quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dor de dente

Fica aqui quase invísivel
A saudade do que não veio
Da vontade do que não tenho
O desejo que não obtenho
O relevo do meu desenho
Aquela coisa tão concreta
Disfarçada de abstrata
De linhas e formas incertas
De fidelidade semi-intacta
Não que não seja intacta
Mas parece partida agora
Parece mais ferina do que era
Parece uma jogatina
De presa e fera

Fica apenas o desejo flamejante dentro do peito
Aquela coisa que arde sem se ver, como diz Camões
Mas ele mente
"Dói e não se sente"
Sente sim! Dói sim!

Mas dói do jeito estranho que dói um dente mole
Prestes a cair
A gente quer que vá embora para vir outro a cobrir
A ausência desse
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2 comentários:

Luana Costa disse...

Dói sim, dói muito!

Cada vez que passo aqui, mais eu gosto desse blog =)

Vinicius disse...

Eu também, amiga.

'nto Bom!!