E do nada
A menina emudeceu
O cachorro se escondeu
O leite não ferveu
E o céu escureceu
E o homem bravo não se enfureceu
E pra nada
A menina escreveu
Não como você nem como eu
E o corredor não correu
E o difunto não morreu
E o bêbado não bebeu
E o que era azul ficou vermelho
E o vermelho ficou amarelo
E o que era amarelo virou espelho
E o espelho virou farelo
E o farelo virou chumbo
E o chumbo virou pena
Nisso tudo acabou o mundo
E a vida ficou amena
E a menina não falou
Não escreveu
Não andou
E não viveu
E tudo parou
E nada voltou
Quem leu até aqui, gostou
Azar de quem não leu
5 comentários:
Suas sutilezas são incríveis.
Nada melhor do que saber usar as palavras... :)
Beijinhos
tadáaa!
Tadáaa o quê?
Profundo.
Estava inspirada nesse dia hein?! rsrs
Perdão pela intromissão, nem sei como achei seu blog maas tive que comentar, lindo esse poema. Me expira, um pouco, e me inspirou bastante.
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