Depois de gritar, quebrar todos os pratos, explicitar cada sacrifício feito por ela e chorar, em quase fase de desistência, ele pergunta:
- O que você quer afinal?
Ela, sem mover um músculo facial a mais do que o necessário, responde:
- Eu quero propaganda de margarina.
Ele já não entendia mais nada. Achara que dessa vez ela tinha enlouquecido. Mas antes que ele pudesse perguntar, ela completou:
- Quero uma casa ampla, não precisa ser mansão, mas precisar ser clara, ter planta, ter foto, ter cachorro. Ter vida. Quero acordar de manhã e pegar o pote de margarina para o melhor café do mundo. Quero beijo na testa e banho de mangueira. Quero criança, velho, vizinho, adolescente, namorados deles, irmãos dos namorados. Quero torrada com geléia, bolo quentinho e café fumegante.
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No fundo, a maioria quer propaganda de margarina.
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