Tocar Dark side of the moon com O mágico de Oz na ânsia de comprovar a veracidade do boato.
Ficar pensando horas e horas na mesma idiotice antes de adormecer. Ou até perder o sono por isso.
Esfregar com todo apresso um brownie no seu melhor amigo quando ele menos esperar. E conseguir manter a amizade depois de estragar a melhor camisa social dele.
Dançar alguma música bem babaca no meio da faculdade. Até porque, se for sexta, todos acharão que passou no bar antes.
Comer com gosto aquela lasanha à bolonhesa que a Sadia tenta imitar, mas só sua avó paterna sabe fazer.
É contar moedas para comprar Smirnoff quente e beber no estacionamento do Extra, devorando um sanduíche de salame enquanto discute Kant, Platão e Jota Quest (eu sei que você ouviu/ouve/ouvirá, nem adianta fingir que não).
É listar todos esses motivos achando que alguém vai perder tempo lendo e que gostará ao final.
Viver é tudo isso e mais um pouco.
É um conceito simples, mas bem louco.
Afeta todo mundo, todo dia, de todos os jeitos.
Ainda bem...
4 comentários:
Puta clichê: eu sei!
Viver é demais! puta experiência inegualável.
hauh até fazer clipping pode ser divertido! relembra às épocas do pré II.
Ótimo post amor, caprichou!
Beijos mil
A vida é uma bosta =)
Mas vale o post...
Eu gostei ao final =)
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