segunda-feira, 5 de novembro de 2007

A que ponto chegamos?


Em contra-partida à uma entrevista publicada ontem (04/11- "Voz contra o preconceito) no jornal Estado de S. Paulo (Caderno Feminino), relatando as ações de uma militante e ex-prostituta que busca direitos trabalhistas para a categoria, venho de forma humilde e singela expressar meu ponto de vista.

Antes de ser criticada e rotulada como preconceituosa, quero destacar o seguinte: TODO e QUALQUER cidadão é igual diante a lei, independendo sua ocupação, é SER-HUMANO acima de tudo. Logo, o respeito deve ser igual, acima de tudo.

Acontece que Gabriela Silva Leite, 56, ex-prostituta e atual militante, luta para representar a Rede Brasileira de Prostitutas.
Agora junto ao Congresso Nacional, busca a regulamentação da profissão, com piso salarial, carga horária, assistência social, aposentadoria etc.

O fato é: a profissão ainda é ilegal, mas sobrevive há muito tempo (desde a Antiguidade, sendo uma das ocupações mais antigas do mundo). Me arrisco a dizer que só sobrevive porque há "mercado" de trabalho (diga-se de passagem, responsabilizo os homens em 85% por essa afirmação).

Que essas mulheres sofreram e que devem de fato, encontrar ajuda só nesse meio, não posso negar. Não condeno e nem julgo. Mas regulamentar uma situação dessa, com incentivo fiscal e mais impostos para o governo através da prostituição, já é um pouco demais.

Além de claro, se regulamentada, haverá uma demanda grande de mulheres que, sem mais alternativas, vão buscar a "segurança" nesse ramo, se regido pela lei como sugerem as representantes da Rede.

Hoje, com tantos meios para arrumar dinheiro sem essa opção, com tantas oportunidades a mais do que antigamente, apoiar uma luta dessas é um absurdo. E lucrar com o recolhimento de INSS e mais não sei quantos impostos cobrados aos trabalhadores registrados, se contarmos com a regulamentação da prostituição, é muito mais do que demais.

Que bonito o governo receber impostos sobre a prostituição! E chamam isso de inclusão social.

Por que ao invés de apoiar a regulamentação do ramo, não há a luta para a valorização das mulheres no mercado de trabalho especializado? Por que não atuar numa área que não precise de tanto sofrimento, vergonha e humilhação (como várias ex-prostitutas já relataram em diversos meios de comunicação)?

E há os que abominam a liberação da maconha. Se é para faturar com impostos, que seja com o comércio de plantas e não de gente.

10 comentários:

Diandra disse...

vai dizer isso pra Bruna Surfistinha...

ou pra alguem que eve a pior das vidas, foi violentada pelo pai, padrasto, tio, irmãos e está apenas reproduzindo o comportamento que aprendeu...

dificil, dificil

Elsa Villon disse...

Foi o que disse, não julgo... Mas comento...

Renato Bittar disse...

Gostei...

Não acho que legalizar seja a solução.
Não acho que daria certo aqui...

O problema é que vai começar a se glamorizar a prostituição (o que aliás já se fez em uma novela por ai, né...) assim como houve uma glamorização da pobreza.

Não não... o buraco é mais embaixo... na educação...

A legalização da maconha funciona na Holanda.
Funcionaria no Brasil¿
Na minha opinião, não...

O problema aqui não são as leis... mas a fiscalização delas...

Enfim... acabei saindo muito do assunto...

Já tive minha época de indignação com as coisas que acontecem no país (se vc tiver a paciência de fuçar nos meus posts antigos, vai ver...), mas atualmente estou mais preocupado em colocar minha vida nos eixos.

Escrevi demais... chega...

Mas gostei....
voltarei!

Até!

m.m disse...

É como alguns cabeça-pequena falam 'Se legalisarem drogas seria menos trafego'... ACORDA, né?! Tem que se cortar o mal pela raiz, não aceitar o 'mal' e viver com ele como se fosse norMAL...

Acho que é como se não tivesse muito o que fazer, a não ser aceitar... Então, para aceitar, legalizar... Não acredito muito em 'ela é prostituta por trauma'.. But.ISSO sim, é uma opinião...

Beijos Amora,
m.m

P.s: Vc sabe que eu adoro o modo como escreve ;)

Cíntia Alves disse...

Primeiramente, ótimo post; questão polêmica...
E...comentário?
Bom, concordo com absolutamente tudo o que vc e algumas outras pessoas citaram...
Legalizar, ou aceitar coisas como essas achando que tudo vai melhorar eh uma opinião tão descabida que chego a acreditar que é ingênua...
E tbm não acredito em "meus atos são consequencias do meu passado"
hoje em dia, com tantas opções (como vc msm disse), se vender é só mais uma...
Há milhares de pessoas no mundo que tbm não tiveram nenhum pouco de felicidade durante a vida, que tbm foram violentadas, humilhadas e nem por isso elas saem por aii fazendo essas coisas que, para deixar bem claro, tbm não julgo se são certas ou erradas...

mas concordoo que legalizar isso só trará mais problemas, e acho que já temos o suficiente por hora...

Elsa Villon disse...

Alto lá! Eu disse legalização da maconha, não disse das drogas em geral!

LSD, cocaína, heroína etc mudam quimicamente o comportamento das pessoas.

Sim, maconha é uma droga, mas age psicológicamente. Assim como a nicotina e o álcool (sem hipocresia, são drogas lícitas).

O pensamento em relação a maconha é pequeno. Ela desacelera as pessoas, ao contrário de muitos suplementos e outras gororobas que são vendidas sob prescrição médica.

Sim, a legalização diminuiria sim o tráfico. Mas o problema não é o tráfico apenas. E ele não deixaria de existir.

Legalizada, a maconha sofreria aumento de preço por causa de impostos (como todo produto). E a quem as pessoas recorreriam para conseguir por valores mais baixos? Traficantes...
O caso é que os traficantes poderiam ser autuados não pelo tráfico, mas por sonegação fiscal, crime inafiançável...


Enfim, essas discussões dão muito pano para a manga...


Nem a maconha, nem a prostituição. Por que não a educação?

Renato Bittar disse...

Obrigado pela visita... ^^

Não se preocupe com os outros dois blogs...
São só pra teste de layout... (que eu nunca entendi muito bem, confesso...).

Só vale o Mr. Sandman mesmo....

Vou tentar manter postagens regulares, para justificar visitas regulares.... ^^


Até!

Vv ~ disse...

Sinceramente? Não sei porque a polêmica. Esse negócio de legalização é uma perda assombrosa de tempo. Pessoas passam fome, outras tantas não têm moradia, emprego, ou até mesmo água, e umas meretrizes buscam legalização? Pelo amor de Deus, há coisas mais importantes neste mundo do que a prostituição legal. Cada pessoa tem opção de ser o que quiser. Só não cola esse negócio de “eu não tinha outra opção senão a vida fácil...”. Ora, me poupe! Já vi pessoas chorarem por não ter o que comer, o que vestir, o que dar para o filho... E elas não estavam na zona! Quanto à maconha, francamente! Não me interessa se é uma planta. O fumo também é. O lúpulo também é. A diferença é que não haverá controle sobre a maconha. Quem me garante que uma criança não irá consumir? Assim como o álcool ou como o cigarro, qualquer um ficará suscetível ao uso da maconha. Até quem não quer.

E quem também me garante que crianças não se prostituirão? Que mães, ou pais, não jogarão suas filhas (os) no morticínio sexual para sustentar seu vício no álcool, na maconha...

Repito: há coisas mais importantes para se preocupar do que tal legalização. Preocupem-se com a Educação. Essa, sim, merece toda nossa atenção. Afinal, não são os bem instruídos quem construirão este país?

Desculpa o post enorme. Me emocionei.

=D

Bjão

m.m disse...

Ah, eu preciso postar de novo, só pra concordar com a Viviane (Aqui em cima ^)

E discordar da Elsa... uauhsuas, em relação às drogas, claro... Tudo que é psicológico se torna fisico um dia. Tudo que é vício, por mais que tenha tratamento e todos os etc, não faz bem. Ha pessoas muito grandes, submissas a pequenos tragos de cigarro.......

Enfim... O assunto são as garotas de programa, né?! Estamos comparando com drogas?! Beeeemmm.. (Olha aí a ironia, heeehehehe)

Aiko disse...

Passei aqui pela primeira vez por acaso, procurando alguma imagem dos Beatles. Vi cafeina e jornalismo. Me interessei e pensei "vou passar de novo aqui mais tarde. preciso anotar o site".
Voltei. Ual, tema polêmico. Legalização da prostituição.

Sinceramente? A prostituição já foi "legalizada" na idade média em algumas partes da europa. Então, se, chegasse a ser legalizada, não acho que seria um grande problema. Poderia ser até bom, quem sabe?