quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sobre a insanidade


"De médico e louco, todo mundo tem um pouco".

A frase, vulgo provérbio, vulgo dito popular já é um dos maiores clichês. E constantemente sofre adaptações. Alguém sempre troca o médico, deixando apenas o louco para não perder o trocadilho.

Deixando os alguéns, os médicos, os trocadilhos e os provérbios de lado. Louco... Louco? Todos de fato temos a tal insanidade. Até que ponto ela é normal? - pausa para a contradição: como pode ser normal a insanidade? Bem, se todos a temos, ela é comum, e o que é comum, geralmente é normal... abre aspas para a explicação justificando a generalização dentro da pausa da contradição:

" Desde que não afete diretamente outras pessoas, ou seja, se você é só lelé, do tipo que berra e dança estranho, que fala besteiras, pensa idiotices, viaja em reflexões sobre as coisas mais banais da sociedade como quem inventou o papel higiênico ou o cotonete, você é considerado louco-normal.

Se você é totalmente contra qualquer tipo de manifestação que coloque a prova sua sanidade mental, faz tudo do mesmo modo para que não haja supresas, você é um louco reprimido normal.

Se você sai às 3 da manhã berrando na rua, acordando todo mundo, ouvindo o som no máximo, dizendo coisas sem sentindo e abordando pessoas de modo que pode ser avaliado como assustador, você é louco em demasia- normal.

Se você se diverte e até sente prazer com o sofrimento alheio, pensa que todo mundo deveria ser morto de forma lenta e dolorosa, dissecava seus sapos na escola com um sorriso enorme na face, machuca cachorros, queima mendigos, adora violência, principalmente quando a pratica, você é só louco."

Citados os perfis dos loucos, indago-me: até onde a loucura é normal? Se um dia deixarmos a loucura, perderemos de vez a sanidade? Embora a resposta que minha mente mastiga seja sim, não posso afirmar com certeza.

Mas posso afirmar que todo mundo é louco. Em maior ou menor escala. Temos esse quê de doidos, que nos faz ser idiotas às vezes (alguns sempre). E quem não é assim é louco do mesmo jeito, pois força sua natureza insana, reprimindo-a para buscar a sanidade.

Heráclito pregava o equilíbrio obtido pelo choque dos opostos. Portanto, toda essa loucura aqui escrita tem alguma fundamentação.


Dizem que sou louco 
por pensar assim
Se eu sou muito louco
por eu ser feliz

Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz ...

2 comentários:

Unknown disse...

hauahuah muito bom esse post amor! adorei mesmo!
Quanto mais louco melhor! desde que seja como o grande mestre/louco Raul dizia: maluco beleza, que mistura a maluquez com a lucidez.
Ótimo post para reflexão!
Beijos!

Leticia disse...

Adorei demaaaais, me identifiquei muito!
Sou uma louca-normal huahuahuahuh...

como já dizia Raul!
"Enquanto você se esforça
pra ser um sujeito normal
e fazer tudo igual...
eu do meu lado aprendendo
a ser louco,
um maluco total,
na loucura real..."

Um pouco de loucura é vital, para nos fazer viajar um pouco, sair uma pouco dessa realidade, que tantas vezes é chata. Que mal tem em ser um pouco louco? Um louco normal?

Os loucos são na verdade pessoas felizes, que fazem as coisas que têm vontade, do jeito que gostam, sem se importarem com o que outras pensarão ou dirão.
Ai, os "normais", julgam os loucos por fazer tudo o que eles gostariam de fazer e não tem coragem de ousar.

Todos temos loucura reprimida, só que uns tem coragem de mostrar ao mundo e tentar ser feliz do jeito que são, enquanto outros vivem guardando isso e vivem a margem do que pensam ser a vida.

Beijos de uma louca assumida!
=)