Começado seu mundo-apartamento, era preciso antes de mais nada o crucial: um apartamento. Tinha algumas reservas "de meia" nos dois anos e meio que trabalhou com o imprestável telemarketing. A despeito de qualquer defeito, o pai da moça de boca rouge jamais pedira seu dinheiro. Achava que como pai de família, tinha o dever de manter a casa sob seu comando e seu dinheiro.
Nos primeiros meses longe de casa, de sua vida, de sua família e amigos, iria morar e trabalhar com seu já citado tio, no apartamento no mesmo prédio que a cafeteria/livraria.
Era difícil acreditar que começava uma nova vida... e que só pode trazer consigo uma parcela de seus amados livros e cds... e sapatos... era uma das coisas da quais ela mais sentia falta... fora sua mãe, seu cachorro e seus amigos. Talvez não nessa ordem.
Sentada no avião, a nossa protagonista começou a pensar:"Londres, dizem que chove 2/3 do ano lá... será que vou me adaptar? E meu inglês sofre de fraqueza crônica, como posso tonificá-lo? Sinto falta de tudo... do meu quarto... e se meu travesseiro não foi produzido nos mesmos padrões que aqui? Vou passar semanas com insônia até encontrar o travesseiro exato..."
Ainda infantil, mal sabia que tudo mudaria dali para frente.
O avião posou finalmente e a última coisa que ela desejava ter trazido naquele momento foi sua coleção de sapatos. Viajou com o par recém comprado e seus pés simplesmente triplicaram de tamanho durante a viagem.
Pausa para mais um defeito latente da personagem:
Sob circunstâncias de dor, fome, sono, tornava-se altamente irritada e nervosa.
Seu tio foi buscá-la no aeroporto. A primeira coisa que fez foi lhe entregar um enorme muffin de chocolate com um copo de café expresso do lado. Sábia decisão. Foram conversando durante o caminho, enquanto a moça olhava tudo à sua volta. Parecia um conto de fadas moderno. Mesmo com as pixações, os muros tinham uma aura envolvente de mistério e misticismo que ela não sabia explicar. Bem... nem ela, nem eu.
Viraram a esquina e uma cafeteria/livraria charmosa, com uma fumaça suave saindo da calçado recém-regada pela chuva subindo à frente chamaram atenção. Era de tijolos vermelhos e um toldo listado de verde e branco. Placas com flores decorativas em suas bordas indicavam a atração do dia. Uma sineta prata indicava quem entrava e saia de lá. Geralmente, as pessoas carregavam uma sacola de tecido com o nome da loja e um copo de café. Isso era unânime. Como era unânime o fato de todos acharem tal moça misteriosa tão bela quanto uma manhã de natal agraciada pela neve.
Leia antes...
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
4 comentários:
Adoro essa história! não perco um capítulo!
Beijão sua Lhoba Marinha
Recém-descoberto, já tô adorando.
Eu sempre quis ter uma livraria.
*Suspiro*
Vou ficar de olho aqui, quero muito ler o próximo capítulo.
Bejoo :*
Sensacional!!! Feito café eu quero mais!!!
Como assim o "Leia Antes" está no fim?
=/
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