quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Sem título

Mesmo querendo não ficar triste, às vezes é inevitável.
Nos apegamos ao que aconteceu de ruim, inibimos tudo o que há de bom, lamentamos.

Choramos. Berramos. Brigamos.
Certas verdades absolutas doem.

E nada do que fizermos pode mudar. Se não fosse assim, elas não seriam absolutas.
E a reflexão para pensar no que pode ser absoluto, pode ser relativa.
E a relatividade, pode ser extensa.

Mas nada de relatividade extensa absoluta pode aliviar essas pontadas na garganta de tristeza. Os nós no esôfago de desânimo e o borbulhar gástrico. E parece que derramar lágrimas alivia. Mas nem sempre é assim.

No maior estilo "foda-se o mundo", a gente se fecha dentro do casco, e chora. Chora até achar que não pode mais chorar. E quando os olhos latejam e a cabeça está quase em processo de combustão espontânea, volta tudo de novo.

E com as lembranças vem a sede de que poderia ter sido tudo diferente, de que podíamos voltar e consertar o que erramos no passado para não receber essa "colheita maldita" denominada tristeza.

Se por acaso, uma desventura com as leis da física, nos fizesse de fato ter a chance de semear algo que não causasse nenhum dos sintomas citados? Como uma máquina que nos desse a chance de voltar e acertar tudo.

Cairíamos na tão clichê contradição explicada nos filmes mais famosos de ficção: as coisas dariam errado da mesma forma. Por quê? Porque você só volta para o passado por um motivo. E se no passado você altera esse motivo, ele vai arrumar outro jeito para se tornar o motivo da sua volta. Parece confuso?

Como no filme "Máquina do Tempo". Ele viaja para o passado, na esperança de salvar sua mulher. E ela sempre morre. Porque se ela não morresse, não haveria motivo para ele estar ali.

E entre a "colheita", o filme, a morte, o tempo e a física, eu me pergunto: qual será o verdadeiro motivo para estar aqui?

E por que nem o choro, nem a raiva, nem a culpa e o remorso aliviam os nós, as combustões, os borbulhos mudam algo? Nem que for agora, no presente. Não seria tão presunçosa a ponto de achar que minha tristeza pode alterar o passado.

Só sei que o que controla esse mundo, seja um ou mais deuses, seja a tal da energia, seja a força do pensamento ou os Budas do oriente são de fato curiosos. Intrigantes, abstratos. Mas, acima de tudo, curiosos.

2 comentários:

Unknown disse...

Oi meu amor.
Depois de uma postagem dessas você ainda tem coragem de dizer que não tem talento? é um absurdo!
Você tem facilidade com as palavras e de interpretar as coisas que acontecem no mundo. Não se diminua
No que precisar você sabe que pode contar comigo.
A única coisa que eu sempre falo pra você: não se preocupe tanto.
Um beijo do seu namorado que te ama e admira.
Renê Rojas

Ogami disse...

Quem disse que eu não leio?

Você é jóia moça octarina!

um abraço pro setubal!

tamos ae